BIM – Building Information Model é a metodologia por trás do software ARCHICAD que a Infor comercializa e sobre o qual dá formação. Um modelo assente na premissa do edifício virtual que permite analisar, sob os mais variados pontos de vista, o objeto a construir, antes da sua produção real. O BIM traz o conceito de protótipo à indústria da construção.
Há mais de 30 anos, José Araújo Gomes alicerçou a sua atividade comercial na venda de computadores Macintosh em Portugal. Na empresa onde trabalhava na altura, procurava-se “oferecer soluções para diversas áreas, com o Macintosh como veículo de implementação dessas soluções”. José procurou “para o Macintosh um software de CAD, a utilizar no desenvolvimento de projetos de arquitetura”, e viria a encontrá-lo numa feira em Amesterdão. “A GRAPHISOFT, uma empresa sediada em Budapeste, tinha o ARCHICAD”. Desde então, e aos comandos da sua empresa, a Infor, José tem comercializado este produto em Portugal.
Os programas e métodos anteriores ao ARCHICAD propunham “substituir o estirador pelo computador, mas mentalmente a metodologia de quem projetava era a mesma. Nós, com o ARCHICAD, apresentávamos outro conceito: o do edifício virtual. O utilizador desenha, modela e ‘constrói’ o edifício e, a partir dali, pode produzir tudo o que lhe permite documentar o projeto”.
A esta inovadora metodologia chama-se BIM – Building Information Model. “O BIM é um processo que parte do modelo do edifício virtual, mas que vai mais longe que isso. Serve, na verdade, para quantificar materiais e gastos, para orçamentar ou para seguir a concretização da obra através do modelo”. Além destas, o BIM possui ainda outra valência, que embora pouco utilizada “tem muito potencial. O BIM permite controlar a operação do edifício”. Ou seja, “ter lá todos os objetos fisicamente presentes na obra e poder controlá-los remotamente. Se, por exemplo, determinado aparelho de ar condicionado avariar, será possível saber de imediato quem contactar para a sua reparação”.
Na opinião de José, “é urgente que este sistema seja normalizado em Portugal, à semelhança do que já acontece em outros países. Quando todos os envolvidos, arquitetos, engenheiros e construtores, falarem a mesma linguagem, será mais fácil prever determinadas situações e, até, controlar algumas derrapagens orçamentais, por exemplo”.
Em Portugal esse processo “tem sido adiado pelos decisores” e, consequentemente, notam-se algumas resistências dos arquitetos e engenheiros em mudarem. “O arquiteto consegue ‘ver’ paredes onde estão linhas e tramas em 2D, porque foi educado para isso, mas o cliente final não. O cliente final precisa de ver efetivamente as paredes construídas, os espaços, os materiais… Precisa de ter a possibilidade de passear dentro da casa sem ela estar construída. E o ARCHICAD permite isso. Mais ainda, permite consultar quantidades, materiais, custos ou ainda perceber do ponto de vista energético como o edifício se comporta”. E esta questão, afirma José, “é fundamental. O planeta não aguenta mais construções assim, temos de começar a ter definitivamente preocupações de sustentabilidade.”