Em entrevista à IN Corporate Magazine, Silvia Costa Martins, médica dentista e diretora clínica da Infinit Smile, fala-nos sobre ser mulher e a urgência de resolver os flagelos da violência doméstica e da desigualdade de género. Ajudar os outros faz parte do seu ADN e é nas mulheres da sua família que se inspira, e sempre se inspirou, para lutar pelos seus sonhos.
Após concluir o curso de Medicina Dentária em 2005, Sílvia Costa Martins fez pós-graduações nas áreas de Periodontolgia e Implantes, Cirurgia, Reabilitação Oral e Oclusão, em Cuba, nos EUA, em Madrid e em Viena.
Em 2017 sentiu que “tinha chegado o momento” de fundar uma clínica de Medicina Dentária totalmente focada nas “necessidades dos pacientes, com uma visão mais humana, integrada e de proximidade”. Este projeto, assente na amizade e na confiança transmitida aos seus doentes, foi um “desafio enorme”, para si e para toda a equipa.
Afirma que “ser mulher não deve ser visto como um obstáculo inultrapassável se exigirmos a nós mesmas o nosso melhor, todos os dias, nunca perdendo o foco do que nos faz feliz, deixando apenas nas nossas próprias mãos a avaliação do nosso valor e capacidades”.
Nesta entrevista reflete sobre a sua luta por causas humanitárias, principalmente em relação à urgente necessidade de resolver os flagelos da violência doméstica e da desigualdade de género.
“No relatório deste ano da European Institute for Gender Equality, é referido que todos os dias morrem duas mulheres, na União Europeia, assassinadas pelo seu parceiro ou por um familiar próximo” refere a diretora clínica. Defende, por isso, o aumento dos apoios às vítimas, de forma a reerguê-las, tanto a nível psicológico como na recuperação da sua independência e da sua autoestima, “pois é normalmente uma das primeiras coisas a ser dilacerada”, concluiu. Declara ainda que é necessário desenraizar o conceito de “entre marido e mulher não se mete a colher”, pois a ajuda das pessoas que estão de fora é crucial ao incentivo da queixa por parte da vítima.
Já no que toca à desigualdade de género, considera que apesar das mudanças que vão surgindo, “o papel de cuidador recai tradicionalmente sobre a mulher, especialmente nos estratos sociais mais desfavorecidos, o que acarreta sacrifícios profissionais, quer pela falta de apoios financeiros (que existem noutros países) quer por não estar criada uma rede de infraestruturas de apoio eficiente e acessível”, juntando-se a estas dificuldades questões como a mobilidade nos centros urbanos e o acesso aos serviços de saúde.“
Dar força mental e emocional é fundamental para que surja a coragem para agir”, conclui, apelando a todos para que se unam na luta contra estes graves problemas que teimam em não desaparecer.