Numa edição com tantas mulheres empreendedoras na ilha da Madeira, não podíamos deixar de ouvir a Secretária Regional de Inclusão e Cidadania. Rita Andrade orgulha-se do trabalho desenvolvido pelo Governo Regional no que toca ao esbatimento das diferenças salariais entre homens e mulheres. Um indicador em que a Madeira está melhor do que o continente e até do que a União Europeia. Sem esquecer de destacar a resiliência e a capacidade de trabalho do povo madeirense, é uma mensagem de otimismo aquela que nos deixa a Secretária Regional.
Em primeiro lugar, deixe-me perguntar-lhe o que significou para si assumir este cargo de Secretária Regional de Inclusão Social e Cidadania?
É, seguramente, uma função que para a qual é necessária uma grande sensibilidade e empatia relativamente a questões humanas essenciais. Significou muito para mim, senti-me naturalmente honrada ao assumir este cargo que, como refere e bem, exige um perfil e uma sensibilidade “diferente”. Felizmente, conheço bem a área social com matérias muito desafiantes, onde as soluções passam, muitas vezes, por implementar medidas estruturais que demoram o seu tempo a consolidar e a produzir resultados. De resto, para além de uma função, esta é acima de tudo uma missão a que me dedico de corpo e alma. Com paixão, com princípios morais e de ética que considero essenciais para um desempenho de excelência, que é o patamar onde me posiciono para servir a nossa população.
“Somos um povo resiliente, que tem provado ao longo dos tempos que tem capacidade para se adaptar”
Nesta nossa edição temos várias mulheres empresárias e gestoras que se destacam na Madeira, e não foi difícil encontrar vários casos de sucesso na Região Autónoma. Podemos afirmar que esta capacidade empreendedora carateriza as mulheres madeirenses?
Sim, as mulheres madeirenses são resilientes, são empreendedoras, são dedicadas e muito trabalhadoras. Tenho a sorte de conhecer muitas. É minha convicção que, nos próximos anos, a evolução ao nível da igualdade de género nas empresas e no trabalho seja ainda mais positiva. Claro que existem muitas áreas em que é fundamental continuar a trabalhar para podermos criar mais oportunidades para as mulheres, reduzindo as desigualdades que ainda persistem. Este Governo Regional, e em particular a Secretaria que tutelo, têm implementado inúmeras iniciativas destinadas a fomentar a igualdade de oportunidades.
Apesar de continuar a haver diferenças salariais entre homens e mulheres, essa disparidade é inferior na Madeira (12,5%) relativamente à média nacional (16,2%) e até à da União Europeia (13%). A que se devem estes resultados na Região?
A Madeira tem melhorado continuamente a sua posição no ‘Gender Pay Gap’ – o diferencial remuneratório entre homens e mulheres -, mantendo-se sempre abaixo da média nacional. E até da média europeia. Reconhecendo que, ainda assim, existe um longo caminho a percorrer, reafirmamos o compromisso da Região em encontrar as melhores condições para esbater estas diferenças salariais.
Em cinco anos, a disparidade salarial entre géneros decresceu na Região 61,8 euros, o que reflete também o impacto das políticas de promoção da Igualdade promovidas pelo Governo Regional. O Programa do XIII Governo Regional da Madeira incorpora diversas políticas humanizantes e de inclusão promotoras de igualdade de oportunidades para a população, tendo este Executivo já apresentado vários Planos Regionais para a Igualdade e Cidadania Ativa. A conciliação laboral e familiar foi uma das prioridades apresentadas no último Plano Regional.
Que breve balanço nos pode fazer da execução do Plano Regional para a Igualdade e Cidadania Ativa?
Um balanço muito positivo. O IV Plano Regional para a Igualdade e Cidadania Ativa (PRICA) foi aprovado em novembro de 2021, para um período de execução entre 2021 e 2025, tendo sido elaborados e apresentados os seguintes instrumentos: “Guia para a Cidadania Infantil”; “Guia Regional para a Conciliação entre a Vida Profissional, Familiar e Pessoal”, “Guia para a Cidadania Juvenil”. Em paralelo, foram realizadas 57 ações de divulgação e sensibilização que chegaram a 3.282 participantes.
“A conciliação laboral e familiar foi uma das prioridades apresentadas no último Plano Regional”
Por último, em ano de eleições na Madeira, o que perspetiva para 2023? Que mensagem pode deixar a quem nos lê, na Região, e também em todo o país?
2023 reúne todas as condições para ser novamente um ano de afirmação, de crescimento, de melhoria dos indicadores socioeconómicos, não obstante o impacto que o cenário de guerra a nível internacional continua a ter no nosso país em geral, e na Madeira em particular. Os indicadores positivos a que a Madeira tem vindo a assistir, nomeadamente com a contínua descida do desemprego registado que atingiu os valores mais baixos dos últimos 14 anos, e o facto de termos atingido o maior número de população empregada de sempre na nossa Região, entre outros, faz-me deixar uma mensagem positiva, de otimismo a toda a nossa população.
Somos um povo resiliente, que tem provado ao longo dos tempos que tem capacidade para se adaptar, reagir e sobretudo encontrar oportunidades nas adversidades.