Turismo e Lazer

A Rota dos Moinhos de Portugal é um projeto com alma, território e futuro

Isabel Cruz, vereadora da Cultura e do Turismo de Albergaria-a-Velha, apresenta-nos a Rota dos Moinhos de Portugal. Um projeto que transforma a herança dos moinhos num motor de identidade, cultura e desenvolvimento sustentável.

Como nasceu a Rota dos Moinhos de Portugal?

A Rota dos Moinhos de Portugal nasceu de um olhar atento ao território e da consciência da necessidade de valorizar um património riquíssimo que, durante demasiado tempo, esteve esquecido. Em Albergaria-a-Velha, estão identificados mais de 350 moinhos – um valioso testemunho da nossa identidade coletiva.
Somos uma terra de tradições moldadas pela água, pelo pão e pelos moinhos. Em Albergaria-a-Velha, esses elementos formam a base da nossa identidade coletiva, profundamente enraizada na paisagem e na memória das gentes.

Com a criação da Rota dos Moinhos, pretendeu-se reavivar essa identidade através de um produto turístico e cultural que valoriza e preserva este património único. A rota oferece aos visitantes uma viagem no tempo, revelando a engenhosidade dos antigos moinhos, a importância da moagem para a subsistência local e a beleza dos cursos de água que alimentam estas estruturas ancestrais.
Mais do que um percurso, é um convite a viver a autenticidade do nosso território, onde o passado e o presente se encontram em harmonia.

A Rota dos Moinhos de Portugal surgiu de uma proposta apresentada por técnicos das cinco autarquias envolvidas — Albergaria-a-Velha, Águeda, Nelas, Sever do Vouga e Vagos — que participaram na formação ALA + T (Qualificação para o Turismo). Durante a formação, foi criada a ideia da rota, que foi aprovada e financiada pelo Turismo de Portugal. Este apoio permitiu o desenvolvimento de um projeto intermunicipal que une património, cultura e turismo, valorizando os moinhos como parte essencial da identidade local.

O que distingue este projeto?

É a sua capacidade de unir o passado ao futuro. Criámos uma plataforma de valorização territorial que une tecnologia, cultura, turismo e comunidade, transformando o nosso património num motor de desenvolvimento sustentável e identidade partilhada.
Fizemos um levantamento técnico rigoroso, desenvolvemos conteúdos interpretativos, lançámos o Festival dos Moinhos de Portugal, criámos um website, sinalética inteligente, experiências de realidade aumentada e uma base para expansão intermunicipal. É um projeto que se distingue pela consistência e pela inovação.

Qual o papel de Albergaria-a-Velha neste processo?

Fomos, desde o primeiro momento, o município-líder. Albergaria-a-Velha tem uma longa tradição de trabalho na valorização do património molinológico – desde a Rota dos Moinhos de Albergaria, à organização do Festival Pão de Portugal, que em 2025 assinala a sua XII edição e é já uma referência nacional na valorização de um produto gastronómico de excelência.

Este ano, o Festival contará com a participação das quatro autarquias que integram a Rota dos Moinhos de Portugal, que estarão presentes para promover o seu próprio património molinológico. É mais um passo no reforço desta rede e na afirmação de um projeto coletivo.
Temos um compromisso firme com a cultura enquanto motor de desenvolvimento, e foi a partir dessa visão que assumimos, com naturalidade, a liderança deste projeto intermunicipal.

Qual a ambição para o futuro?

Pretendemos levar a Rota dos Moinhos de Portugal a todos os municípios do país com moinhos. A nossa ambição é fazer desta Rota um grande projeto de turismo cultural nacional, sustentável e com impacto nas comunidades. Acredito profundamente que a cultura e o turismo são motores de transformação social, económica e identitária. Em Albergaria-a-Velha, essa transformação sente-se no território, nas pessoas e na forma como contamos a nossa história.

É essa a missão que tenho abraçado com dedicação nos pelouros da Cultura e do Turismo: construir pontes entre o passado e o futuro, dando à tradição a força de um novo caminho coletivo feito de pertença, criatividade e partilha. Porque preservar a nossa identidade não é apenas um ato de memória — é um compromisso com o que somos e com o que queremos ser.

WWW.ROTADOSMOINHOS.PT