É uma Associação, um clube e até uma empresa já distinguida durante vários anos como PME Excelência. Falamos da Associação Naval do Guadiana (ANG), de Vila Real de Santo António, um verdadeiro polo dinamizador e de união da Eurocidade do Guadiana que foi apresentado à IN pelas palavras do seu presidente, Luís Madeira.
A Associação Naval do Guadiana é uma verdadeira escola de campeões. Com a premissa de fomentar o desporto náutico na região, esta Associação tem crescido ano após ano, e não apenas no que diz respeito a medalhas e campeonatos. A prática desportiva das modalidades de vela (nas diferentes classes), canoagem, pesca desportiva e até jet-ski e motonáutica são apenas o centro de uma atividade verdadeiramente dinamizadora da região da Eurocidade, mas há ainda dois restaurantes, um bar, um porto de recreio e projetos para continuar a ser uma verdadeira referência no desporto nacional.
Decorria o ano de 1983 quando um grupo de amantes da prática desportiva náutica se uniu para criar a Associação Naval do Guadiana, o objetivo principal era a criação de um clube exclusivamente náutico, e a bandeira principal, a construção de uma doca de recreio frente ao jardim municipal. Sem seguir o modelo associativo mais comum, esta Associação formou-se e cresceu com um modelo autossustentável. “Foi o projeto base da nossa organização e foi assim que conseguimos sobreviver porque conseguimos criar, ao longo dos anos, um modelo de gestão que não está dependente dos subsídios”, explicou Luís Madeira, o atual presidente da ANG. Parte desse modelo de autossustentabilidade passou “pela primeira instalação flutuante que havia desde Cádiz até Vilamoura”, passando assim a gerir o porto de recreio de Vila Real de Santo António, diferenciado pela vigilância e serviço de 24 horas por dia e pela localização bem próxima de Espanha.
A ANG possui ainda o Bar Panorâmico – situado a sul do porto de recreio do Guadiana – e dois restaurantes, o Restaurante da Associação Naval do Guadiana e o Restaurante Porto de Recreio. Com conceitos diferentes, os restaurantes da Associação Naval do Guadiana têm, contudo, pontos em comum. O charme, a qualidade, a localização, o enquadramento e as vistas únicas e privilegiadas sobre o Porto de Recreio, a vizinha Espanha e todo o estuário do Guadiana. O peixe de rio e de mar, ao longo da costa algarvia, é o chamariz de atenções destas casas. Estes restaurantes têm-se tornado num clássico no centro pombalino de Vila Real de Santo António. A espetada de tamboril é um dos pratos mais conhecidos do espaço, com mais de 100 lugares e uma esplanada com outros 60 junto ao Guadiana, mas também vale a pena provar a cataplana de amêijoas e camarão, a açorda de marisco ou o próprio bacalhau à Naval, frito e servido numa cebolada com pimento e batata, além das especialidades de atum.
O facto de a ANG ser uma autêntica empresa já fez com que, por vários anos fosse reconhecida como PME Excelência, além disso esta Associação é responsável por mais de 40 postos de trabalho. Todavia, é o desporto ‘quem mais ordena’ por aqui. “A criação de riqueza, bem como tudo o que se faz aqui tem como base proporcionar prática desportiva náutica a todos a que nos procuram, sejam sócios ou não sócios. Qualquer pai que queira integrar o seu filho na prática desportiva náutica, tem aqui uma oferta gratuita, os barcos são nossos, os barcos de apoio são nossos, a manutenção e as deslocações são por nossa conta. Todo o capital que angariamos é para melhorar as nossas infraestruturas”, refere Luís Madeira.
O clube da Associação Náutica do Guadiana é um verdadeiro clube vencedor. Perde-se a conta dos vários atletas intitulados. Há campeões nacionais, campeões e vice-campeões mundiais, nas variadas modalidades praticadas (vela, canoagem, pesca desportiva e natação). Para além das medalhas e dos troféus a ANG realiza inúmeras atividades e competições nacionais e internacionais, inclusive as provas transfronteiriças mais antigas, acentuando a sua importância como polo dinamizador de todo o território do Baixo Guadiana.
Querendo manter o seu crescimento e a sua responsabilidade social e económica nesta região do Baixo Guadiana, a ANG pretende avançar com a expansão do porto de recreio de Vila Real de Santo António. “Neste momento estamos com o projeto aprovado e a concessão assinada para o alargamento do porto de recreios para sul, com mais 300 lugares. A sua concretização será uma das principais alavancas da economia local. Este é um projeto em que estamos a trabalhar há vários anos e que vai trazer novos postos de trabalho e um impacto económico de oito milhões de euros por ano, para a economia local, segundo um estudo realizado”, realça o presidente da ANG.
Com uma dinâmica muito própria, as escolas de formação da ANG proporcionam atividade desportiva gratuita aos jovens do concelho de Vila Real de Santo António e concelhos limítrofes tendo em funcionamento o centro de formação desportiva do desporto escolar, oferecendo férias desportivas e a primeiro convívio dos mais jovens com as modalidades náuticas. Para tal a ANG possui uma ampla frota de embarcações de vela e canoagem tanto de iniciação como de competição e dispõe ainda de cinco viaturas de apoio à atividade e roulottes de transporte e oito embarcações de apoio. Em claro crescimento a Associação prepara-se para assumir o compromisso de ser um dos principais polos dinamizadores do Baixo Guadiana, em todo o seu território, assumindo a expansão do porto de recreio, como fundamental para o desenvolvimento socio económico de toda a região é atualmente a entidade coordenadora da ESTAÇÃO NAUTICA DO BAIXO GUADIANA, única a nível nacional de cariz transfronteiriço, que engloba os municípios portugueses de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António, e Ayamonte por parte espanhola, além de inúmeros parceiros de ambas as margens.