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Cancro: novas formas de combater metástases

placa de petri cancro

O tratamento do cancro pode estar perto de se tornar mais eficaz com um estudo realizado por um grupo de cientistas acerca de tumores com metásteses.

Um grupo de cientistas descobriu algumas características genéticas em células cancerígenas que podem conduzir a tratamentos do cancro mais eficazes. Este estudo foi publicado esta quarta-feira na revista científica Nature.

Depois de sequenciarem o genoma de tumores com metástases de 2399 pessoa os cientistas fizeram importantes avanços que vão permitir desenhar melhores tratamentos. As metásteses são novos tumores que se formam quando as células de um tumor original viajam pelo organismo e se desenvolvem noutros lugares.

As metástases são geneticamente menos diversas que os tumores primários, mas ambos costumam ter mutações muito semelhantes. No entanto, por serem tão complexos do ponto de vista genético, é difícil encontrar tratamentos adequados. Apesar de terem milhares de mutações, poucas causam o tumor. Por exemplo, só 67 mutações causam o cancro no rim, 56 o do pâncreas e 178 o do pulmão.

Contudo, as mutações que fazem com que uma célula saudável se transforme numa célula cancerígena são quasas mesmas que existem tanto nos tumores como nas metástases, o que torna ligeiramente mais fácil a busca e aperfeiçoamento de soluções que tratem o cancro.

A eficácia do tratamento nas metásteses do cancro

Este é o maior estudo genético de metástases publicado até hoje. Assim, s investigadores asseguram ter descoberto tratamentos mais eficazes para 62% dos participantes, que tinham características genéticas específicas. Em metade deles, os tratamentos são medicamentos contra o cancro que já estão no mercado, o resto são medicamentos ainda em fase de testes.

Cancros com metástases são uma das principais causas de morte. Além disso, cerca de 90% das mortes por cancro ocorrem em pacientes com metástases e segundo o artigo que tem por base o estudo do grupo de cientistas a causa é “a baixa eficácia do tratamento”.

Entre os 62% dos pacientes com características genéticas indicadoras de que os tumores podem ser combatidos com tratamentos específicos, 18% deles encontravam resposta num medicamento para aquele tipo de cancro. Em 13% dos casos, o tumor era vulnerável a medicamentos não indicados para aquele cancro. Além disso, 31% dos doentes tinham tumores que podiam ser combatidos com medicamentos em fase de testes.

Recorde que o Nobel da Medicina de 2019 foi atribuido a um estudo sobre a privação de oxigénio das células que  também tem implicações no estudo do cancro. Os tumores usam oxigénio para desenvolverem novos vasos sanguíneos.