A Prisa chegou a um acordo para a venda da totalidade dos 65% da Media Capital a um conjunto de investidores por 36,8 milhões de euros. Entre os investidores, todos portugueses, estão a nova diretora de Entretenimento e Ficção do canal e os dois cantores.
A Prisa ignorou o anúncio preliminar da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Cofina sobre a Media Capital e avançou para a venda da totalidade da sua participação (cerca de 65%) a um conjunto de investidores portugueses por um valor de 67,6 cêntimos por ação.
Segundo um comunicado enviado ao mercado, esta operação valoriza a dona da TVI em 150 milhões de euros (dívida incluída), 63% acima do valor implícito na oferta da Cofina – dona do Correio da Manhã e CMTV – que, nestas condições, fica pelo caminho.
É público que Cristina Ferreira, a nova diretora de Entretenimento e Ficção do canal, será uma das acionistas da Media Capital, com uma posição acima dos 2%, mas há um conjunto de outros investidores empresariais (family office) e particulares, cujos nomes ainda não foram revelados.
Vários órgãos de comunicação avançam que Pedro Abrunhosa e Tony Carreira serão também novos acionistas da dona da TVI, Plural e Rádio Comercial. O ‘ECO’ apurou que haverá, pelo menos, três grupos novos de acionistas a deter mais de 10% do capital.
“A operação vai ser concretizada de forma simultânea mediante as transmissões independentes de blocos de ações por um preço total de 36,850 milhões de euros”, revela a Prisa.
“Depois de levar a cabo, através de uma entidade financeira, uma prospeção de potenciais investidores, a Vertix (filial integralmente detida pela Prisa) subscreveu no dia de hoje [4 de setembro] com uma pluralidade de investidores acordos independentes de compra e venda de ações da entidade cotada portuguesa Media Capital SGPS, que no seu conjunto representam a totalidade da participação acionista (64,47%) mantida pela Vertix na Media Capital”, lê-se no comunicado.
Agora que estão assinados os contratos-promessa de compra e venda dos cerca de 65% do capital, a efetivação do negócio tem ainda de passar pela aprovação dos credores do grupo espanhol, num processo idêntico àquele que permitiu a entrada de Mário Ferreira na estrutura acionista da empresa, com cerca de 30% do capital, e que poderá demorar cerca de quinze dias a três semanas.
Com estas vendas, a Media Capital passará a ter uma estrutura acionista plural e diversificada, com mais de dez acionistas portugueses, e em que nenhum deles tem uma posição de controlo.
No entendimento jurídico da Prisa, as vendas de ações da Media Capital a vários investidores, numa lógica de dispersão do capital, não estão sujeitas à autorização prévia da Entidade Reguladora da Comunicação Social, apurou o ‘ECO’.