Em São Mateus da Calheta, freguesia piscatória da Terceira, surgiu recentemente o Baía W, um restaurante que pretende dar aos locais e turistas aquilo que eles mais pedem: peixe e marisco de qualidade e o mais fresco possível, incluindo pesca e passeio de barco no Atlântico.
Numa freguesia piscatória e especialmente na baía onde está o porto de São Mateus, abrir um restaurante de peixe e marisco seria o mais lógico. Mas nem isso era verdade na zona, nem o espaço que vamos falar agora se limita ao óbvio. “Fui criado numa família que sempre teve restauração, bares e cafés. O meu pai teve um restaurante que não correu muito bem, porque não tinha pessoal para trabalhar. Passou para um bar, mas, por doença, acabou por se afastar e tentei seguir um novo capítulo na restauração”, assegurou Wilson Machado.
Em setembro de 2019, portanto há apenas meio ano, o restaurante Baía W abriu as portas. Os produtos do mar (peixe e marisco) e restantes produtos açorianos são a base da ementa. Apesar de estar mesmo em frente ao porto de São Mateus, a carne de qualidade também não podia faltar.
A novidade vem na experiência que este novo conceito de restauração quer que o cliente viva. “O turista pede muito o querer pescar o próprio peixe para eu fazer cá. O problema é que os pescadores não os podem levar no barco, porque tem de ser um barco de recreio e turismo. Tenho um barco pequeno de recreio e irei fazer passeios para conhecer a ilha e trazê-los aqui”, disse o jovem empreendedor. Já está tudo definido e pronto para arrancar com a ‘Albacora Tour’ “a partir de maio, que é quando as águas começam a melhorar, das 09h00 às 11h30 e das 15h30 às 18h00, que é quando tenho disponibilidade”.
A ideia surgiu porque Wilson escutou os clientes. “E, se quiser ver os ilhéus e os golfinhos, conheço a área e aqui em São Mateus não há dessa oferta. Sentia que o turista, quando chegava ao porto de São Mateus, queria andar de barco”, lembrou, confiante no sucesso. “Esta área tem tudo para dar certo e deu muito mais à freguesia, porque antes era um lugar muito conflituoso, com muitos bares. Este espaço tinha potencial e ficou melhor”, acrescentou, referindo-se à transformação que o antigo bar sofreu.
Aqui existe uma equipa de trabalho que até pintou as paredes e se prepara para derrubar a parede da cozinha para esta ficar à vista, “porque dá muita confiança ao cliente”, e com uma vitrine de dois metros. É o próprio Wilson que, residente na zona, fica atento aos horários dos pescadores e de quem vai para o mar para depois saber onde o produto é mais fresco. A confeção é da responsabilidade do chef Chico, que faz o peixe grelhado em pedra de carvão (típica dos Açores), em vez de ser na chapa, como é tradição. “Não deixa químicos no peixe e dá-lhe um sabor e textura diferentes do que é feito na chapa”, explicou o proprietário.
Outra das novidades deste restaurante é o serviço de self-service, por 8 euros, aos dias da semana e o buffet ao domingo. “Cada ementa self-service é diferente durante a semana, sendo que há dois pratos diferentes em cada dia. O cliente chega ali, escolhe o que quer, repete as vezes que quiser e tem meio jarro de litro de vinho incluído. Estou a concorrer com casas de 30 anos e acho que este sistema é mais rápido e eficaz”, justificou. É que o restaurante Baía W pode ser novo, mas tem tudo para chegar a bom porto.