A +Fronteiras foi criada em 2013, tinha Laura Fernandes, fundadora e diretora pedagógica, 20 anos. Se tudo começou com um simples curso de alemão, logo se expandiu até às línguas inglesa, francesa, russa, italiana e portuguesa para estrangeiros. Atualmente disponibiliza 37 cursos, uma oferta comercial de serviços, que agrega formações em todas as áreas correspondentes aos negócios e ao atendimento, bem como serviços de intérprete e de tradução.
A Laura Fernandes é a fundadora e Diretora Pedagógica da +Fronteiras. Qual foi o seu percurso profissional até à fundação da empresa? E daí em diante?
Aos 20 anos, em 2013, criei a +Fronteiras, orientada pela ingenuidade e irreverência própria da idade, decidi que ia criar um curso de Alemão, mas diferente dos demais até então, mais orientado para o serviço e atendimento no canal HORECA, ou seja, que fosse realmente útil às pessoas que desempenham determinadas funções neste setor e as ajudasse a progredir nas suas carreiras, bem como à própria qualificação da classe hoteleira. A partir daqui, o que começou com um curso para dois formandos, tornou-se hoje em dia numa escola com 37 cursos e com mais de três mil formandos abrangidos pelas mesmas e já com dois espaços que alojam toda a operação.
Contou-nos que a ideia da criação da empresa surgiu quase que “por brincadeira”. Como é que isso aconteceu?
Foi quase que por brincadeira porque na altura, após terminar o CCP (Certificado de Competências Pedagógicas), questionei o meu irmão, Filipe Fernandes, se podia dar aulas de Alemão na sala de reuniões da empresa dele e que eu tratava de tudo. O facto é que o feedback foi extremamente positivo por parte dos (poucos) formandos e deram-me alento para continuar a fazer crescer este projeto que, nesta fase, estava ainda num estado embrionário, mas aliado ao apoio do meu irmão, que acreditou em mim desde o início e deu-me a possibilidade de criar os alicerces para hoje em dia poder dizer que tenho uma marca credível, integra e de sucesso. Devo-lhe muito, pois por vezes faz falta quem nos dê o “empurrão” ou condições para nos lançarmos.
Avançar com um negócio é sempre um risco, sobretudo num país como o nosso em que o empreendedorismo nem sempre é valorizado e é muito “castigado” com impostos. Como é ser uma mulher empresária em Portugal, e mais particularmente na Madeira?
Devido à tenra idade com que iniciei este projeto (e por ser uma mulher jovem), nem sempre fui levada a sério por parte de algumas entidades, por isso, para captar a minha quota de mercado, qualquer oportunidade que surgia tinha que a agarrar com unhas e dentes e trabalhar os formandos para que obtivessem os melhores resultados possíveis, complementando com uma estratégia comercial forte. Avançar com um negócio é sempre um risco, mas não é difícil, o que é difícil é mantê-lo, e foi nesta ótica de continuidade que me foquei, num crescimento sustentável e sustentado. Ser empresária em Portugal é ter que saber lidar com a incerteza e volatilidade do mercado, bem como com a pressão e obrigações que acarretam o cargo, o que por vezes pode dificultar as tarefas de gestão do negócio.
A +Fronteiras foi criada em 2013 e dedica-se à criação de valor para as empresas. Quais as motivações que a fizeram investir neste negócio? Pode-nos explicar o conceito da empresa?
A +Fronteiras foi criada num período bastante adverso, após a maior crise dos últimos 30 anos até aquela data e a retoma económica, através do setor do turismo, fazia-se sentir, mas faltava pessoal realmente qualificado para que o Turismo pudesse aumentar o seu nível de serviço, o tal “serviço de excelência” tão apregoado, mas apenas aplicado por alguns, muito poucos. Havia aqui uma oportunidade: Formações para o atendimento, rápidas e diretas ao assunto, que respondessem às necessidades dos trabalhadores e organizações, bem como da população desempregada e que os capacitassem com conhecimentos e competências ajustadas aos diferentes contextos profissionais ligados à hotelaria e restauração.
Que serviços disponibiliza a vossa empresa?
Começámos com o alemão, depois as restantes línguas, inglês, francês, russo, italiano, e português para estrangeiros. Hoje, ministramos formações em todas as áreas ligadas aos negócios e ao atendimento. Traduções e serviço de intérprete, também estão na nossa oferta comercial de serviços.
O que mais lhe desperta interesse nesta área de atuação?
Pessoalmente, o que me atrai para além do meu core de atuação, é o facto de poder estar em constante movimento, contacto direto com as pessoas e sentir que realmente estou a fazer diferença nas suas vidas, pessoais e profissionais, bem como testemunhar os resultados obtidos pelas organizações através do trabalho que desenvolvo.
O facto de a Madeira ser considerada um “paraíso à beira-mar plantado” atrai milhares de turistas para disfrutarem de períodos de férias na região. Face a isto, qual a importância de apostarem nas áreas da hotelaria e da restauração?
O sector da Hotelaria e Restauração é o maior gerador de negócio da Região Autónoma da Madeira, com o peso do consumo turístico (Turismo) no PIB a fixar-se nos 37%, com mais de um terço do emprego e curiosamente com maior défice na qualificação do colaborador. A +Fronteiras tem clientes de grandes unidades hoteleiras a solicitar formações que visam melhorar o atendimento de excelência que oferecem, justamente pela importância que começam a dar à qualificação da mão de obra neste sector, procurando entregar a melhor experiência ao turista, impossível sem um serviço de nível elevado e consequentemente de extrema importância.
Que balanço faz do projeto desde a sua criação e até aos dias de hoje?
É naturalmente um balanço extremamente positivo. Olhar para trás e ver o caminho percorrido de uma jovem empresária, que quase não sabia o que era um balanço e sem noção das responsabilidades que daí advêm, até aos dias de hoje, com uma empresa reputada, certificada e próspera, mas ciente de que é apenas o início e com a humildade necessária para abraçar os novos desafios que já existem e outros que certamente aparecerão.
Quais as perspetivas para a +Fronteiras, relativamente ao ano de 2023?
Para 2023, a perspetiva é consolidar a marca no mercado, através da criação de parcerias estratégicas e agregadoras de valor, que permitam criar bases para o continuo crescimento, estando prevista a alavancagem do volume de negócios em 35%.