A escritora Anabela Vaz começou a sua carreira mais tarde, mas já tinha bem definido o seu propósito: tornar o mundo mais leve, descomplicado e mágico para leitores de todas as idades.
Anabela Vaz é hoje escritora, mas nem sempre foi assim. Apesar de saber que estava destinada para a escrita, aos 18 anos foi mãe e viu-se forçada a ter de redirecionar o seu caminho para algo prático e que lhe permitisse criar o seu filho. Foi na banca que encontrou o conforto que precisava para a sua vida e lá esteve como gestora bancária durante 21 anos. Escritora sempre o foi, mesmo que não a tempo inteiro, e sabia que um dia ia poder seguir a sua principal vocação. Em 2006, ainda a trabalhar, lança o seu primeiro romance – “A Neblina”.
Com a chegada da Pandemia e os respetivos confinamentos, Anabela Vaz pôde dedicar mais tempo à escrita e assim nasceu o primeiro conto infantil, inspirado na sua neta Benedita – “Benedita a Fada”. “Ela foi, no fundo, o trampolim para eu começar a escrever literatura infanto-juvenil”, confessa. Esta obra é dedicada à situação que se vivia, pretendendo trazer alguma leveza, “reunir os seres mágicos para ajudar no combate à pandemia”, explicou. A escritora sempre brincou com fadas enquanto criança e acredita que temos de cultivar e alimentar essa criança dentro de nós.
Ao regressar ao trabalho presencial e ao entender que estavam a ser realizadas rescisões amigáveis, decidiu que seria a situação ideal para se poder vir embora e finalmente dedicar-se à escrita.
No entanto, depois de perceber que ia ser escritora a tempo inteiro, sentiu que podia ir mais além e criar o seu próprio negócio. Nasceu assim a marca Benedita a Fada e com ela uma série de artigos de artesanato inspirados nas personagens e elementos do livro. Fadas, roupas e varinhas voaram até às mãos das crianças.
Desde que tudo começou, em 2021, Anabela Vaz escreveu mais dois livros. “O Mundo precisa de fadas” é a continuação do primeiro conto infantil, mas de acordo com a escritora, este livro não tem idade. É assente na ideia de que o mundo está a precisar de mais fadas depois do que aconteceu na Ucrânia. O segundo livro, “O que desejas ser depois da meia-noite”, lançado há pouco mais de um mês, regressa ao mundo dos adultos e dedica toda a narrativa a uma reunião de sete amigos. É ali que cada um conta uma história, “muito brutal ou muito sublime”, que ninguém sabia (só a própria pessoa). Existe aqui também uma certa magia em reencontrar a essência ou até a vida: “No fundo, esse livro, é despertar para um acordar”.
“O mundo precisa de magia, valores, serenidade, harmonia e um bocado de luz”, afirma. Algo que quer continuar a refletir nos seus livros, abordando os temas da atualidade com leveza, tanto para os adultos como para as crianças.