A arte de fazer pão está a renascer. Está-se a voltar às origens, aos ingredientes de qualidade, mas, sobretudo, ao respeito pelo produto. O mais antigo alimento do mundo, consumido há cerca de 30 mil anos, é na CEREPAL continuamente reinventado. A empresa, localizada na freguesia de Figueiró, em Paços de Ferreira, engloba uma padaria responsável pela panificação e confeção de pastelaria e um snack-bar que é também uma pizzaria.
São mais de 50 anos de experiência e de histórias. Desde 1968 que os pacenses são servidos pela Padaria São Pedro (CEREPAL). Hoje a empresa é dirigida por Alfredo Brito, que herdou o legado deixado pelo seu sogro. Após assumir a gerência colocou as mãos na massa e inovou por completo a CEREPAL. Começou por aumentar a fábrica em 1980 mas o crescimento da empresa não parou e no ano de 1988, já em novas instalações, adicionou também a pastelaria para em 1996 complementar com a cafetaria, snack e pizzaria, tendo também em 2002 adquirido um novo espaço comercial em Raimonda.
A padaria São Pedro também garante a distribuição porta-a-porta, um serviço diário que conta com mais de 2000 clientes, entre eles cafés, restaurantes, hospitais, escolas, centros de dia, entre outros. A distribuição é feita por uma frota de carros que já inclui um veículo elétrico, “uma aposta na sustentabilidade, mas não só. Também é um cuidado em não perturbar nem fazer barulho durante a noite”, sublinha Alfredo Brito.
Inovar a panificação com a saúde como pano de fundo
O pão está no centro de tudo. Esta iguaria é a base da pastelaria São Pedro e o principal argumento de crescimento durante as primeiras décadas de atividade. Meio século depois, Alfredo Brito ainda consegue inovar na panificação, criando e recriando várias variedades de pão. O pão de abóbora, de chia e de sementes são os principais ex-líbris da casa, mas, entre as mais de 40 variedades ali produzidas diariamente, existem outras qualidades diferenciadas.
A padaria foi pioneira na redução de sal e foi esse o ponto de partida para que o gerente explicasse que em todas as criações existe uma preocupação pela saúde. “Tudo surge no que vamos ouvindo dos clientes e, acrescentando a isso, temos também uma grande preocupação pela saúde”. A constante inovação é uma das palavras que traduz o sucesso da padaria. “Recentemente desenvolvemos um tipo de pão destinado a atletas, um pão com mais fibras e fontes de energia saudáveis, ideal para praticantes de desporto”. Além disso, Alfredo Brito destacou também a capacidade de personalização do pão, “há restaurantes e Chefs que nos procuram para produzirmos um pão com determinadas características para diferentes enquadramentos”.
O rigor e a excelência são também características intrínsecas à CEREPAL. A empresa tem várias certificações, entre as quais a ERS 3011: “Temos na nossa equipa uma técnica de higiene e segurança alimentar. Existem determinados regulamentos a cumprir mas nós queremos fazer ainda mais, não queremos cumprir apenas os mínimos”, afirmou o gerente. Esta forma de enfrentar as exigências do mercado, entre outros segredos, têm dado à empresa vários reconhecimentos, como, por exemplo, o de PME Líder, prémio que tem vindo a ganhar por vários anos consecutivos.
Para além do pão, a padaria é também conhecida pelo seu pão de lo, bolo-rei e croissants. O fabrico de bolos de forma personalizada é também uma das valências a destacar. Tudo isto é somado a uma equipa de profissionais competente e prontamente disponível a servir cada cliente de sorriso no rosto. Questionado sobre os motivos do sucesso da empresa, Alfredo Brito de imediato respondeu “dedicação e muito esforço, todos os bons exemplos surgem daí”. Mas também a inovação é um dos fatores de diferenciação. “É preciso estar atento ao que está a ser feito e ao que se pode fazer melhor. Depois é preciso valorizar e oferecer condições para que partilhem da nossa paixão pelo trabalho”.
Os desafios do setor da panificação
Apesar do sucesso da CEREPAL, Alfredo Brito desvendou que “o setor da panificação está cada vez mais degradado e monopolizado”. As grandes cadeias comerciais começaram a englobar várias valências de fabrico, entre elas, a panificação. A isso aglomera-se os grandes encargos da energia que, resultante das vendas a baixo custo do pão, resultam num dos principais desafios desta indústria.
Apaixonado pelo setor, Alfredo Brito é também secretário e um dos fundadores da AIPAN (Associação dos Industriais de Panificação, Pastelaria e Similares do Norte), um órgão que tem dado voz a todas as dificuldades desta indústria. Mas os esforços, segundo nos indica, “terão de vir de cima porque se continuar assim as padarias vão acabar por se extinguir”, alerta o gerente