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Facebook lança armadilha anti fake news

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Fotografia de Elijah O'Donnell

Facebook vai lançar uma secção que filtra fake news. A ideia é criar um espaço com informação criteriosa e verdadeira. A notícia foi avançada pelo Wall Street Journal.

Apesar da abundância de informação, é cada vez mais difícil distinguir conteúdo noticioso verdadeiros: fake news, factos alternativos e uma realidade matizada de sofismos.  As redes sociais alcançáveis por qualquer um e a democratização das novas tecnologias da informação criaram o ambiente ideal para a disseminação de conteúdo noticioso falso.

De forma a mitigar os efeitos deste fenómeno, o Facebook vai lançar um separador de notícias verificadas. A ideia será construir uma espécia de portal de infomação com conteúdo com autenticidade e rigor garantidos.

O acordo foi avançado pelo Wall Street Journal (WSJ) e confirmado pelo Facebook. Inicialmente, o portal irá apresentar manchetes do Wall Street Journal e de outros órgãos de comunicação do grupo News Corp, avança a agência Reuters. Os grupos de comunicação social que vão ceder notícias ao novo separador do Facebook serão pagos pelo mesmo.

Assim, esta secção de notícias implicará um pagamento regular por parte da rede social a orgãos de comunicação – marco histórico na relação entre imprensa e plataformas de redes sociais. Além do Wall Street Journal, também as publicações Washington Post, BuzzFeed News e Business Insider chegaram a acordo com o Facebook, Inc.

A plataforma deverá ser lança até ao final do ano.

O reverso da moeda

Apesar da iniciativa do Facebook hipoteticamente significar um ponto de viragem, é importante não esquecer que a rede social vai assumir o papel de gatekeeper decidindo que conteúdo configura uma notícia verídica.

As manchetes serão selecionadas em parte por uma equipa de jornalistas — que decidirá que títulos destacar no separador “top news”, que terá espaço para dez manchetes — e em parte pelo algoritmo da rede social.            

Esta seleção gera questões relacionadas com as métricas que o algorimo utiliza para definir as notícias mais relevantes e, embora atenuado pelo trabalho dos jornalistas põem em causa o papel do jornalista como agenciador imparcial que distingue o interesse público do interesse do público.

Além disto, o funcionamento do separador de notícias gera um problema de representatividade de orgãos de comunicação social dado o Facebook apenas se ter disposto a pagar a alguns jornais.

Acrescenta-se que, como qualquer agregador de notícias, o novo separador do Facebook também contribui para um jornalismo menos diversificado e mais susceptível a favorecer interesses corporativos e lobistas. Assim, a iniciativa pode atingir o exato oposto do objetivo priomordialmente traçado.

Conteúdo gratuito?

A tendência para exigir subscrições aos leitores está a ganhar força no mundo e em Portugal e é muitas vezes associada à sustentabilidade de um jornalismo rigoroso e independente.

O conteúdo disponibilizado será pago. Assim, os destaques vão “redirecionar [os leitores] para os sites das publicações” e sugerir que os utilizadores da rede social se tornem assinantes das publicações, explica o Observador.