No ano passado quase 40% dos jovens entre os 25 e os 34 anos tinha um grau académico. Entre 2009 e 2019, o número de jovens licenciados em Portugal subiu 14 pontos percentuais.
Os números são da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Nos países que fazem parte desta organização, a média de licenciados na faixa etária 25-34 anos é de 40%, Portugal incluído.
Já na última década (2009-2019) o aumento de jovens com cursos superiores em Portugal foi de nove pontos percentuais, revela o relatório “Education at a Glance” [“Visão geral da Educação”, em português], apresentado, em Paris.
As mulheres são as que mais têm um grau académico. Em Portugal a percentagem é de 45% (os homens não vão além dos 29%), enquanto a média dos países da OCDE é de 51% (contra 39% dos rapazes).
Em termos de idades, o documento – analisado pelo ‘Jornal de Notícias’ – destaca que os jovens portugueses são dos que mais cedo acedem ao nível superior de ensino, por volta dos 20 anos, ao contrário da média dos 31 países analisados cuja idade é 22.
Em relação ao ensino profissional, a média da OCDE é de 42% e a de Portugal é de 40% dos alunos. Estes têm ainda a oportunidade de prosseguir os estudos no ensino superior, valência que nem todos os países proporcionam.
Os alunos que terminam o secundário pela via profissional e os que prosseguem a formação por uma via não superior têm uma taxa de empregabilidade maior (88%) à da média da OCDE (82%).
Impacto da pandemia na educação
A OCDE alerta para o desinvestimento dos países nesta área, para poderem alocar recursos à saúde e à economia. No caso português, o investimento é de 10% da despesa pública e inferior aos 11% da média da OCDE.
Outra das preocupações tem a ver com a mobilidade internacional dos alunos, bem como a posterior captação de mão-de-obra estrangeira qualificada, através daqueles que permanecem no país onde adquiriram a formação. Portugal será um dos países mais prejudicados pela diminuição de alunos estrangeiros.
A desigualdade provocada pelo acesso aos meios tecnológicos, a falta de preparação de docentes para o digital e de recursos nas instituições são as falhas apontadas à solução do ensino à distância, a nível internacional.