Inaugurada em abril de 2013, num investimento que rondou os 2 milhões de euros, a atual infraestrutura da Santa Casa de Misericórdia de Alfeizeirão está preparada para dar resposta a utentes da Estrutura Residencial, do Centro de Dia e do Serviço de Apoio Domiciliário. Além disso, a instituição tem uma resposta social única no distrito de Leiria, o Centro de Acolhimento de Emergência Social (CAES) está aberto 24 horas por dia, 365 dias por ano acolhendo maioritariamente desalojados económicos e sociais e sem abrigos. Mas há ainda mais para conhecer.
Quem chega a Alfeizeirão não dirá que ali existe uma das respostas sociais de maior referência do distrito de Leiria. O edifício de grandes dimensões da Santa Casa de Misericórdia de Alfeizeirão fala por si. Ali parecem não faltar respostas no que diz respeito ao apoio aos mais velhos. Foi nas palavras do provedor da instituição, Luís Monteiro de Castro, que percebemos que a SCM de Alfeizeirão é ainda mais do que aparenta.
A fundação da Santa Casa da Misericórdia de Alfeizerão remonta ao primeiro quartel do século XVI, muito provavelmente ainda no reinado do Rei Dom Manuel I, após a conceção do Foral em 1514 e consequente atribuição do estatuto de Vila e Sede de Concelho. No entanto a história da instituição ressurge-se no início da década de 90. Em 1992, um conjunto de Residentes da Freguesia de Alfeizerão impulsionou um movimento solidário com o propósito de refundar a
Misericórdia de Alfeizerão e assim restituir à população, uma entidade capaz de criar condições para responder aos desafios da atualidade e não para a resolução das necessidades dum passado distante, sempre com o intuito de prestar ajuda a uma população cada vez mais envelhecida e carenciada de apoios de proximidade, que os seus familiares (muitos deles a viverem no estrangeiro ou em lugares distantes), não lhes podem prestar.
Para responder socialmente às necessidades da população idosa das 26 povoações que integram a Freguesia de Alfeizerão, a instituição arrancou com a valência de apoio domiciliário em 1999, seguindo-se em 2004 o centro de dia e, em 2013, o lar residencial. Com a inauguração das novas instalações, iniciaram- se as valências de ERPI, com 40 camas, repartidas por quartos individuais e duplos, as atividades ocupacionais, banco alimentar, ambulâncias, cuidados de saúde, reabilitação física e psicomotora.
Em 2014 é criado o centro de acolhimento de emergência social e em 2015 inicia-se o acolhimento a refugiados, no âmbito do programa Europeu de recolocações de estrangeiros, vindos de Zonas de Conflitos Armados, a funcionar num Edifício da Misericórdia, entretanto adaptado para o efeito.
As respostas sociais não param por aqui. Pode-se ainda referenciar o escritório social, a loja social, a oficina social e o turismo social. A tudo isto acresce ainda a mais recente resposta social, a universidade sénior, destinada a utentes com idades a partir dos 50 anos e maior grau de mobilidade.
Continuar a crescer
Apesar de todas as respostas sociais, a instituição não para de crescer. A administração revela-se tanto de visionária quanto de preocupada com a região. Não há carências que não sejam pensadas e a ambição de continuar a crescer mantém-se presente. Em conclusão está o alargamento do lar residencial, mas os próximos passos estão já definidos.
Preste a passar de ser um projeto para a sua concretização está a extensão das respostas referentes à saúde. “Vamos erguer o novo bloco precisamente para desenvolver outras valências no domínio da saúde, nomeadamente consultórios médicos de especialidade. Vamos ter também uma enfermaria, meios de diagnóstico complementares, um bloco operatório para pequenas cirurgias, uma sala de recuperação física e psicomotora, fisioterapia, no fundo é um abranger de toda a área clínica. Além disso no segundo andar teremos uma unidade para as demências, cuidados paliativos e cuidados continuados. Queremos ainda construir uma ala de pediatria porque há uma grande carência em Portugal e estamos a estudar isso”, revelou Luís Monteiro de Castro.
Uma gestão rigorosa
“Gerir uma instituição com esta dimensão é complicado. Temos de dar respostas e assegurar a sustentabilidade o que é uma coisa quase contraditória, porque precisamos de gastar para dar essas respostas”, assim o conta Luís Monteiro de Castro.
Formado em economia, explica todo o processo de gestão com a peculiaridade de quem sabe detalhadamente cada passo da instituição: “Tentamos arranjar apoios e formas de sustentar essas necessidades que a gente criou. A Câmara também ajuda bem como algumas pessoas que se revêm nas nossas ações, fazem- nos doações. Temos depois de calcular a mensalidade dos utentes em função das despesas e estas ajudas têm-nos permitido a reduzir esses mesmos custos”. Acrescenta ainda que o alargamento da valência de ERPI será também uma ajuda financeira para a instituição: “Já fizemos contas e com os novos utentes garantimos a sustentabilidade da instituição e poderemos baixar as mensalidades o que nos permite ter algum equilíbrio financeiro. Além disso conseguimos ter alguma rentabilização com os serviços de saúde que dispomos para a comun simbólicos, são ajudas importantes”.