Rui Alves Barradas é um nome conhecido no Algarve. Quer por ter sido vereador da Câmara de Portimão, quer por estar ligado desde sempre à construção civil. Mas este técnico de arquitetura e engenharia civil é mais do que isso. É um empresário que se distingue por obras no sul do país e pelas boas práticas como empregador e agente económico nesta área.
Podíamos começar este texto lembrando que, em 2017, o candidato à Câmara de Silves, Rui Alves Barradas, que também era vereador em Portimão, defendeu como prioridades do seu programa eleitoral a habitação social e a reestruturação dos equipamentos. Mas tendo em conta o percurso pessoal e profissional do mesmo é capaz de ser redutor.
A ligação de Rui à construção civil começa desde muito novo. “A minha experiência com construção começou há muito tempo, por vias de família. O meu pai já era empreiteiro de construção civil em 1976. Foi sempre uma coisa que acompanhou o desenvolvimento do meu ADN, a questão da construção civil em si. Óbvio que há uma estimulação. E sempre foi uma paixão muito grande”, confessou à revista IN Corporate Magazine.
Daí a fazer disso percurso profissional foi um passo. Em 2006 ingressou no curso de Mestrado Integrado em Arquitetura no ISMAT, em Portimão, “porque era a minha paixão, desenhava muito e ficava perto de casa”, mas é empresário da construção há muitos anos.
“Sou muito autodidata. Tenho tido sempre contacto com a construção e tive formação nessa área. Primeiro fui desenhador projetista, sempre mais ligado à obra em si do que propriamente ao atelier. Gosto muito de andar na obra, ir ao local, ver os detalhes, as soluções que queremos criar na obra”, disse. “A formação foi um acréscimo para mim, para aquilo que eu já exercia na profissão. Daí ir para Arquitetura. Foi uma mais-valia”.
Só por isto já se percebe que a empresa de Rui Alves Barradas, criada em 2010, é diferente. Com sede em Armação de Pêra, tem uma vasta valência de serviços em arquitetura, engenharia, construção e reabilitação urbana, decoração de interiores com espaço de showroom e até há uma imobiliária no papel, à espera de licença ativada. “Só as especialidades, como engenharia, é que são colaboradores que contrato à parte. O resto faço tudo”, frisou Rui.
A equipa – composta pelo técnico, a mulher Paula Duarte e três colaboradores fixos – pode parecer pequena, mas dá conta do recado. “Opto por ter o mais possível de prestação de serviços porque o cliente hoje também é mais acomodado, tem menos tempo. A competitividade fez isso. O que me interessa é que o trabalho seja bem prestado. Acabamos por trabalhar em rede com um grupo em quem confiamos. Já existe aquela empatia, confiança com os técnicos”.
O único problema é aquele que afeta a área: a falta de mão de obra especializada. “Uma das coisas que me faz recusar obras é isso. É muito grave isso e a falta de qualidade. E eu pago bons salários. Depois subcontratamos porque não há pessoal”, esclareceu, salientando que “no Algarve ainda há mais procura que oferta”.
Apesar desta peculiaridade inerente de quem tem uma empresa, Rui Alves Barradas gosta é de estar no terreno. “O acompanhamento pelos técnicos é uma mais-valia e devia ser obrigatório. Os profissionais de arquitetura normalmente criam, mas com o crescer físico da obra, afastam-se depois, deixando isso muitas vezes a cargo do engenheiro”, defendeu.
Por isso é que, quem quiser contratar os serviços da empresa de Rui Alves Barradas, tem a garantia que haverá um acompanhamento detalhado do início ao fim da obra. “Se não houver um acompanhamento mais próximo, pelo menos naquelas fases importantes de obra, o que acontece é um prejuízo muito grande de obra”, salientou.
Ali trabalha-se para o cliente final, português e estrangeiro, do segmento médio-alto e da zona do Algarve. Faz-se construção moderna, sobretudo moradias, no entanto “o que me dá mais gozo é a reabilitação. Ali nós estamos subordinados ao existente, desde os materiais ao projeto físico/edificado, e a nossa criatividade é mais abrangente. Obriga a um estudo de ligar o antigo com o moderno, que materiais utilizar para os ligamentos, mas é fantástico”, continuou, ‘convencendo-nos’ de imediato, tal a paixão que emana. “Temos de puxar mais pela criatividade, mas respeitando a linguagem que existe. Tenho uma reabilitação de uma casa no centro histórico de Portimão, com 150 anos, no início dos anos 2000 que foi uma grande paixão”.
O traço criativo de Rui Alves Barradas é precisamente essa mistura de “arquitetura vernacular [(todo o tipo de arquitetura em que se emprega materiais e recursos do próprio ambiente em que a edificação é construída] com a moderna”. Quanto a materiais, dá-se preferência ao mercado nacional até porque é “excelente a nível de tudo”.
O crescimento da empresa, nos últimos anos, tem sido na ordem dos 30 por cento, mas o dono não se ilude. “Quero que a minha empresa se mantenha humilde. Tenho obras já até 2020 para um milhão de euros. Para mim é quanto basta”.
Por fim, um conselho: “consolidar é o objetivo coerente de uma empresa pequena como a minha: a coesão e não a ganância pelo crescimento. É uma empresa que não tem dívidas, que paga a pronto os materiais. Não dispenso isso. E por ser a pronto pagador tenho um desconto brutal. O betão que utilizo é a 68 euros e eu tenho-o a 60. Antes de estar na obra, já estou a receber a pró-forma e a fazer o pagamento. E não prescindo disso. Isso faz-nos manter a estabilidade”. E quem fala assim não é político.