Esta terça-feira é o Dia Mundial da Psoríase, uma doença que afeta cerca de 250 mil portugueses. Trata-se de uma doença crónica, intransmissível e sem cura.
As manchas vermelhas na pele, as escamas secas e a pele rachada são alguns dos sintomas que chegam a provocar comichão e dor. Em alguns casos, pode mesmo afetar os movimentos nas articulações.
De acordo com o novo estudo levado a cabo pela PSO Portugal e empresas Spirituc e Guess What, a maioria dos portugueses já ouviu falar em psoríase, mas há ainda mitos associados à doença que importa desmistificar, revela um estudo sobre o conhecimento que os portugueses têm da doença.
Os mais de 400 questionários realizados revelam que 72% dos inquiridos conhece ou já ouviu falar sobre a psoríase, ainda que mais de um em cada dez continue a acreditar que esta se trata de um problema contagioso. Estes dados foram apresentados no âmbito do Dia Mundial da Psoríase que se assinala hoje, dia 29 de outubro.
De acordo com o mesmo estudo e outros dados, 86% dos inquiridos revelou saber que esta é uma doença que não tem cura, com 2% a acreditar que se trata de um problema potencialmente mortal.
Para comemorar esta data a PSO Portugal lançou uma música ‘Tens Direito a Ser Feliz’, escrita e interpretada por Emanuel, ” que pretende motivar as pessoas a alcançar a felicidade a que têm direito, através do tratamento eficaz”, referem na sua página de Facebook.
Sobre a PSO – Associação Portuguesa de Psoríase
A PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase foi formalmente constituída em Fevereiro, como resultado da união de um conjunto de pessoas que, em 2004, se cruzou e sentiu a necessidade de criar uma associação que defendesse, apoiasse e desse voz aos doentes de psoríase.
A pontuação média de felicidade dos portugueses com psoríase é de 5,68 numa escala de 0 a 10.
O Laboratório de Inovação da Leo Pharma e o Instituto de Pesquisa de Felicidade dinamarquês divulgaram os dados de 2018 do Relatório Mundial sobre Psoríase e Felicidade.
O Relatório de 2018 pretendeu explorar em detalhe estas questões, com o objetivo de aprofundar os principais fatores que proporcionam felicidade em indivíduos com psoríase. De acordo com os dados, esta doença provoca, de forma frequente, um efeito negativo na vida e felicidade dos indivíduos. Em Portugal, a pontuação média de felicidade dos indivíduos que vivem com psoríase é de 5,68, numa escala de 0 a 10. Portugal ocupa, assim, o 6º lugar entre os 21 países analisados. Além disso, os dados apresentados indicam que:Indivíduos que vivem com psoríase estão sujeitos à diminuição de produtividade no trabalho e a uma maior taxa de desemprego, diretamente relacionados com elevados custos para a sociedade;
- A infelicidade está associada a comorbilidades específicas, que tornam os doentes, muitas vezes, incapazes de trabalhar. Em Portugal, a psoríase é responsável por 35,4% dos casos de absentismo e por 75,6% de menor assiduidade entre a população ativa;
- Indivíduos com psoríase desenvolvem, geralmente, uma doença do foro mental. Uma em quatro pessoas afirma sofrer de depressão ou outras perturbações mentais;
- Para os doentes, a felicidade está muito dependente de ambientes sociais conscientes e inclusivos. Em Portugal, 27,1% dos inquiridos concordam que os seus colegas de trabalho têm conhecimento da sua psoríase e os apoiam quando necessário;
- Bons padrões de sono estão fortemente associados à felicidade e a menos comorbilidades(presença ou associação de duas ou mais doenças no mesmo paciente). Pessoas que dormem mal ou com má qualidade de sono têm uma média de 2 comorbilidades, enquanto aqueles que dormem bem têm uma média de 0,95 comorbilidades;
- A incidência de stress e solidão são fatores de risco. Enquanto 21,1% dos indivíduos que não possuem comorbilidades são solitários, esta percentagem aumenta para os 41,2% entre aqueles que apresentam três ou mais comorbilidades;
Um grande desenvolvimento terapêutico
A psoríase foi um dos temas em grande destaque no EADV 2019 (European Academy of Dermatology and Venereology – Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia), tendo durante este evento apresentação de importantes dados científicos e clínicos em primeira mão, quem o refere é o dermatologista do Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP), Tiago Torres.
Em Madrid, “foram apresentados novos dados de eficácia a longo prazo e de segurança sobre os inibidores da IL-23. Foram ainda divulgados dados relativos à qualidade de vida, bem como resultados de eficácia nas unhas e no couro cabeludo com o bimecizumab, um fármaco que ainda não está aprovado”, referiu o especialista, explicando que “a psoríase tem tido um grande desenvolvimento terapêutico nos últimos anos e continuamos a assistir ao aparecimento de novos fármacos”.
Todas estas novidades terapêuticas – a par de um programa muito variado, que toca todas as áreas da Dermatologia (médica, cirúrgica e cosmética) –, fazem com que “regressemos à nossa prática clínica com uma boa bagagem para podermos ajudar os nossos doentes”, salienta Tiago Torres.