O restaurante Farol de Santa Luzia é rico em lições de História, mas sobretudo em sabores. Aqui pode provar as tradições que se renovam, mas que ainda são o que eram. Localizado em Alfama, em frente ao miradouro de Santa Luzia, este restaurante oferece mais que uma perspetiva da cidade de lisboa: uma visita pela cozinha de Portugal.
As ruas ingremes de Alfama que vincaram a identidade de Lisboa estão repletas de histórias e tradições. Entre elas, a gastronomia e o restaurante Farol de Santa Luzia. A história deste espaço desenha-se desde 1973, através das mãos de José Luís Trigueiro. No início o Farol de Santa Luzia era apenas uma tasca, mas tudo mudou quando, em 1988, adquiriu o espaço ao lado. Seguiu-se uma reformulação de todo o conceito e em 1990 abriu com os traços que ainda hoje prevalecem. Um balcão e duas salas com um total de 50 lugares.
Hoje quem assume as rédeas da gestão do Farol de Santa Luzia, juntamente com o pai, são os filhos, André e Luís Trigueiro. “Desde pequenos que nos habituamos a fazer um pouco de tudo”, explicam os irmãos a facilidade com que lidam com o dia a dia do restaurante.
Fizeram uma remodelação do espaço realçando em cada canto do restaurante, a sua tipicidade lusitana. Nas paredes existem azulejos do século XVII e alguns quadros de artista local, ilustrando pontos importantes da capital portuguesa. Ali respira-se Alfama, mantêm-se as principais características da região e até as cadeiras são feitas artesanalmente. “Tudo faz parte da experiência gastronómica”, sublinham os irmãos os encantos peculiares do espaço do Farol de Santa Luzia.
A carta do restaurante é uma autêntica viagem entre as tradições portuguesas, e até mesmo a gastronomia mais contemporânea tem toques lusos. O “risoto português”, por exemplo, é feito com arroz carolino português e, com queijo dos açores. “Não é um prato tipicamente português mas com sabores totalmente portugueses”, destacam os irmãos.
No cardápio da casa realça-se também o polvo, a cataplana “feita no cobre”, as carnes açorianas, a sardinha e claro está, o bacalhau. Além disso, de forma a preservar a frescura dos ingredientes da época o restaurante tem duas cartas distintas: “Temos uma para primavera e verão e outra para outono e inverno. É uma forma de respeitarmos o produto da época. A quem está habituado aos paladares genuínos dos ingredientes, causa toda a diferença no prato. Além disso vamos tendo rotatividade de pratos, de forma a que o cliente habitual possa experimentar vários pratos”, realçam André e Luís Trigueiro.
Para adoçar a boca, também as sobremesas têm pequenos toques, nenhum sabor ali pode ser repetido fora daquelas portas e é isso que faz a identidade da casa. Para acompanhar toda a refeição, a carta de vinhos oferece um roteiro completo por todas as regiões de Portugal. Realçam-se as ofertas de vinhos de pequenos produtores, fugindo um pouco “dos vinhos mais comerciais, e oferecendo um produto diferente e de grande qualidade”.
Nos últimos anos Alfama foi ganhando gentes de todos os pontos do mundo mas ainda tem identidade para dar e vender. A essência da região e de Portugal prevalece também ela, entre as paredes do Farol de Santa Luzia. A excelência é servida, em todos os momentos. “Queremos ser um farol no meio de um mar de ofertas”, concluíram os irmãos.