A recente revogação do regime de Residentes Não Habituais (RNH) levanta questões sobre o impacto nas dinâmicas económicas do país. Daniela Esteves, administradora da Finpartner, destaca as desvantagens competitivas desta alteração face a outros países europeus, mas reforça o compromisso da Finpartner em fornecer suporte e orientação aos seus clientes durante este período de transição.
O regime de Residentes Não Habituais (RNH), agora revogado, foi um fator decisivo desde 2009 para que muitos estrangeiros qualificados se fixassem em Portugal. Acredita que esta alteração terá um impacto negativo na nossa economia?
A revogação do regime RNH certamente que impactará significativamente a nossa economia. Durante 14 anos, o RNH desempenhou um papel crucial na atração de talentos estrangeiros e investimentos para o nosso país. Com essa mudança, é expectável que se registe uma diminuição na entrada de estrangeiros qualificados, o que afetará negativamente a nossa economia. O fim dos RNH deixa a posição de Portugal fragilizada no que toca à sua capacidade de atração de investimento estrangeiro, principalmente quando comparamos com a de outros países como por exemplo Espanha, França, Itália ou a Grécia que possuem regimes muito atrativos no que concerne à captação de investimento, algo com o qual começa a ser muito difícil competir.
As mudanças fiscais podem impactar negócios e empresas que empregam ou pretendem empregar profissionais estrangeiros em Portugal?
Sem dúvida, as mudanças fiscais na sua generalidade impactam consideravelmente as empresas que empregam ou planeiam empregar profissionais estrangeiros. A incerteza fiscal influência as decisões de expansão e investimento dessas empresas, bem como a atratividade de Portugal como um destino para profissionais altamente qualificados. Isso pode resultar em desafios adicionais para recrutar e reter talentos internacionais, afetando em última instância a competitividade e o crescimento das empresas.
O novo Incentivo fiscal à inovação que vem substituir o RNH, e que herda muitas das suas caraterísticas certamente que beneficiará alguns setores de atividade, contudo a restrição que foi introduzida com esta nova medida ao público-alvo é considerável, tornando-a muito limitada.
Com estas alterações, admite que poderemos ter menos pensionistas estrangeiros a escolher Portugal para morar, mas mais profissionais altamente qualificados a fazê-lo?
Como consequência destas alterações, irá inevitavelmente haver uma mudança significativa no perfil dos estrangeiros que escolham Portugal para residir, sejam ou não pensionistas. No caso concreto dos pensionistas, a nova medida excluí-os, o que sem dúvida é um facto que irá pesar na decisão de um pensionista estrangeiro na altura de escolher qual será o país em que irá residir.
Qual a mensagem que quer deixar aos vossos clientes atuais e potenciais, nomeadamente
no contributo que a Finpartner poderá prestar a quem vos procure?
Queremos assegurar aos nossos clientes atuais e aos potenciais de que a Finpartner está comprometida em fornecer suporte sólido e orientação durante os períodos
de mudanças fiscais. A nossa equipa está preparada para oferecer soluções adaptadas às necessidades específicas de cada cliente. Independentemente das mudanças no ambiente económico e fiscal, estamos sempre disponíveis para ajudar e acompanhar os nossos clientes.