O Minho é das zonas dos país onde melhor se come. Foi com essa certeza que fomosaté Vila Nova de Famalicão conhecer um dos mais recentes restaurantes da cidade.O Alma & Sal abriu em Maio do ano passado e é já um grande sucesso. Hugo Silva e Pedro Freitas, ambos com muita experiência na área da restauração, são os mentores deste projeto “inovador e ambicioso”. Hugo diz mesmo que praticamente “nasceu” atrás de um balcão de um café. Já Pedro tem na mãe, Maria Rosa, a grande inspiração, a quem ainda liga a pedir “uns truques culinários”. Esta ternura, muita alma e dedicação fazem deste restaurante uma visita obrigatória para quem gosta de apreciar a melhor carne, e não só.
Como surgiu a ideia de abrir este restaurante. Qual é a formação anterior dos seus mentores?
A ideia de abrir o Alma & Sal surgiu da nossa paixão pela área da restauração e por sentirmos que este projeto iria trazer valor acrescentado à gastronomia da nossa cidade de Vila Nova de Famalicão. Tivemos uma excelente conexão enquanto membros de uma brigada noutro restaurante e sentimos que deveríamos avançar para um projeto em conjunto onde pudéssemos partilhar o nosso Know-how e assim proporcionar experiências memoráveis a quem nos procura. Resiliência era a palavra-chave na altura e nós resolvemos ir com tudo pois acreditamos sempre que com muito amor, trabalho e dedicação atingiríamos os nossos objetivos. Colocamos a carne toda no assador (risos) como se costuma dizer e felizmente está a superar as nossas expetativas.
Hugo: Em relação à minha formação, em 2004 decidi aperfeiçoar os meus conhecimentos e inscrevi-me no curso de diretor técnico de restauração na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto. Como fiquei a gostar, continuei a fazer mais e mais formações. Ficou o bichinho da procura pelo saber-saber, saber-fazer e saber-ser. Estamos sempre em constante aprendizagem e procuro estar sempre atualizado. Tenho 3 carteiras profissionais: Diretor de restaurante, Empregado de mesa de 1ª e Cozinheiro de 2ª. Fiz também formação em HACCP direcionada para a área alimentar. É um sistema de Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos que tem na sua base uma metodologia preventiva através da eliminação ou redução de perigos e de forma a garantir que não sejam colocados alimentos não seguros à disposição do consumidor. Com o atual Vereador da Educação da Camara Municipal de Vila Nova de Famalicão, o Dr. Augusto Lima, fiz uma formação em Gestão e Liderança de equipas. Uma aprendizagem muito importante para lidar com a vertente profissional e humana quando somos empresários. E finalmente, fiz uma formação de Enologia com a Gabriela Albuquerque, enóloga de renome da região dos Vinhos Verdes.
Pedro: A minha formação é mais de experiência do saber-fazer. Não tive tantas oportunidades de fazer formações mas fui adquirindo conhecimento com o trabalho de algumas pessoas com quem trabalhei e das quais fui absorvendo conhecimentos e experiências. Mas a minha maior referência é, e será sempre, a minha mãe. Tudo o que sei é fruto do trabalho e da dedicação e coloco sempre muita alma no que faço. Quando colocamos amor no que fazemos, esse sentimento vai-se tornar o principal ingrediente do produto final. É uma espécie de tempero especial. Orgulhosamente, lançamos recentemente a minha versão do famoso “Bife Wellington” que tem tido um sucesso estrondoso. Aconselho vivamente que o experimentem, se me permitem a ousadia.
Qual o vosso passatempo preferido, se é que têm tempo para disfrutar desses prazeres?
Hugo: O meu passatempo preferido é praticar desporto. Tento arranjar tempo para fazer umas corridas ou ir ao ginásio. Tenho como lema mente sã, corpo são, mas confesso que esta área nos tira muito tempo e nos obriga a estar permanentemente focados no trabalho. Contudo, com boa vontade e algum esforço, tudo se consegue. Tenho a certeza que se não tivesse optado por esta área, teria tido uma profissão ligada ao desporto.
Pedro: Sou muito curioso e adoro carros. Gosto muito de tudo o que envolve o conceito automóvel. De quando em vez ainda arrisco em mexer na substituição de algumas peças. Para entrar na dinâmica do Hugo, se não fosse cozinheiro, muito provavelmente seria mecânico ou algo do género. (Risos)
Como definiriam o Alma & Sal? O que podem esperar os clientes ao visitar o vosso restaurante?
O Alma & Sal é um restaurante com um ambiente casual e descontraído onde, como o nosso nome indica, colocamos a nossa alma em tudo o que fazemos. Os nossos clientes podem esperar uma experiência diferente onde todos os seus sentidos serão desafiados. Queremos vender uma experiência gastronómica e não apenas comida. A nossa cozinha é aberta e tudo o que fazemos está à vista de todos. O nosso cliente é o centro das nossas atenções e quando superamos as expectativas de quem nos visita a nossa satisfação é enorme pois sabemos que voltarão. Mas melhor do que a nossa definição do que é o Alma & Sal é o feedback que os nossos clientes nos dão pessoalmente e através dos comentários nas várias plataformas da Internet. Pesquisem por Alma & Sal restaurante e saberão. Ah… ao fim de semana funcionamos apenas com reservas de mesa e deixamos aqui o conselho para que efetuem as reservas com antecedência pois, apesar de termos bastantes lugares, felizmente estamos sempre cheios.
Que pratos nos podem destacar, desde os principais às sobremesas?
Sem dúvida que as nossas carnes maturadas premium de gado nacional são o nosso produto estrela. Compramos a carne fresca nacional e através de um expositor maturador fazemos todo o processo de amaciamento da carne. O nosso processo de corte da carne respeita o produto e faz com que esta chegue às mesas cheia de sucos e sabor. Não podemos deixar de destacar a nossa oferta de vinhos. Apostamos em vinhos “desconhecidos” pois acreditamos que estes são uma parte muito importante da experiência gastronómica e que não há nada como combinar um bom vinho com uma boa carne. Para as nossas sobremesas temos um Chef pasteleiro exclusivo que se dedica a uma série de deliciosas obras de arte da pastelaria moderna. No entanto não podemos esquecer o leite creme queimado da nossa Patrícia que é simplesmente divinal!
Porque escolheram esta localização, em particular, para o restaurante?
(Risos) Na verdade a localização é fora do centro da cidade, mas as condições técnicas e estruturais do restaurante são ótimas. Temos uma super cozinha e três salas de refeição (uma delas privada e sob reserva). No fundo, estarmos fora do rebuliço citadino ajuda à experiência que queremos propor a quem nos visita. Um ambiente calmo e afável faz com que as pessoas se predisponham a ser mais recetivas ao que lhes queremos dar enquanto serviço de excelência. As pessoas, cada vez mais, se deslocam até ao fim do mundo para comer. A qualidade é a maior publicidade que podemos ter. Queremos agradecer ao Sr. Martins, o nosso senhorio, que tem sido uma pedra fundamental no nosso crescimento. Sempre apoiando e fazendo-nos acreditar neste projeto.
Têm Parque estacionamento?
Sim, dispomos de um parque privado para 300 viaturas em frente ao restaurante.
A qualidade dos ingredientes é fundamental para o sucesso de uma boa cozinha. Como escolhem os vossos e quais são os vossos critérios nessa escolha?
A regra principal é trabalhar com produtos de qualidade e saber trabalhá-los, porque um mau Chef pode estragar um bom produto. Trabalhar com os melhores fornecedores também ajuda e estamos em constante testagem de qualidade. Para terem uma noção, o nosso Bife Wellington demorou cerca de três meses para chegar ao ponto que queríamos. Só depois é que passou a fazer parte da carta. Neste momento é um sucesso. Apostamos também na diversidade pois temos 15 variedades de sal. A última veio do Brasil, apesar da nossa preferência recair sobre o de Castro Marim.
Nota-se que há um cuidado grande com a imagem do restaurante e uma aposta muito sólida nas vossas redes sociais. Entendem que é essencial para qualquer empresa, hoje em dia, ter o devido cuidado com a imagem e com a divulgação do seu trabalho?
Vivemos numa altura de forte aceleração / transformação digital e nós sentimos que essa é uma área importante no nosso negócio, pois quem não é visto não é lembrado. Temos três pessoas responsáveis por essa área, o Ricardo, o Eduardo e a Joana. Estão sempre atentos e em constante análise do desempenho das redes sociais. Todos eles cuidam das publicações e respondem às mais variadas questões que são levantadas sobre o nosso restaurante. Falta o Tiago que foi o responsável pela primeira sessão fotográfica. Brevemente iremos fazer outra. As redes sociais têm cada vez mais importância no envolvimento das pessoas com as marcas e nós procuramos cultivar essa relação entregando conteúdos relevantes e de qualidade. No entanto, sabemos que as pessoas só farão parte das nossas redes se as suas experiências connosco forem positivas e esse é o nosso principal foco… proporcionar boas experiências para quem nos segue e visita.
Gostei particularmente de vários postagens em que mostram o vosso staff, o qual é muito elogiado pelos vossos clientes nos comentários que vão deixando pela net. Grande parte do sucesso de um restaurante passa pela qualidade da equipa?
Sim, é de extrema importância ter uma equipa feliz e motivada. Temos mesmo muito orgulho na nossa equipa e trabalhamos todos os dias para lhes proporcionarmos as melhores condições para o desempenho das suas funções. Queremos que todos se sintam felizes naquilo que fazem e que acordem todos os dias com a motivação de fazer mais e melhor. Procuramos ouvir as suas opiniões e convidamo-los a darem sugestões de melhoria dos processos pois entendemos que só assim conseguiremos evoluir enquanto organização. Acreditamos que o todo é maior do que a soma das partes. De nada nos vale termos um grande serviço de salas se o serviço de cozinha não for de grande qualidade e vice-versa. O sucesso ou insucesso da experiência do cliente depende do espírito de entreajuda e portanto queremos que todos se sintam parte importante do processo. Eles são o nosso rosto e sem eles aquilo não passa de um espaço cheio de cadeiras, mesas e máquinas. Sentimo-nos gratos e lisonjeados pelos elogios dos nossos clientes sobre a nossa equipa pois é o maior reconhecimento que poderíamos ter e para o qual todos trabalhamos. Os nossos colaboradores são a nossa Alma e os nossos clientes são o nosso Sal.
Querem deixar algum convite aos nossos leitores, alguma mensagem para fechar a nossa entrevista?
Sim. Gostaríamos de agradecer às nossas famílias pelo apoio neste projeto, pois temos estado muito ausentes. Neste tipo de negócio, principalmente por estarmos a começar, a dedicação tem que ser uma constante. Para que resulte tem que ser uma obsessão e temos que estar sempre de corpo e alma no projeto. Aos nossos filhos e às nossas mulheres, o nosso agradecimento. Queremos agradecer também à nossa outra família, ou seja, aos nossos colaboradores, por toda a dedicação, paixão e profissionalismo. Eles são a nossa força motriz. Por último, mas não menos importante, gostaríamos de agradecer a todos aqueles que nos têm visitado e que tanto contribuem para o nosso crescimento. Ficamos a aguardar a vossa visita… até breve!