Yolanda Sá é Instrutora de fitness e tem uma energia contagiante que transmite nas suas aulas e que se sente ao entrevistá-la. É um dos rostos do staff da Academia Fitness dos Bombeiros Voluntários de Famalicão (BVF), uma instituição da cidade minhota, com excelentes condições para os seus associados. Quem se inscreve no ginásio torna-se, desde logo, sócio dos BVF, contribuindo assim para a Associação que tantas vezes zela por todos. A mensalidade pode ser considerada low-cost, o estacionamento é gratuito e a localização é ótima. A somar a isso há aulas de grupo para todos os gostos e o ambiente é familiar. Yolanda fala-nos desta Academia com um brilho nos olhos, afinal é uma parte muito importante da sua vida, e do seu percurso desde os tempos em que imitava as coreografias dos Backstreet Boys até aos dias de hoje, em que leva alegria e saúde a tantas alunas.
Para começar, peço-lhe que nos fale um pouco de si e do seu percurso de vida, Yolanda.
Eu cresci num bairro social, numa associação de moradoras nas Lameiras, aqui em Vila Nova Famalicão, onde desde muito nova sempre tive um encanto pela dança. Eu passava o dia a ver a MTV, Madonna, Prince… E sempre tentei recriar aqueles passos. Eu pegava nas crianças e treinava uma coreografia dos Backstreet Boys… Entretanto fui convidada, logo com 18 anos, a trabalhar no associativismo. Tínhamos uma salinha com jovens dos 6 aos 30 e eu era a monitora. Era um bairro complicado e então tentámos pegar naqueles jovens e trabalhar com eles. A dança sempre foi um escape, para eles e mesmo para mim, que vivi no bairro e fui criada pela minha bisavó. Tanto que esse projeto ainda hoje existe, embora eu já não viva no bairro, faço parte da associação e ainda hoje tenho um projeto social, em que pego em algumas dessas crianças e levo-as a dançar. Temos estado sempre na Escritaria, em Penafiel. Este ano estivemos lá com um escritor cabo-verdiano (Germano Almeida), há dois anos estivemos com Pepetela (escritor angolano). Eu vim de Angola e toda essa cultura africana, a percussão, tem muito a ver comigo, e eu adoro.
Entretanto foi tendo o seu percurso académico, e outras formações também?
Tirei Gestão de Desporto no ISMAI e fui fazendo formações na área do fitness, sim. Entretanto tirei o Mestrado em Educação Física e Desporto. E esta minha paixão faz com que eu tenha umas aulas totalmente diferentes. Eu gosto de fazer vídeos com as alunas, gosto de criar e aproveito estas alturas do Natal, do Halloween também, para que as pessoas possam sair do normal. As alunas são sempre o centro das minhas aulas, eu não subo para o palco, estou sempre no meio delas.
E há quanto tempo é instrutora aqui na Academia dos Bombeiros Voluntários de VN. Famalicão?
Agora já estou há sete anos, mas foi aqui que eu comecei. E foi por causa disso que comecei a tirar formações. Depois andei por Porto, Braga, Vizela… Ainda dou aulas em Braga atualmente.
Que tipo de aulas de grupo é que dá?
Eu criei o Just Dance, em que podemos dançar o que quisermos. Eu desafio-as a fazer um Burlesque, desafio-as a fazer africano vestidos com palhotas. Fiz uma aula de rancho para fazer o vira do Minho! Tento abranger todo o tipo de danças, porque tenho gente muito diferente nas minhas aulas, tenho uma senhora de 60 anos que não vai gostar de Burlesque, mas vai gostar do vira. Tenho as novinhas que “só” querem funk, o Rock para as quarentonas. (Risos).
E só tem mulheres nas aulas? Não há nenhum homem?
Infelizmente é difícil. Em Braga consigo mais, aqui em Famalicão é muito difícil ter um homem na aula, e quando tenho são latino-americanos, da Venezuela… Portugueses é muito difícil mesmo.
Quais considera serem as suas principais qualidades enquanto instrutora?
Talvez a empatia. Eu consigo ler muito rápido a energia da aluna, perceber ao que é que ela está disposta ou não está.
E é um tipo de aula difícil para quem chega pela primeira vez ao ginásio?
Não. Tento fazer o mais básico possível, coreografia com 8 ou 16 tempos. Por exemplo, se fizermos uma aula de salsa, começo do básico e só no final é que temos a junção de todos os passos. Eu quero que todas se integrem na aula.
Para quem chega a um ginásio pela primeira vez, qual o seu conselho? Devem começar por onde? Aulas de grupo, musculação? É importante ter, desde logo, um Personal Trainer (PT)?
Eu acho que, se o objetivo é performance, aí é preciso um PT, porque se as pessoas não tiverem noção corporal os erros e as lesões podem ser graves. Se queremos um “escape” há tipos de aulas que são básicas, um GAP (glúteos, abdominais e pernas), uma aula de local (ginástica localizada). Para começar eu aconselho sempre a dança, naqueles 45 minutos consegues sair do teu dia a dia e ganhar uma energia totalmente diferente.
Aqui na Academia de Fitness dos BV Famalicão, o que nos destaca?
Nós temos uma grande variedade de aulas. Claro que o Cycling está na moda, temos o local que eu dou também, assim como step, e ainda o GAP. Temos bastantes turmas de pilates também. Hoje em dia, a nível de postura e stress, com toda esta pandemia, é uma aula cada vez mais procurada.
Precisamente, como têm sido estes últimos anos, com a pandemia? Foi um período muito difícil para os ginásios.
Foi, foi muito difícil a nível financeiro. E ainda está a ser difícil porque há muita resistência. Temos sempre aqueles mais céticos, mas a nível de aulas de grupo nós não perdemos assim tanto. Acho que quem gosta de aulas do grupo, assim que pôde, voltou logo ao ginásio. Porque fazia falta, isto é um estilo de vida. Mas o ginásio não vive só de quem ama o fitness, isso é um grupo muito reduzido, que requer muita disciplina e muito foco. O ginásio vive e precisa de todos.
Quer deixar uma palavra de motivação que leve mais pessoas a praticar desporto e a procurar um ginásio como o vosso?
O Ginásio dos Bombeiros de Voluntários de Famalicão é um ginásio de família e recebe as pessoas de braços abertos. A nossa principal preocupação é o aluno e tentamos sempre ir ao encontro das expectativas de cada um. Esta Academia é dos ginásios mais antigos de Famalicão. Nunca tivemos nenhum foco de Covid-19, fomos dos primeiros a fechar com a pandemia e fomos os últimos a abrir. Sempre houve essa preocupação.
E há uma vertente solidária?
Sim, quando alguém se inscreve no ginásio, em vez da joia de inscrição, torna-se sócio dos Bombeiros. É essa a condição, e a quota serve também para ser associado dos Bombeiros Voluntários de Famalicão.
Estamos agora a chegar ao final do ano, em pleno Natal. Quais são seus planos e expectativas para o próximo ano?
Espero que no próximo ano já estejamos um bocadinho habituados a conviver com o Covid. Vamos ter que conviver com ele, então quebremos a barreira de tentar retomar a normalidade o mais possível. Claro que tomando todas as precauções e tendo os cuidados que temos que ter. Nós estamos a perder saúde mental e então o ginásio pode ser muito melhor que qualquer antidepressivo. As endorfinas que produzimos com o prazer de estar a praticar exercício físico é o melhor. Então se querem recuperar a saúde perdida nestes dois anos, vão ao ginásio. Divirtam-se! Experimentem aulas de grupo diferentes, para descobrir o que gostam mais, qual o professor com quem têm mais empatia. Repito: vão ao ginásio, pratiquem caminhadas e sintam-se saudáveis!