A Associação para o Planeamento para a Família, em colaboração com a Câmara Municipal de Gaia, desenvolveu uma campanha que visa apelar à não-discriminação da comunidade cigana. A iniciativa, denominada “Desoculta”, pretende ainda sensibilizar a sociedade para o respeito pela herança cultural.
Transformar crenças e combater preconceitos e estereótipos acerca das pessoas ciganas são, de uma forma geral, os propósitos da campanha de sensibilização “Desoculta” da Associação para o Planeamento para a Família (APF), em colaboração com a Câmara Municipal de Gaia.
A iniciativa está a ser desenvolvida no âmbito do programa “Gaia 100 Preconceito”, financiado através de uma candidatura conjunta ao programa “Cidadãos Ativ@s” e implementado, desde julho de 2022, pelas APF e Câmara Municipal de Gaia.
Este projeto tem como principal objetivo fomentar a inclusão social das pessoas de etnia cigana residentes em Gaia, com especial ênfase na saúde sexual e reprodutiva, através de um trabalho de proximidade. Para tal, foi estabelecido um conjunto de atividades destinadas a promover exemplos que desafiem os estereótipos existentes, com especial destaque para a promoção da igualdade entre mulheres e homens de etnia cigana, uma componente essencial para impulsionar a inclusão.
Entre outros, este projeto, que finda no final do mês de janeiro, visou facilitar o acesso de uma centena de pessoas de etnia cigana a serviços de saúde, particularmente na área da saúde sexual e reprodutiva. Além disso, procurou capacitar cinco mulheres ciganas para o ativismo em prol da igualdade de género, prevenção e combate à violência de género e doméstica, promover a literacia financeira entre 20 membros da comunidade cigana, desenvolver competências e conhecimentos que impulsionem a inclusão de pessoas da etnia em 20 profissionais de saúde e desencadear a desconstrução de estereótipos acerca da comunidade cigana na população de Gaia.
Das atividades desenvolvidas no âmbito da iniciativa, destacam-se a inauguração do Espaço C, um gabinete de atendimento individual para a promoção da saúde, o estabelecimento e dinamização de um grupo composto por cinco mulheres ciganas ativistas, bem como de outro grupo formado por seis jovens promotores da inclusão das pessoas ciganas. Além disso, foram levadas a cabo ações de capacitação direcionadas a profissionais de entidades integrantes da Rede Social de Vila Nova de Gaia, de forma a abordar as caraterísticas e estratégias de trabalho com a comunidade cigana.