A International Data Corporation presume que os gastos com tecnologia digital das organizações portuguesas aumentem sete vezes mais do que a economia do país no ano de 2024. A procura por modelos de negócios e por mais capacidades digitais são as razões apontadas pela consultora para que tal venha a acontecer.
A partir de 2024, a International Data Corporation (IDC) prevê um crescimento de 15%, ao ano, nos gastos com tecnologia digital. As Inteligência Artificial (IA), Cloud e Cibersegurança são, segundo a consultora, as tecnologias que vão estimular os gastos digitais ao longo do ano. Ainda assim, o crescimento esperado para este ano fica abaixo do de 2021 e 2022, períodos em que o investimento em transformação digital se situou em 34% e 21%, respetivamente. Porém, já no ano passado, a IDC verificou que este crescimento desacelerou para 10%.
“A última revisão do Banco de Portugal aponta que o crescimento económico irá ficar-se pelos 1,2%”. De acordo com a consultora, o abrandamento económico a nível mundial, apontado para 2024 está em linha com a desaceleração esperada para a zona euro, numa altura em que as guerras da Rússia com a Ucrânia e do Hamas com Israel continuam a ter impacto nas economias locais. Em comunicado de imprensa, a IDC constata que a cadeia de abastecimento de Tecnologias de Informação (TI) enfrenta, em Portugal, os impactos das políticas globais e da volatilidade.
“No entanto, com o aumento da IA generativa, as GPUs, semicondutores e tecnologias desenvolvidas em silício tornamse vitais. Por isso, o fornecimento limitado e a volatilidade dos componentes-chave para esta tecnologia exigem estratégias de resiliência e diversificação nas empresas portuguesas de TI”.
A consultora considera que os executivos de alto escalão em Portugal vão ter de lidar com as incertezas da inflação e das taxas de juros para definir os gastos em TI. “Ou seja, o desafio passa por equilibrar o investimento digital com a gestão de custos, tendo em conta estas condições voláteis”. Porém, com a crescente proliferação da tecnologia de IA generativa, os executivos de TI já estão a repensar os gastos estratégicos, passando da contenção de custos para o investimento em IA e inovação, enquanto controlam as despesas.
“Atualmente, mais de 30% do negócio das organizações é proveniente de produtos, serviços e experiências digitais e acreditamos que, em 2025, seja mais de 40%. Neste contexto, os temas relacionados com a Gestão de Risco e Segurança de Informação são cada vez mais relevantes”, sublinha Gabriel Coimbra, vice-presidente da IDC Portugal.