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Adega Vidigueira, Cuba e Alvito: “Um brinde à vida”

Casal a beber vinho da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito
A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito (ACVCA) nasceu em 1960, resultado do sonho, do esforço e do trabalho da maioria dos viticultores destas três regiões. Com cerca de 300 sócios, produz e comercializa vinhos brancos, tintos, espumantes, licorosos, aguardentes e até uma grande reserva no âmbito do 520.º aniversário da chegada de Vasco da Gama – 1.º Conde da Vidigueira – à Índia. Com uma produção aproximada de 8 milhões de garrafas de vinho por ano, foi já considerada a Adega do Ano (em 2015). Aquela que é uma das adegas mais antigas de Portugal, além de uma moderna e visionária PME, tem recebido vários prémios ao longos dos tempos. O presidente, José Miguel Almeida, fez o retrato sobre o presente e o futuro da instituição.

A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito nasceu em 1960, “resultado do sonho, do esforço e do trabalho da maioria dos viticultores” destas três regiões. Com cerca de 300 sócios, produz e comercializa vinhos brancos, tintos, espumantes, licorosos, aguardentes e até uma grande reserva no âmbito do 520.º aniversário da chegada de Vasco da Gama – 1.º Conde da Vidigueira – à Índia. A Adega é uma homenagem à (sua) História ou muito mais que isso?

A Adega é, acima de tudo, um reflexo dos seus cooperadores e da região onde se insere. Temos história, tradição e uma identidade vínica que nos distingue do resto do Alentejo.

Este Conselho de Administração, com posse tomada em 2012, abraçou o maior projeto de investimento da história da Adega. Em que medida?

Quando tomamos posse em 2012 já estávamos mentalizados da necessidade de reestruturar e modernizar a Adega, trazê-la para o séc XXI, sem perder a sua identidade.

Inauguramos uma nova linha de engarrafamento, construímos o Centro de Análise e Pesagem (CAP), valorizamos as vinhas centenárias dos nossos cooperadores com o “Vinho de Talha”, exclusivamente produzido com as uvas provenientes dessas vinhas. Abraçamos o Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo e mantemos o Reconhecimento como Organização de Produtores. Em 2019 abrimos portas ao novo espaço de Enoturismo, a Casa das Talhas, que pretende preservar a tradição e arte de fazer “Vinho de Talha”.

Graças às vinhas centenárias – raras e com características únicas -, conseguem ter os vinhos de talha (produzidos em potes de barro como na época romana) e as castas brancas mais tradicionais do Alentejo: Antão Vaz (também conhecida como “casta da Vidigueira” e que estará na origem do reconhecido Branco do Alentejo); Roupeiro; Manteúdo; Diagalves; Larião e Perrum, algumas delas quase em extinção. Foi por causa disso que nasceu, em outubro de 2019, a Casa das Talhas?

Desde que iniciámos as nossas funções na Adega, definimos o Enoturismo como pilar estratégico para o nosso desenvolvimento empresarial.

Com a Casa das Talhas oferecemos aos nossos visitantes um leque de experiências autênticas, baseadas na história da região e na história da Adega. Obviamente que quisemos preservar algo que fosse nosso, e que nos distinguisse, como é o caso do método de vinificação do “Vinho de Talha”, trazido pelos romanos para o Alentejo há mais de dois milénios.

Com uma produção aproximada de 8 milhões de garrafas de vinho por ano, a Adega foi já considerada a Adega do ano (em 2015). Aquela que é uma das adegas mais antigas de Portugal, além de uma moderna e visionária PME, tem recebido vários prémios ao longos dos tempos. Como se consegue isso?

Através de um acompanhamento do produto desde a uva ao copo. Embora sejamos uma Cooperativa, com cerca de 300 associados, que exploram uma área de 1 500 ha de vinha, há um acompanhamento desde o seu início do ciclo até à altura mais aguardada do ano: as Vindimas.

Existe uma coordenação interna da Adega, estruturada de forma a não falhar nada, desde a vinificação, ao engarrafamento, ao plano de vendas, à comunicação, sem falar da imagem, da rotulagem… tudo está interligado e tudo isto faz a diferença.

Um vinho de qualidade começa nas vinhas, cresce na Adega, terminando no copo do consumidor.

https://www.youtube.com/watch?v=-3pnlBZ0CvU

Além de ser uma das principais entidades empregadoras da região, que se conseguiu manter em funcionamento durante a pandemia, graças à adaptação que fizeram para criar a VIDIGEL (Unidade de Produção de Gel Antisséptico), também tem uma forte responsabilidade social. Isso é essencial para manter a marca ‘Vidigueira’ e ‘Alentejo’ nas bocas do mundo?

A responsabilidade social é de todos e nós! Na adega levamos muito a sério este assunto, não com o intuito de estar na “boca do mundo”, mas sim cuidar e ajudar os que nos rodeiam.

O Gel Desinfetante foi um exemplo de muitas das formas que temos apoiado regionalmente, e em alguns casos no distrito e país.

Quando esta pandemia surgiu e nos levou a rever a forma como vivemos socialmente, fomos abordados pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo que nos solicitou gel antisséptico.  De imediato procedemos a ensaios laboratoriais, com a equipa de enologia. Tendo em vista este apoio, e a perceção da dificuldade em arranjar este produto, iniciamos a “Missão STOP COVID-19” com a produção e oferta de gel antisséptico. Conseguimos apoiar mais de 70 entidades, num total de 2079 litros, entre março e junho de 2020.

O VIDIGEL surgiu depois, quando as empresas em Portugal estavam a voltar ao ativo. Fomos contatados por diversas empresas de diferentes sectores, a solicitar Gel Antisséptico para comprar. O que começou como um produto isolado para apoiar o país nesta faze, gerou um novo produto de venda da nossa Adega. No entanto, continuamos a ajudar entidades locais, que demonstram ter mais dificuldade em adquirir este bem.

O vinho é também uma viagem de sensações e de conhecimento. Em que consiste a recente aposta no enoturismo?

Pretendemos oferecer aos nossos visitantes experiências de atividades e de consumo regionais, que nos distinguem das outras zonas do país.

A Casa das Talhas disponibiliza um vasto leque de atividades que passam por provas organoléticas e provas exclusivas de vinhos, workshops vínicos, eventos, atuações de cante alentejano, assim como almoços e jantares sob encomenda, feitos à base de especialidades gastronómicas locais e regionais. Este novo espaço localizado na ACVCA, apresenta também a opção de aluguer para eventos, desde festas de aniversário, casamentos, batizados a kick-off meetings.