Cultura | Património

Ser boa pessoa pode mesmo fazer bem à saúde?

O novo livro de David R. Hamilton, O Prazer de (não) Se Estar nas Tintas, propõe uma reflexão inesperada: e se a verdadeira chave para o bem-estar estiver na bondade? A resposta chegou às livrarias este mês, num guia prático para tempos apressados e, por vezes, cínicos.

Com personalidades egocêntricas em ascensão pelo mundo e numa época em que todos se queixam de falta de tempo, O Prazer de (não) Se Estar nas Tintas surge como um convite a desacelerar, a descomplicar e, sobretudo, a praticar a gentileza.

O autor, David R. Hamilton, doutorado em Química Orgânica e antigo investigador da indústria farmacêutica, defende neste novo título que ser boa pessoa pode, literalmente, fazer bem à saúde. A proposta do livro, editado pela Pergaminho e com tradução de Isabel Haber, é simples e disruptiva: integrar a bondade no quotidiano como ferramenta de transformação pessoal. Através do conceito de kindfulness — que junta a atenção plena (mindfulness) à compaixão ativa —, Hamilton sustenta que o bem-estar individual e coletivo está intimamente ligado à forma como nos tratamos uns aos outros.

O autor explica que a prática consciente de atos bondosos pode reduzir o stresse, melhorar a saúde mental e cardiovascular e aprofundar relações. Com humor e clareza, propõe um regresso ao essencial: “as melhores coisas na vida podem ser as que fazemos apenas pela alegria de fazer”.

Kindfulness: atenção plena com bondade

Mais do que estar presente, trata-se de estar presente com empatia e intenção. O conceito de kindfulness, como o define o autor, é um exercício diário que ativa o potencial de cada pessoa para cultivar relações mais saudáveis com outras pessoas, mas também com os animais, plantas e todos os seres vivos.

Do laboratório à empatia global

Com um percurso iniciado na investigação de medicamentos para doenças graves, Hamilton trocou a ciência farmacêutica pela exploração das emoções humanas. Autor de mais de uma dezena de livros e presença regular em meios de comunicação do Reino Unido e EUA, tem hoje como missão inspirar um mundo mais generoso.

“Quando se trata de bondade, a reciprocidade pode ser a cereja no topo do bolo. A verdadeira magia está no próprio ato de dar, sem condições”