Há cada vez mais pessoas a usar sacos de tecido. O propósito ambiental veio acrescer uma tendência que continua a aumentar ano após ano. A utilidade é imensa além disso um saco de pano tornou-se numa verdadeira peça de moda. Na vanguarda desta tendência existe uma empresa portuguesa que se tem alavancado no mercado internacional. Conheça um pouco mais sobre a Insatec.
A Insatec é hoje uma referência no sector, mas existiu um longo percurso até alcançar o sucesso que vai protagonizando atualmente. A empresa, que surgiu em 1991, até começou por se chamar NOVAGA e era, na altura, especialista em serigrafia em vidro, espelho e desenhos em pinturas a pincel. A mudança de paradigma deu-se quando a gerente Avelina Duarte e o marido Lino Armando Dias reconheceram a potencialidade do setor dos sacos de tecido. Inicialmente movidos pela indústria dos sapatos, rapidamente tiveram a perceção de expandir o seu mercado de atuação a diversos setores.
A experiência de Avelina Duarte na costura e a habilidade comercial de Lino Dias, deram o mote para o primeiro grande passo da empresa são-joanina. Os sacos de pano eram um produto diferenciado que na Europa apenas era encontrado em Itália. A primazia e o design personalizado e adaptável a qualquer tipo de artigo fizeram criar um produto inovador. O processo de evolução necessitou, no entanto, de muito trabalho e dedicação. Avelina Duarte relembra tempos em que tinha de recorrer às páginas amarelas para procurar os fornecedores e clientes.
O desenvolvimento dos primeiros sacos eram direcionados apenas para calçado e, pela aproximação a esse mesmo sector, a Insatec começou por desenvolver calçadeiras, igualmente personalizáveis.
A evolução da empresa prosseguiu abrangendo um leque de clientes de outros sectores. Sacos de praia ou sacos para garrafas de edição especial, são apenas exemplos da variedade da Insatec. No entanto, segundo revela Avelina Duarte, é o mercado de luxo que tem vindo a registar uma crescente procura por estes artigos. “Trouxe-nos novas exigências porque tivemos a necessidade de nos adaptarmos a diferentes modelos e a utilizar novos materiais. Durante este ano, queremos aproveitar o facto de as grandes marcas internacionais começarem a procurar a europa pela qualidade e pela distinção que a oferta aqui lhes proporciona. Temos conseguido angariar marcas reconhecidas internacionalmente que confiam no nosso trabalho para manter os seus parâmetros de qualidade”, referiu Avelina Duarte.
Atualmente a carteira de clientes da Insatec ultrapassa as 300 marcas dos mais variados sectores (roupa, joalharia, marroquinaria, entre outros) e dos mais variados pontos do globo. A internacionalização da empresa representou um capítulo importante da sua história e foi um dos pilares do crescimento exponencial que tem registado nos últimos anos. De São João da Madeira para o mundo, os sacos produzidos pela Insatec começaram a servir de aconchego de vários produtos de luxo de marcas reconhecidas internacionalmente. “Os nossos sacos de tecido são a oportunidade para que os nossos clientes ofereçam um mimo aos seus clientes”, destacou a gerente. Avelina Duarte revelou ainda que a criação do site foi fundamental para a afirmação internacional da empresa, uma aposta que tinha o objetivo de colmatar a falta de capacidade comercial e que colocou a empresa num panorama global, à distância de um clique.
A qualidade está presente em todo o processo. Tudo começa na seleção da matéria prima. Os 10.000 metros de tecidos gastos mensalmente são cuidadosamente selecionados e têm também eles o carimbo nacional. Após a concretização de uma encomenda, a empresa inicia uma metodologia própria de confeção do artigo procurado, tendo por base os detalhes divergentes de cada peça, e a individualidade de cada cliente. Na Insatec todos os artigos são fabricados segundo a intenção do cliente e a multiplicidade de escolha e a unicidade artística são características presentes em qualquer artigo assinado pela Insatec.
Antes de uma produção em série existe ainda a aprovação de um modelo junto de cada cliente. Apesar do papel de gerente, Avelina Duarte assume esta criação e admite que é uma das funções que mais gosta de fazer: “O design é também a nossa distinção. Há clientes que trazem uma ideia e outros que trazem já uma amostra, independentemente disso, nós partilhamos sempre a nossa experiência profissional para que o cliente seja servido da melhor forma”. Questionada sobre os desafios constantes da criação de novos modelos, a gerente respondeu com o mesmo pragmatismo que rege o seu negócio: “Não me é difícil inovar, penso os sacos de forma natural. Tenho a costura no ADN e fazer estas pequenas coisas saem-me de forma natural”.
Hoje, 28 anos após a sua génese, a Insatec é uma empresa que eleva a qualidade dos produtos nacionais além fronteiras e, fruto desse sucesso, teve a necessidade de crescer para novas instalações.
Novas instalações, uma maior produção
A empresa mantém-se na sua cidade berço, São João da Madeira, no entanto as dimensões do novo pavilhão que abriga a arte e engenho da Insatec proporcionam novas oportunidades e demonstram a ambição no contínuo crescimento. A empresa que se iniciou numa cave toma hoje proporções de grande escala com o objetivo de continuar a conquistar o mercado.
As melhorias procederam-se além da amplitude do espaço, quem o diz é Avelina Duarte: “O trabalho tem corrido melhor e os nossos colaboradores estão mais à vontade. Houve uma grande melhoria no conforto deles até porque serão sempre eles a imagem da nossa empresa e temos de reconhecer o seu trabalho. Também a nível de interação com os clientes houve mudanças. A nova imagem dá-nos mais credibilidade mas também melhores condições para acolher o cliente”.
A maquinaria e a tecnologia inerente à produção também sofreram melhorias significativas. A aposta de aumentar a produção é, portanto, evidente: “Aumentamos a nossa produção mas podemos produzir mais. Além disso temos um outro objetivo para além da venda. Queremos revolucionar a parte tecnológica, desenvolvendo novos processos e otimizando a maquinaria para que se consiga um melhor rendimento, com consumos mais baixos”, destacou Avelina.
Um produto amigo do ambiente
São um produto 100 porcento português de qualidade garantida, mas para além disso, os sacos de tecido da Insatec são também uma alternativa aos comuns sacos de plástico. Por serem reutilizáveis e amigos do ambiente este género de artigos tem tido uma grande procura, além disso, a responsabilidade ambiental e a sustentabilidade são valores de credibilização e diferenciação num mercado cada vez mais competitivo.
Atenta a esta norma, Avelina Duarte tem vindo a ajustar o seu produto: “utilizo cada vez mais matérias ecológicas como algodões orgânicos e tecidos reciclados. A procura por estas matérias primas tem aumentado muito, há um contra, que é o facto de este tipo de material ser sempre mais caro, mas algumas marcas ainda persistem na sua utilização porque sabem que é importante para a sua afirmação no mercado. Existe ainda uma grande procura pelo cânhamo, que advém da flor do canábis, é um material muito resistente mas para além de ser mais caro é igualmente difícil de adquirir”.
Liderar no feminino
Avelina Duarte não é só a gerente da Insatec, é também a personificação dos valores da sua empresa. Se é comum dizer-se que uma empresa é a imagem da sua administração, este será certamente o exemplo desse mesmo argumento. O espírito empreendedor corre nas veias de Avelina Duarte, a capacidade de inovar ocorre-lhe naturalmente à medida que vai pensando nas diferentes formas de produzir os seus artigos. A experiência na costura deu-lhe as bases necessárias para conhecer os pormenores da produção e para pensar constantemente na forma de melhorar esses processos. É conhecedora do ramo como ninguém além disso nota-se, em cada palavra, a paixão que tem pelo sector e pelo património que construiu. “A minha liderança advém do facto de ter o conhecimento, a prática e o gosto de criar” destacou a gerente que continua a marcar presença entre os trabalhos da Insatec.
Questionada sobre a subsistência de alguns preconceitos em relação à administração feminina, Avelina Duarte admitiu que ainda existem ligeiros preconceitos a corrigir: “A maioria dos clientes ainda prefere tratar alguns assuntos com o meu cunhado que é um dos meus colaboradores, que trabalha a parte comercial. No entanto, neste tipo de trabalhos os homens têm algum receio de aceitar algum tipo de trabalhos, como eu sou da área da produção e da costura, estou à vontade para saber o que devemos aceitar e o que nos é possível de conceber”.
Como exemplo de empreendedorismo, são várias as qualidades reiteradas à gerência de Avelina Duarte acresce ainda a persistência pelo sucesso, “fui sempre à luta”, sublinhou.
Sacos de pano cada vez mais IN
Existe uma “moda do antigamente” e é cada vez mais comum ver utensílios e estilos antiquados incorporarem as novas tendências da moda contemporânea. Os sacos de pano são um desses artigos que ganharam um novo propósito, se outrora interessavam principalmente para transportar produtos de consumo, hoje em dia transformam-se em verdadeiros acessórios de moda, especialmente para quem pretende personalizá-los de acordo com o seu negócio.
Hoje os sacos de pano já não são criados através de roupas velhas, existe uma atenção redobrada no design, na cor e na utilidade. Surgem confecionados de acordo com os detalhes exigidos pelos clientes e com várias finalidades. Este artigo pode ser utilizado para acomodar joias, vestuário, calçado, entre muitos outros.