A Associação dos Criadores e Reprodutores de Gado do Oeste (ACRO), é uma organização de produtores Pecuários (OPP) fundada em 1987, que realiza o serviço de Sanidade Animal nas espécies bovina, ovina e caprina, principalmente nos concelhos da Lourinhã e Torres Vedras. É, desde 1995, a detentora do Livro Genealógico da Raça Ovina Saloia e a responsável pelo plano de melhoramento da raça a nível nacional, participa também no Livro Genealógico da Raça Caprina Serrana, por delegação, em particular nos animais do ecótipo Ribatejano. A ACRO presta ainda serviços diferenciados à Agropecuária, com o apoio administrativo, zootécnico e médico-veterinário.
Os ovinos Saloios parece terem tido origem no cruzamento entre merinos oferecidos pelo monarca espanhol D. Fernando VII de Espanha ao Rei de Portugal D. José I e que foram alojados na Quinta do Marquês em Oeiras, com os ovinos Bordaleiros que existiam a norte e a poente de Lisboa. No relatório que precede o Arrolamento de gados de 1870 refere-se que a raça de Oeiras (Saloia) procede dos merinos oferecidos pelo rei de Espanha ao rei português no século XVIII, e que estes animais tiveram inicialmente um contributo na indústria de lanifícios que o Marquês de Pombal quis desenvolver. Posteriormente a especialização da produção de leite que caracteriza esta raça só aconteceu no fim do século XIX, 1880 a 1890, época em que as lãs tinham pouco valor e os criadores aproveitaram para estimular, cada vez mais, a aptidão leiteira. A sua carne era então considerada muito saborosa e o leite produzido destinava-se, essencialmente, ao fabrico de queijo e manteiga.
O Solar da Raça localiza-se sem dúvida na região envolvente de Lisboa, conhecida como região Saloia, mas a dispersão inicial da raça levou-a para norte até ao concelho de Torres Vedras e para sul onde se implantou na península de Setúbal onde pela sua adaptabilidade e produtividade foi capaz de de assegurar o leite necessário para o fabrico do queijo de Azeitão, cujas origens conhecidas se situam entre 1820-30. Mais tarde este animais fixaram-se também no Alentejo nomeadamente na zona de Portalegre e Castelo Branco onde são fornecedores de leite para os queijos regionais tal como o Queijo Mestiço de Tolosa.
A Raça Ovina Saloia, foi oficialmente definida em 1985, considerada de aptidão predominantemente leiteira, constitui uma das poucas raças autóctones com essa aptidão.
Estes animais dotados de grande rusticidade, adaptabilidade a condições adversas, boa produção leiteira qualitativa e quantitativa, ainda continuam a conquistar alguns produtores, estando, porém, atualmente classificada como ameaçada de extinção. Esta situação deveu-se ao gradual desaparecimento que sofreu no seu solar, motivado pela progressiva ocupação das pastagens pelas áreas urbanas e, principalmente na região da península de Setúbal, o também progressivo desaparecimento das pastagens entre outros constrangimentos. Tudo isto levou a uma miscigenação e substituição nos rebanhos com animais exóticos mais adequados a uma produção intensiva, o que acabou por substituir a produção tradicional baseada no pastoreio.
Atualmente estão aderentes ao Livro Genealógico da raça ovina Saloia, 18 criadores com 61 machos e 2495 fêmeas ativas, das quais 2081 são exploradas em linha pura, estando a grande maioria dos animais no Alentejo, que é uma região fundamental para o futuro da raça.