Com 30 anos de experiência, o arquiteto Vasco Lopes coordena hoje uma equipa que projeta desde habitação própria a grandes obras públicas. Fã da arquitetura que privilegia o interior e a vivência dos espaços, o arquiteto não esconde que a sustentabilidade dos projetos é cada vez mais uma maior preocupação.
Vasco Lopes é arquiteto desde 1990. Formou-se na FAUTL, em Lisboa e voltou ao Algarve, a sua terra natal, em 2000. Começou a fazer projetos na “prancheta e papel, quando havia muito mais tempo para pensar cada projeto, até esta fase, em que acontece tudo muito rápido”.
Na Produção de Arquitectura, além dos projetos de arquitetura e coordenação de especialidades, fazem também “fiscalização de obra. Trabalhamos para o cliente de obras particulares, ou obras públicas, como o caso duma clinica médica, do heliporto de Loulé, duas escolas básicas e habitação social para a Câmara Municipal de Loulé”. Para Vasco Lopes, nas obras públicas “apesar de o arquiteto ter um programa mais definido, tem muito mais liberdade na sua linha de pensar e criar do que com o cliente privado, onde se está muito mais condicionado ao que o cliente gosta e tem predefinido. E às vezes é complicado explicar que assim não ficaria bem”. Neste momento, o atelier está a desenvolver o projeto de um hotel e de um edifício de habitação com 34 apartamentos, para além de várias moradias.
O arquiteto vê na sustentabilidade da edificação algo que o “preocupa muito. Há casas no conhecido triangulo dourado – e eu tento lutar contra isso – que mesmo fechadas na maior parte do ano, estão a gastar imensa energia. O cliente rico não tem problema em gastar e pôr na obra mais do que deve, mas depois essas casas, para mim, perdem o valor arquitetónico. Dá-me mais prazer desenhar casas com alguma contenção, em que os detalhes como a luz e volumes têm que ser mais pensadas”.
Nos últimos anos, o paradigma da arquitetura em Portugal está a mudar. “A arquitetura doméstica está a perder um pouco o que sempre foi: a casa, o nosso retiro, onde nos sentimos bem. Agora é algo para mostrar, para fora, sobretudo aqui, mais uma vez no triângulo dourado. A interiorização da arquitetura mediterrânea esta a perder-se. Temos bons exemplos da arquitetura popular, sem arquitetos, que eram casas enquanto abrigo. É esse espírito que também quero preservar”.
O atelier Produção de Arquitetura tem neste momento projetos em todo o Algarve e em Lisboa e pretende continuar a crescer, sempre com a máxima de que a arquitetura “é um trabalho de equipa, que nasce entre o arquiteto e o cliente”.