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EDITORIAL | EDIÇÃO 40 | OUTUBRO 2023

Vivemos tempos incertos no mundo, que julgávamos não voltar a ver. Enquanto a guerra na Ucrânia continua sem fim à vista, Israel foi incompreensivelmente surpreendido por um ataque terrorista do Hamas. No momento em que escrevo este editorial, a tensão continua a crescer, com um desfecho desconhecido mas expectável no que toca às terríveis consequências para as populações civis.

À distância, em paz, e vivendo em países democráticos onde impera o Estado de Direito, os efeitos são incomparavelmente menos dramáticos, mas também existem e revelam a necessidade de lideranças conscientes e muita capacidade de adaptação. É assim na política, é também assim nas empresas. A globalização trouxe oportunidades sem precedentes para as empresas mas também as expuseram a novas incertezas e riscos geopolíticos.

Qualquer pessoa que tente acompanhar o que se passa no Médio Oriente, perceberá que continua a ser um tema de posições extremadas, demasiado complexo para se poder opinar de forma inconsciente e desinformada. E é aqui que se torna importante lembrar a diferença entre informação e conhecimento. A informação é o ponto de partida, a matéria-prima do conhecimento, caraterizada por factos, dados, narrativas e testemunhos que são disseminados de forma cada vez mais facilitada na sociedade. É a forma como processamos, contextualizamos e analisamos essa informação que nos permite alcançar o conhecimento.

O princípio do contraditório é uma regra de ouro do jornalismo. Isto é, ouvir sempre, com isenção e rigor, todas as partes envolvidas. E claro, o rigor da informação garante-se sempre com factos, não com rumores, não com declarações descontextualizadas nem vídeos adulterados.  

A formação para os media deveria integrar desde cedo os currículos escolares para capacitar os mais jovens com as ferramentas necessárias para combater as “notícias falsas” (“fake news”). Algo que deveria, aliás, ser um imperativo moral de todos. Desde os casos mais graves que envolvem a tragédia da guerra, a outros que possam impactar no bom nome e prestígio de uma empresa, por exemplo.

E aqui entramos mais no nosso campo habitual, o da comunicação empresarial e institucional. Informar é o nosso papel e nestas páginas é o que voltamos a fazer, claro. Revelando rostos, percursos e trajetos de pessoas que construíram o seu sucesso alicerçadas em valores sólidos, com muito trabalho e capacidade de sacrifício. Com muitas desilusões e frustrações, certamente, mas às quais conseguiram “dar a volta” e seguir em frente.

Gostamos de fazer parte destas histórias e de o ter desse lado, a lê-las.