O Pónei da Terceira, também conhecido como o Cavalinho da Terceira, é um cavalo de pequenas dimensões (média de altura ao garrote de 128 cm nas fêmeas e 130 cm nos machos), proporcionados e equilibrados, representando um cavalo em ponto pequeno, o que se reflete na amplitude de movimentos, quer no passo quer sobretudo no trote, com suspensão de uma diagonal para a outra, dignas de registo para este tipo de equinos (Póneis). São animais rápidos, inteligentes e de índole extraordinária, características fundamentais para a iniciação dos mais jovens na equitação.
Estudos genéticos com mais de 60 raças dos vários continentes, demonstraram que os parentes mais próximos do Pónei da Terceira são algumas raças da Península Ibérica e raças da América do Sul, pelo que se crê que sejam descendentes de animais trazidos para o arquipélago aquando do povoamento das ilhas, e que sabiamente foram alvo da seleção continuada por parte dos Terceirenses, feita com base na funcionalidade como animais de trabalho e de transporte. São inúmeros os relatos que enaltecem a resistência física e coragem destes animais que engatados a uma carroça, a um arado ou a uma grade, iam desempenhando as suas funções com paciência e dedicação. Nos tempos modernos são animais, por excelência, vocacionados para a atrelagem e saltos.
No passado e até meados do século XX, o número de animais era bastante elevado na ilha Terceira. O aparecimento de novas práticas agrícolas e cruzamentos indevidos, com cavalos de maiores dimensões, levou a um declínio muito acentuado da população. Pelo que nos anos 90 do século passado, um grupo de investigadores da Universidade dos Açores iniciou um projeto de recuperação e gestão desta população de animais.
A Associação de Criadores e Amigos do Pónei da Terceira (ACAPT), em parceria com a Universidade dos Açores, foi a entidade que promoveu o reconhecimento oficial do Pónei da Terceira como raça autóctone Portuguesa, o que foi conseguido a 27 de janeiro de 2014. Atualmente é a entidade responsável pela manutenção e gestão do Livro Genealógico do Pónei da Terceira e demais responsabilidades a ele inerente.
Uma vez que a sustentabilidade do Pónei da Terceira atualmente assenta no desporto equestre, na formação dos jovens cavaleiros e na sua utilização em atividades turísticas é impensável que o Pónei volte a sofrer o declínio observado nos anos 70-80 do século passado, mas quanto mais apoios houverem à criação, mais fácil será aumentar o número de criadores.
Para além de todas as iniciativas que levaram ao reconhecimento do Pónei da Terceira como raça autóctone a ACAPT tem desempenhado um papel importante no incentivo do uso destes animais na sua nova função – o ensino das diferentes modalidades da equitação às classes mais jovens. A ACAPT tem sido também participante assídua em Feiras Agrícolas Regionais e Nacionais, como seja a Feira Nacional do Cavalo e a OVIBEJA.
Atualmente a ACAPT está a construir o Centro Interpretativo do Pónei da Terceira (CIPT), que tem como objetivos principais promover e divulgar o Pónei da Terceira, contribuindo para a conservação deste património genético e cultural da ilha Terceira e dos Açores. O CIPT disporá de um espaço de exposições onde os visitantes poderão ficar a conhecer as origens e utilidade destes animais no passado e na atualidade, e de um espaço de exposições de animais permitindo usufruir de passeios a cavalo em Póneis da Terceira, ou em carros de cavalos tirados por Póneis da Terceira.