A IN Corporate Magazine acompanhou o lançamento da ação de promoção da nova marca nacional, Queijos do Centro de Portugal junto dos consumidores. Uma marca que honra toda a tradição e distinção que envolve os queijos com Denominação de Origem Protegida (DOP), da região centro de Portugal.
Os Queijos Serra da Estrela DOP, da Beira Baixa DOP e do Rabaçal DOP são identificados como os principais produtos representativos da região Centro de Portugal. Estes possuem qualidades e especificidades que nos remetem diretamente para a área geográfica em que são produzidos, desde as pastagens aos animais e às pessoas que trabalham e se dedicam à confeção destes queijos.
Designa-se Queijo Serra da Estrela DOP o queijo curado semi-mole, com uma maturação mínima de 30 dias, e de Queijo Serra da Estrela (velho) DOP àquele com uma maturação mínima de 120 dias. O Queijo da Beira Baixa DOP é curado dos tipos Amarelo, Castelo Branco e Picante, distintos pelo seu processo de cura diferenciado, após a coagulação do leite. Por fim, o Queijo do Rabaçal DOP é um queijo curado de pasta semidura a dura, com uma mistura de leites de ovelha e cabra.
Os Queijos com DOP, Queijos de Denominação de Origem Protegida, são assim denominados por se identificarem como produtos originários de uma área geográfica delimitada. Ou seja, onde todas as fases de produção naturais e humanas, até à execução do produto final, pertencem a uma localidade única. Neste caso, o Centro de Portugal que vê assim reconhecida e valorizada toda a fileira de produção destes queijos.
O Programa de Valorização da Fileira dos Queijos da Região Centro é um projeto cofinanciado pelo CENTRO 2020, Portugal 2020 e União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e liderado pela Inovcluster, Associação do Cluster Agroindustrial do Centro, a que se juntam outras 14 instituições. *(ver caixa).
As metas deste projeto visam melhorar a qualidade e a segurança alimentar dos queijos DOP da Região Centro, bem como aprimorar a capacidade de resposta das entidades gestoras de DOP e IGP (Indicação Geográfica Protegida). A sensibilização, para com os produtores, relativamente à importância do processo de qualificação e a transformação mais apelativa dos Queijos DOP para a ação de compra, são outros dos pontos essenciais do programa. Tudo isto com o objetivo de fornecer um contributo fundamental para a valorização económica de um importante recurso endógeno existente na Região Centro: o Queijo.
Christelle Domingos, Diretora Executiva da Inovcluster, explica que a marca pretende alavancar, sobretudo, a região Centro e tudo aquilo que é a riqueza desse território. “Estes queijos são a prova disso e são uma tradição ancestral do nosso território, uma tradição que conta a história deste lugar”. Paula Fazenda, técnica da execução do projeto, refere que estes produtos são “únicos e de qualidade distinta, que estão associados a um património cultural que é fundamental”.
Para dar a conhecer os Queijos com DOP do Centro de Portugal, a marca esteve, entre os dias 6 a 17 de dezembro, em locais estratégicos e emblemáticos de Porto e de Lisboa.
No dia do arranque da iniciativa, na praça Dom João I, em plena baixa do Porto, pudemos acompanhar a carrinha dos Queijos do Centro de Portugal. Uma oportunidade para testemunharmos diretamente o entusiasmo das pessoas que iam passando com estes queijos deliciosos. Para além dos seus sabores únicos, os consumidores puderam também conhecer a história por detrás de cada um.
“Esta ação de divulgação da marca é o culminar deste trabalho, e campanha, que dura há três anos, de uma marca identitária que apresentamos como rampa de lançamento”, lembrava Christelle Domingos, que destacou ainda a grande dedicação dos “bastidores do projeto”. Um trabalho com todos os stakeholders e parceiros do projeto que permitiram a chegada a este resultado final, onde todos os participantes “concordaram, aderiram e incorporaram nas suas dinâmicas institucionais” o espírito e os valores da campanha.
Segundo a Diretora Executiva, este projeto contou com várias ações, sendo esta apenas uma das imensas que se foram realizando. Foi o caso da aquisição de veículos elétricos para recolha de leite, da criação de ações formativas da Escola de Pastores e da Escola de Queijeiros, cada uma com duas edições. Também a atribuição de vales, com valor monetário, de forma a incentivar à produção de leite para fornecimento de queijarias que produzem queijo com DOP na região Centro. A criação de Bolsa de Terras que visava aproveitar os terrenos, não utilizados, por todos aqueles que pertencem à fileira dos queijos, entre outras variadas ações como estudos e encontros. “Houve aqui todo um trabalho que foi desenvolvido para no final valorizar aquilo que é distintivo nos Queijos com DOP da região Centro”.
Paula Fazenda lembrou ainda que são muitos os fatores que diferem os Queijos com DOP do Centro de Portugal dos que não têm essa qualificação. “Quando nos dirigimos a uma prateleira de supermercado e constatamos que um queijo com DOP tem um preço mais elevado do que um queijo que não é DOP, não podemos estranhar, porque os custos de produção associados são muito mais elevados devido a todos os requisitos que devem ser cumpridos para tal”. A consciencialização do real valor de cada um destes queijos é um dos objetivos alcançados por esta marca.
O objetivo desta mostra foi apresentar o produto aos consumidores, para que estes conheçam os Queijos, e o seu sabor, de forma a conhecerem a sua história ancestral. História esta contada através das mãos que confecionam estes queijos, desde os pastores que tratam das suas ovelhas e cabras nestas zonas beirãs, completando toda a fileira de produção até que chegue às mesas de cada um de nós. A valorização deste produto, tão nosso, ajuda decisivamente a combater as dificuldades de um setor frágil como é o agrícola, para mais, atingido novamente este ano pelos incêndios na região.
“Este Natal ofereça algo precioso” é o mote da campanha de marketing para esta época festiva. Não conseguimos deixar de sugerir que o faça em qualquer altura do ano – quem o receber irá seguramente sentir, para além do sabor, os afetos genuínos daquilo que é feito com tanta dedicação.
Neste projeto participam estas entidades:
– Inovcluster – Associação do Cluster Agro industrial do Centro (Entidade líder);
– Cataa – Centro de Apoio Tecnológico Agro-alimentar Instituto Politécnico de Viseu;
– Instituto Politécnico de Coimbra;
– Instituto Politécnico de Castelo Branco;
– Centro de Biotecnologia das Plantas da Beira Interior;
– Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa;
– Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela;
– Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões;
– Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra;
– Estrelacoop – Cooperativa Produtores De Queijo Serra Da Estrela, Crl.;
– Ancose – Associação Nacional de Produtores de Ovinos Serra da Estrela;
– Associação de Produtores de Queijo do Distrito de Castelo Branco;
– Coape – Cooperativa Agropecuária Agricultores Mangualde Crl.;
– AproRabaçal – Associação de Produtores do Rabaçal.