A pandemia está a fazer aumentar o desemprego jovem, que já está nos mesmos valores de 2017. Dos jovens entre os 15 e os 24 anos, 25,6% estão sem emprego.
Os valores não estavam assim tão altos como em 2017. A taxa de desemprego dos jovens regressou ao patamar dos 25% em apenas três meses. Um em cada quatro jovens (25,6%) entre os 15 e os 24 anos está desempregado e o panorama no mercado de trabalho só deverá acontecer depois da primavera de 2021, disse o antigo presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
De acordo com o jornal ‘Público’, a pandemia de COVID-19 está a fazer aumentar o desemprego jovem, atirando a taxa para valores de há três anos.
Segundo os dados de junho do Instituto Nacional de Estatística (INE), nesse mês havia 81,2 mil jovens sem trabalho, mas que procuravam ativamente emprego e estavam disponíveis para trabalhar — um valor semelhante a alguns meses de 2017 ou mesmo de 2009 (pico da crise económica).
Ou seja, um em cada quatro jovens (25,6%) da população ativa entre os 15 e os 24 anos está desempregado. E, em julho, 45 mil jovens até aos 24 anos estavam inscritos nos centros de emprego, mais 58% do que no mesmo mês do ano passado.
Estes são apenas os números oficiais, que não incluem as categorias de subemprego.
Ao ‘Público’, Francisco Madelino, economista e antigo presidente do IEFP, prevê que vá ser difícil uma mudança de panorama no mercado de trabalho, pelo menos, até à primavera do próximo ano.
Segundo disse, não só haverá menos ofertas de trabalho por parte das empresas, que estão mais fragilizadas, como poderão ser menos os jovens que procuram emprego, por falta de expectativas ou devido à situação sanitária, que está a bloquear os canais normais de divulgação de ofertas de trabalho.
Esta é só a “ponta do icebergue”, avisa Marcelo
O Presidente da República está certo de que a crise no mercado de trabalho ainda só mostrou a sua “ponta do icebergue” e que Portugal não espera tempos fáceis.
“Várias vezes a qualifiquei como brutal. Estamos ainda na ponta do icebergue, porque essa crise ainda não é muito visível”, avaliou Marcelo Rebelo de Sousa.
O aviso do chefe de Estado é perentório: o mercado de trabalho pode ainda tornar-se mais hostil. As medidas de mitigação da crise pandémica, tais como o lay-off simplificado, “os complementos, o regime de sucessão do lay-off simplificado e outros apoios sociais” têm “amortecido” o aumento do desemprego, assinalou o Presidente da República.
“Sabemos que vai bater fundo, sobretudo em dois tipos de famílias: os mais idosos ou menos jovens, com dificuldade de reajustarem ao mercado de trabalho, e os mais jovens, que tinham projetos que acalentavam e os veem adiados. Em muitos casos, porque tinham empregos precários, são dos primeiros a serem dispensados.”
As palavras do Presidente da República surgem no dia em que se soube também que a taxa de desemprego aumentou em junho para 7,3%, mais 1,4 pontos do que em maio e mais 0,7 pontos que no mesmo mês de 2019, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística.