Uma empresa com 40 anos de história, onde a arte de bem trabalhar o vidro impera. Nuno Barbosa, arquiteto de formação, trabalha no negócio de família, a Vidraria Barbosa que, assegura, “não para de crescer todos os anos”.
“Foi o meu pai quem aprendeu a arte do vidro e fundou este negócio”. É assim que Nuno Barbosa, arquiteto, começa a contar-nos a história da Vidraria Barbosa, um negócio de família, com 40 anos de história e que neste momento conta já com 26 funcionários. “O meu pai começou a trabalhar para outra pessoa, aprendeu a arte e depois, na década de 80 estabeleceu-se por conta própria. Nessa altura, as instalações não eram mais que uma garagem, o vidro era descarregado à mão. Hoje em dia as coisas mudaram, temos melhores instalações, mas continuamos a trabalhar em família, eu, o meu pai, a minha mãe e a minha irmã”.
Recordando ainda o tempo em que o negócio começou, Nuno não tem dúvidas de que “o vidro e a forma de o utilizar mudou muito. Na altura quase todos os vidros eram simples, pouco resistentes e partiam com muita facilidade. Eram muito perigosos. Entretanto as exigências ambientais e de segurança mudaram, e o vidro teve de as acompanhar”. Por isso, explica, atualmente a indústria produz sobretudo “vidro temperado, que é substancialmente mais seguro, ou vidro laminado”. Embora qualquer um destes tipos de vidro cumpra bem a questão da segurança, têm aplicações diferentes. “O vidro temperado é um vidro mais espesso, cinco vezes mais resistente que o vidro normal e que, quando parte, fica em pequenos fragmentos, quase bolinhas de berlinde, que caem por todo e evitam grandes cortes ou lesões; já o vidro laminado é na verdade a junção de dois vidros que têm no meio uma pelicula transparente. Estes são como os vidros dos automóveis, que fazem fissuras, mas não caem. Têm essa vantagem, apesar da sua resistência mecânica ser consideravelmente menor”.
Todas estas evoluções do vidro nos últimos anos permitem, neste momento, dar ótimas respostas “aos projetos propostos pelos arquitetos. A grande evolução no vidro foi precisamente a criação do vidro duplo para exterior, com uma caixa de ar no meio, que faz com que uma habitação tenha ótimos comportamentos térmicos e acústicos, mesmo com grandes áreas de janelas. A arquitetura hoje em dia usa e abusa do vidro, porque isso permite uma maior amplitude no espaço e usufruir melhor das vistas. No entanto, sem o vidro duplo recente era impensável ter isso e conseguir ainda o conforto térmico a que hoje nos habituamos”.
Nuno Barbosa não hesita em afirmar que “a industria do vidro está a crescer”. A Vidraria Barbosa “tem tido todos os anos um crescimento na ordem dos dois a três por cento” e, por isso, num futuro próximo pensa em “aumentar as instalações. O número de clientes tem aumentado, e para lhes darmos resposta, estou neste momento a desenvolver um projeto para o terreno ao lado da fábrica, de aumento do nosso espaço de produção”.