Há quase 10 anos (28 de junho de 2012) nascia, em Tomar, o «Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria» (A.E.N.S.M.).
De entre as muitas peripécias que sempre acompanham o surgimento de algo novo, recordo agora o processo de escolha do nome. Foram muitas as sugestões: umas mais ingénuas, outras mais irónicas! Mas a verdade é que se optou por uma solução relativamente consensual. E o nome “Nuno de Santa Maria” foi o escolhido. E ficou, não por ser anónimo ou inócuo, mas por comportar em si aquilo que os envolvidos mais desejavam: que o novo agrupamento não apagasse as memórias e a herança do seu passado; que o novo agrupamento preservasse o que de melhor havia nas diversas escolas que agora dele fariam parte. Todos queriam que o novo agrupamento, quando olhasse para trás, soubesse de onde vinha, que história tinha sido a sua, qual a sua herança. E todos queriam que aqueles que calcorrearam os seus inúmeros corredores percebessem que essa sua escola – aquela onde tinham sido infinitamente felizes, onde tinham pregado as melhores partidas, onde tinham encontrado o amor da sua vida ou dado o seu primeiro beijo, onde tinham começado a aprender quem eram e a descobrir para onde queriam caminhar – que essa escola estava, afinal, ainda ali. E está! Está aqui. Chama-se “Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria”. E, a cada novo ano, reafirma o orgulho que tem na herança do seu passado e preconiza um legado para o seu futuro.
Orgulho do passado
Este é um Agrupamento que sabe que faz parte da história da cidade de Tomar. Olhando para o que já fomos, orgulhamo-nos do que construímos, do que ajudámos a formar, do que fizemos nascer. E recordando os diversos edifícios onde fomos existindo ao longo dos anos, é com um travo de vaidade que olhamos e vemos médicos, professores, advogados, políticos, escritores, investigadores, arquitetos, engenheiros, empresários, programadores, dirigentes associativos, empreendedores, criadores, músicos, bailarinos, pintores, produtores, realizadores, atores, artistas… gente que faz a cidade, que faz a região e o país… como ex-alunos das escolas que formam o AENSM.
Vaidosos? Sim! E poderíamos não estar?
Nomear alguns desses nomes maiores que fazem parte da nossa herança seria, certamente, inconsequente e até imprudente. Mas nós sabemos quem são. Conhecemo-los ainda anónimos e acreditamos que os ajudámos a escrever o nome.
Orgulhosos do passado? Claro! De cada um deles…
Orgulho do presente
Este é o Agrupamento que sabe que faz parte do presente de Tomar.
Todos os dias olhamos para quem somos, para o que fazemos e preocupamo-nos, visceralmente, em ser o melhor que podemos! Temos a nítida consciência de que, todos os dias, algumas centenas de famílias nos confiam – à nossa guarda e cuidado – o que há de mais importante nas suas vidas e por quem dariam, sem hesitar, as suas próprias vidas. Temos em nós – e sabemo-lo! – o que há de mais importante aqui e agora: os vossos filhos, os nossos alunos.
É por eles que lutamos, que experimentamos, que tentamos, que nos aborrecemos, que nos impacientamos, que corrigimos, que voltamos a tentar, que aferimos, que acompanhamos, que ajustamos, que propomos, que ajudamos, que testamos, e que, no fim, voltamos ainda a tentar, sempre à procura de sermos o Agrupamento que todos esperam que sejamos.
Orgulho nos resultados? Sim, mas… sem que os “resultados” sejam o nosso foco.
Temos, sobretudo, orgulho no nosso trabalho diário, desde os pequenitos do pré-escolar que com 3 anos participam no seu primeiro magusto, até aos jovens que no final do 12º ano entram nos melhores cursos e nas melhores universidades a nível nacional e internacional.
E temos orgulho naqueles que todos os dias aprendem o que não sabiam, experimentam o que não criam, descobrem o que não imaginavam, sentem o que não sonhavam e sonham o que não ousavam. Temos orgulho nos projetos em que nos envolvemos, nas atividades que desenvolvemos, nas aulas que fazemos acontecer, no desporto que praticamos, no ensino articulado que integramos, na música, na dança, na expressão artística, no ensino profissional, nos trabalhos laboratoriais, nas tarefas de investigação, nas pesquisas que fazemos, na problematização que nos colocamos, na visão integradora e complementar do conhecimento, dos saberes e das competências.
Temos orgulho nos gestos de solidariedade, no respeito pela diferença e pela multiculturalidade que proclamamos, na integração que promovemos, na diversidade que defendemos, na atenção aos mais desprotegidos, na autonomia que incentivamos.
Temos orgulho em não deixar ninguém para trás e em não deixar sozinho quem quer ir mais à frente. E temos um enorme orgulho no nosso sentimento de imperfeição.
Legado para o futuro
Este é o Agrupamento que sabe que vai fazer parte do futuro de Tomar.
Hoje estamos profundamente convictos que a educação é um dos recursos mais importantes para qualquer comunidade encontrar as melhores respostas para os desafios vindouros e para se apetrechar para futuros imprevisíveis, mas certos. A nossa preocupação não se esgota nos sucessos de hoje, mas procura antecipar as soluções do futuro.
Este é um Agrupamento que decidiu construir um Projeto que dá resposta à Escola de Hoje, mas que preconiza um rumo em direção ao Futuro.
Fazemos (e faremos) o nosso caminho assente num paradigma de cultura colaborativa com docentes, alunos, funcionários, pais e comunidade, norteado por uma visão.
Seremos uma:
• Escola comprometida com a visão estratégica do país para a educação;
• Escola onde todos aprendem, participam e se envolvem;
• Escola de referência, excelência e bem-estar;
• Escola promotora de desenvolvimento local (In Projeto Educativo, 2021-2025 | AENSM).
2022 – Um ano importante para o AENSM
É uma coincidência que neste ano letivo de 2021/2022 se celebrem várias efemérides no seio do AENSM. Desses vários aniversários destacam-se:
Jubileu de Estanho da criação do A.E.N.S.M. – Este é o 10º ano que vivemos como Agrupamento. Há uma década que deixámos de ser “várias escolas” para tentarmos ser “uma comunidade educativa”. Como em todos os relacionamentos, foi um tempo de aprendizagem e de ajustamento. Aprendemos que é muito importante saber ouvir, que é essencial fazermo-nos entender e que só através do respeito por cada um e valorizando as diferenças e as complementaridades, conseguimos ser melhores e maiores. “O estanho é um material conhecido pela sua maleabilidade. Por ser altamente maleável, possui ponto de fusão bastante baixo e por isso é muito utilizado para soldas, para o reforço de uniões que se querem duráveis. Além disso, sendo resistente à corrosão, pode simbolizar a defesa contra os pontos negativos dos intervenientes e destes relativamente ao meio em que vivem.” Jubileu de Ouro da criação da Esc. Sec. Santa Maria do Olival – Celebram-se 50 anos sobre o Decreto-Lei (DL 447/71) que criou o “Liceu Nacional de Tomar”, mais tarde, “Esc. Sec. Santa Maria do Olival”, enfim… o “Liceu”.
Cinquenta anos é o tempo ocupado por duas gerações. São já vários aqueles que fizeram parte do “Liceu” como alunos e que hoje são professores ou pais, ou avós de outros que correm pelos mesmos corredores. Cinquenta anos é uma vida. É tempo suficiente para nascer, crescer e amadurecer. É tempo de colher e voltar a semear. É tempo de pegar na sabedoria amealhada e descobrir novos caminhos e novas respostas. É uma escola que se quer reinventar e reajustar; uma escola que prefere perspetivar o futuro, ao invés de ficar a admirar o passado.
«O ouro simboliza a perfeição, a iluminação, o conhecimento, a nobreza, a realeza e a imortalidade.» «Submetido ao calor, o ouro tem a capacidade de se moldar e adquirir novas formas.» E assim é uma escola com 50 anos: valiosa, memorável, mas também moldável, flexível e renovável.
Mais do que um Agrupamento, somos, e queremos ser, uma comunidade!