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Ecoibéria: Dar nova vida ao plástico através de PET em Flakes

Fundada em 2005, a Ecoibéria realizou durante este ano a sua terceira expansão. Com uma aposta constante na inovação e na qualidade a empresa vimaranense não tem parado de crescer. A Ecoibéria é uma referência na europa e a única em Portugal a produzir PET FLAKES (uma forma de poliéster que permite criar materiais seguros, inquebráveis e recicláveis). O diretor João Matos e o administrador Jorge Lemos abordaram as estratégias que levaram a ecoibéria a ser uma referência no panorama europeu.

A Ecoibéria foi criada em 2005 em Guimarães. Recentemente tiveram a necessidade de expandir as vossas instalações. Como tem corrido desde então? Como foi o trajeto da empresa até alcançar uma posição firme no mercado?

Iniciamos a atividade em Guimarães num espaço de 300 m2 e hoje as nossas instalações tem a dimensão de 51.000 m2. Para alcançarmos o sucesso atual, tivemos sempre como ‘lema’ investir na qualidade. O nosso investimento foi sempre feito a par com as necessidades dos nossos clientes. Montamos a 1ª linha de lavagem em 2005, a 2ª linha em 2015 e a 3ª linha em 2020.

O conhecimento adquirido ao longo destes anos, permitiu-nos investir sempre em tecnologia de ponta do nosso sector de atividade. Para assegurar a qualidade dos nossos produtos, temos internamente um laboratório que nos permite apurar constantemente os níveis qualitativos dos nossos produtos.

A empresa começou a exportar logo no primeiro ano de vida e atualmente as exportações representa 90 por cento do vosso volume de negócios. A que se deve esta aposta na internacionalização?

A ECOIBERIA exporta cerca de 90 por cento dos seus produtos, 75 por cento diretamente e 15 por cento pela via indireta. A aposta na internacionalização deveu-se e deve-se ao facto de os grandes consumidores dos nossos produtos se situarem fora das nossas fronteiras geográficas.

A nossa aposta sempre foi norteada pela ambição de crescimento e criação de valor, e em termos de clientes estamos direcionados para as grandes empresas e as multinacionais.

Que estratégias levaram a empresa à posição de sucesso que hoje ocupa?

Essencialmente uma estratégia de diferenciação e de foco no cliente. Não nos bastou apostar numa atividade que não tinha expressão nacional e onde a procura era superior à oferta, mas também foi sempre nosso objetivo produzir o melhor produto, ou um dos melhores, de maneira a fidelizar pela qualidade, os nossos clientes. 

A Ecoibéria é a única empresa portuguesa que exporta PET Flakes. O que são Pet Flakes e onde são aplicados? – Lamina de Pet para embalagens de termoconformadas, garrafas de bebidas, fibras e fita straping.

A Ecoibéria é a única empresa exportadora de PET em Flakes, aproveitando o facto de que a oferta neste mercado é deficitária. Só nos últimos cinco anos a Ecoibéria triplicou a sua capacidade produtiva.

O PET é um subproduto do petróleo e um tipo de plástico, que se caracteriza essencialmente pela alta resistência ao choque. Nós reciclamos as embalagens de PET que de outra forma acabariam nos aterros e produzimos a escama de PET (PET FLAKES). Por sua vez os nossos flakes irão alimentar a indústria da lâmina de PET, esta lâmina após termo formatação irá dar origem a uma grande parte das embalagens plásticas que utilizamos no nosso dia a dia. Estes flakes também são utilizados para fabricar garrafas, fibra têxtil e fita straping.

De onde chega o plástico, a vossa matéria-prima?

A nossa matéria-prima chega através dos sistemas de recolha de resíduos de diversos países. Temos de importar 75 por cento da matéria prima que consumimos, uma vez que as quantidades recolhidas em Portugal são insuficientes. Entre fronteiras apenas recolhemos um quarto das nossas necessidades nesta matéria, uma vez que, neste momento consumimos mensalmente cerca de 4.000 toneladas e Portugal apenas dispõe de 1.000.

Qual a importância da presença da Ecoibéria entre os assinantes do ‘Pacto Português para os Plásticos’? Em que consiste esse pacto?

Permite à ECOIBÉRIA participar num grupo de trabalho com voz ativa na temática dos plásticos, e onde se encontram os stakeholders mais influentes.

Reunião após reunião, documento após documento e campanha atrás de campanha, cria-se um Network de conhecimento. É neste contexto que retiramos o melhor das duas posições possíveis numa qualquer rede, por um lado conseguimos fazer-nos ouvir, por outro lado, podemos ouvir os outros e refletir sobre pontos de vista diferentes dos nossos.

Em resumo: “Ter uma vitrine sobre o que de melhor se faz em Portugal para sustentabilidade dos plásticos”.

Um terço dos portugueses continua a não separar o lixo para a reciclagem. A Ecoibéria assume também um papel importante na responsabilidade ambiental. Que campanhas desenvolveram nesse sentido?

Temo-nos associado a vários projetos para aumentar o volume de recolhas, o último a que nos associamos foi ao sistema de depósito por incentivo, mais comummente conhecido como o sistema de máquinas de venda inversa.

No entanto, segundo a minha opinião, os valores da recolha só aumentarão exponencialmente, atingindo valores de outros países, com a recolha seletiva porta-a-porta. Esta estratégia já está implementada no nosso país e o resultado está comprovado.

Também em algumas cidades portuguesas como, Maia, Povoa de Varzim e Vila do Conde, este sistema de porta-a-porta foi implementado com níveis de eficácia elevados. E uma vez que é esta a estratégia implementada nos países com maiores índices de recolha, creio que o caminho está identificado. O que falta a Portugal para a implementar esta estratégia de sucesso, de forma massiva, é uma maior vontade política.

A economia verde ganha cada vez mais preponderância na Europa. Este tem de ser o caminho para o futuro da indústria?

Sim, a economia circular é a solução correta para o tratamento de ‘resíduos’.  A indústria e os respetivos produtos devem ser pensados de uma forma ‘verde’, a conceção dos mesmos tem de ser pensada em função do seu fim de vida. O que é hoje um produto amanhã inevitavelmente é um resíduo.

www.ecoiberia.pt