Cerca de 40 anos de história e uma equipa modesta e coesa fazem da FerroPedroto uma referência na área da serralharia. Aqui “toda a gente ajuda toda a gente e aceitam-se as opiniões de todos sem exceção”. Só assim, foi possível vencer num mercado que é cada vez mais competitivo.
O sócio fundador da FerroPedroto começou por trabalhar numa pequena oficina caseira, onde reparava e trabalhava algumas peças de serralharia. Depois, numa fase posterior, “começou a fazer algumas peças de serralharia mais complexas, como gradeamentos e fogões a lenha”. Alguns anos mais tarde, a FerroPedroto passou para as instalações onde hoje se encontra e “começaram a fazer coisas maiores, seguindo a sua fome de progressão”. Quem hoje dirige a fábrica tem-lhe seguido os passos e tem feito da inovação um pilar. Nos últimos anos a FerroPedroto entrou na área da remoção de amianto, um tema que tem tanto de atual como de controverso. O facto de se direcionarem para esta área aconteceu “numa lógica de produção gradual do negócio”. Nesta fase a fábrica produz “essencialmente coberturas e já não tanto peças mais pequenas”, daí que fizesse todo o sentido “poder fazer todo o trabalho, desde a remoção até à colocação de uma nova cobertura”.
“O amianto é um material perigoso”, começa por nos explicar o engenheiro Diogo Marques, um dos colaboradores da empresa. No entanto, “existe ainda muita falta de informação e alguma informação errada. Há muito material para lá do fibrocimento que tem amianto, como por exemplo alguns isolamentos ou tintas”. No entanto, a FerroPedroto ainda só trabalha na remoção de amianto não friável, como o caso das telhas.
“O amianto subdivide-se em dois tipos: não friável e friável. O não friável é um amianto que está fortemente ligado, que não se liberta facilmente, como por exemplo o fibrocimento. Já o amianto friável pode encontrar-se em isolamentos ou tintas, ou seja, em materiais que se desagregam facilmente”. E, acrescenta, “esses são mais perigosos”. No caso das mais conhecidas coberturas que contêm amianto, Diogo Marques explica-nos que, nesses casos, “o risco é maior para quem permanece no exterior junto das coberturas, do que para quem fica no interior dos edifícios, porque a libertação de fibras ocorre maioritariamente na parte exterior da placa, devido ao desgaste, enquanto no interior, em princípio não há grande degradação”.
Mas como se processa, então, a remoção do amianto? Em primeiro lugar “é preciso perceber se há amianto, o estado em que está e se há necessidade de intervenção, através de análises ao local”. Depois, numa fase posterior, é necessário que uma equipa visite a obra, perceba as condicionantes e o material necessário. A par disto, é ainda entregue na ACT local um pedido de autorização para a remoção. Depois de concluído o trabalho, o material removido tem de ser entregue num operador de gestão de resíduos especializado.
Para levar a cabo todo este processo, a FerroPedroto dispõe de uma equipa com elevada formação e uma larga experiência, tendo já executado remoções em obras de remarque para grandes instituições públicas e privadas (ex: EDP, Estado Português, Empresa de Desenvolvimento Mineiro e diversos Institutos Públicos). Em Portugal ainda não existe o conceito de certificação para empresas neste setor de atividade, enquanto que “em Espanha, por exemplo, existe. O que significa que os espanhóis podem trabalhar no nosso país, mas nós não podemos trabalhar em Espanha”.
Uma maneira de equilibrar estas diferenças “foi a criação da Associação das Empresas Portuguesas de Remoção de Amianto, criação essa na qual participámos, para ajudar na melhoria da legislação. Facilitando o processo, mas ao mesmo tempo, aumentado a segurança e qualidade dos serviços prestados, ajudando a evitar o mercado paralelo, que pratica preços mais baixos, por não cumprir a legislação existente”.