No mercado há mais de 30 anos, a Frutas Martinho é uma empresa de caris familiar, localizada em São Bartolomeu de Messines, no concelho de Silves. A IN Corporate Magazine esteve à conversa com Martinho Santos, Diretor Geral da empresa especializada na produção, embalamento e comercialização de citrinos para desvendar os segredos do sucesso.
Aproveitando os fatores edáfico-climático que a região Algarvia oferece, a Frutas Martinho aposta na produção de um produto de excelência. O Diretor Geral, Martinho Santos, descreve o citrino desta região como um produto único: “conseguimos criar um produto de excelência, que é a laranja de Silves, caraterizada pelas excelentes características organoléticas, pela sua intensidade da cor exterior e interior do fruto, isto deve-se ao clima e aos solos existentes aqui.” O caminho tem sido percorrido ano após ano sempre com os olhos postos na produção de qualidade. “A Frutas Martinho, neste momento, já está com alguma produção própria, tem associados 33 agricultores, e está presente nas três linhas de mercado: na grande distribuição, no mercado tradicional e na exportação.”
Em 2013 a instalação de uma nova linha de embalamento permitiu à empresa crescer e chegar à grande distribuição. “Houve uma grande capacidade de resposta aos pedidos dos nossos clientes” a partir dessa altura, diz o diretor, referindo que antes se dedicavam mais aos “mercados nacionais tradicionais.” Este crescimento permitiu reforçar a equipa em vários sectores. Hoje a empresa conta com 63 trabalhadores dentro da unidade e com um corpo técnico bastante significativo, nas áreas agrícola, qualidade e comercial.
Toda a produção está em modo de produção integrada (PI) e indicação geográfica protegida (IGP), certificações que garantem a origem e a qualidade da laranja do Algarve, reconhecida pela Comunidade Europeia. As Frutas Martinho são igualmente qualificadas por uma norma europeia Global G.A.P, um sistema de certificação usado entre os produtores e proprietários de marcas na produção e comercialização de alimentos, com uma produção segura e sustentável. “Nós estamos a pender numa agricultura sustentada e é evidente que o mercado obriga a essas certificações. E nós neste momento estamos a cumpri-la na íntegra, seja a nível de IGP, seja a nível de Global G.A.P.”
A construção de uma relação honesta e transparente com os clientes e fornecedores faz parte do ADN das Frutas Martinho, que procuram a concretização de negociações justas, que contribuam no desenvolvimento de todos os envolvidos no processo. A preocupação com a sustentabilidade é uma realidade na empresa, que garante que o caminho passa por continuar a seguir outras normas e preparar todos os campos a resíduo zero, para no futuro oferecerem um produto com o zero de resíduos. “Esse é o caminho, é o futuro, a Europa terá de caminhar nesse sentido. O cliente exige-o, mas antes de o cliente exigir somos nós próprios a impor-nos essa regra”. A ideia, segundo Martinho Santos, é estarem na linha da frente: “Este vai ser um mote de diferenciação. Estar um passo à frente nestas medidas de resíduo zero.”
A falta de água é outra das preocupações das Frutas Martinho, que está a ser gerida por uma equipa especializada. O problema que já é recorrente na região do Algarve tem-se intensificado nos últimos anos. “Todos os nossos campos estão, neste momento, equipados com sondas e estamos a fazer uma monitorização da rega diariamente.” Martinho Santos defende que o papel dos agricultores na administração dos recursos hídricos é fundamental: “a nível agrícola, é evidente que nos cabe a todos nós, agricultores, fazer uma gestão ótima da rega.”
Dentro da Frutas Martinho, todos os agricultores que fornecem a central fruteira, estão abrangidos pelas mesmas normas e pelas mesmas certificações. O trabalho passa por terem no terreno o corpo técnico a auxiliar os agricultores. Para o futuro, Martinho Santos confidencia que as Frutas Martinho pretendem oferecer ao consumidor um produto livre de pesticidas com as mesmas qualidades. “Queremos um produto bonito, saboroso, sustentável, e que ao produzi-lo não façamos mal ao meio ambiente e que se mantenham as qualidades no produto final. Esse é o futuro que nós reservamos para os nossos citrinos”. E conclui defendendo a laranja do Algarve, “há 22 anos que estou com os citrinos, sempre defendi esta laranja e para mim há de ser sempre a melhor laranja do Mundo.”