O concelho de Salvaterra de Magos integra o Caminho Central dos Caminhos de Santiago, num traçado de 19kms em permanente contacto com a natureza, o Tejo e com a nossa história.
A etapa do percurso que atravessa o concelho de Salvaterra de Magos, liga Salvaterra de Magos a Muge, num percurso com duração estimada em 4h30.
Salvaterra de Magos é a Capital Nacional da Falcoaria e tem no seu passado e presente uma forte ligação identitária a esta prática de caça, classificada como património cultural imaterial da humanidade pela Unesco. Uma prática que remonta ao séc. XVIII no território salvaterrense, praticada pela família Real, e que em 2016 recebeu o reconhecimento da Unesco.
É precisamente junto à Falcoaria Real, de traçado pombalino, que se inicia o percurso no concelho de Salvaterra de Magos, podendo o visitante comtemplar o bonito edifício e ter contacto com os falcoeiros, com as aves e com a história deste património.
O percurso segue diante do Posto de Turismo Municipal e da Igreja da Misericórdia, seguindo depois por belas paisagens naturais à beira Tejo, que permitem contemplar a lezíria e a diversidade de culturas agrícolas nela produzidas.
A aldeia piscatória de Escaroupim e a sua Mata Nacional, são mais dois pontos altos do percurso no concelho. Escaroupim é uma aldeia à beira Tejo fundada por pescadores oriundos da Praia da Vieira, no concelho da Marinha Grande, que no inicio do século XX rumaram ao Tejo em busca do sustento das suas famílias, acabando por se fixar e criar a aldeia com casas típicas de madeira pintadas em cores vivas e assentes em pilares. Toda a história deste povo é possível descobrir numa visita aos museus da aldeia (Museu Escaroupim e o Rio e Casa Tradicional Avieira).
A Mata Nacional do Escaroupim, com uma extensa mancha de pinheiro e de eucalipto e que tem incorporado o Parque de Campismo do Escaroupim, conduz o peregrino por uma paisagem acolhedora em pleno contacto com a natureza. É desta mata que saem as folhas que alimentam diariamente os koalas do jardim zoológico de Lisboa. É em contacto com a natureza e com o Tejo que o percurso chega à vila de Muge, através do parque do Rossio e atravessando a sua ponte romana até ao concelho de Almeirim.
Salvaterra de Magos é assim um ponto de passagem e de paragem obrigatória para peregrinos e amantes da história, da fé e da natureza.