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Rakso: Uma mulher de saltos altos no desporto

rakso

A Rakso, marca de equipamentos desportivos 100 por cento portuguesa, é fruto da garra e força de vencer de Susana Moreira e do seu pai. Um projeto que completa no próximo mês cinco anos e que “promete para o futuro muitas novidades e cada vez mais qualidade”.

Faz em abril cinco anos que Susana Moreira começou uma das maiores aventuras da sua vida. Depois de ver fechar a empresa de têxteis da área do desporto onde, por mais de 18 anos, foi funcionária de escritório, a hoje dona da Rakso achou que tinha “alguma coisa a fazer. Fiquei com os funcionários e lutei para continuar o projeto, ao lado do meu pai”. É dessa garra, de pai e filha, que não quiseram ver “uma equipa inteira ir para o desemprego”, que nasce a Rakso, cujo nome surge do nome do pai de Susana, “Óscar ao contrário”. O negócio começou “numa pequena garagem” e em pouco tempo estavam nos pavilhões onde hoje ainda têm a sua sede, e onde empregam 12 pessoas.

Há cinco anos no mercado, a Rakso tem mantido os seus valores de sempre. “Queremos ser uma novidade na área do desporto, tentar criar sempre coisas novas que vão de encontro às necessidades do cliente”. Também o fator “personalização” é fundamental. “A Rakso pode produzir linhas personalizadas para cliente. Todos os nossos produtos são desenhados e fabricados aqui, o que garante que não haja rutura de stock, estamos sempre em produção”.

Clubes como o Oliveirense ou o Ginásio Vila-Condense vestem Rakso. Sem adiantar muito, Susana levanta a ponta do véu e adianta que “vêm aí muitas novidades e mais clubes com a nossa marca”. Além fronteiras a Rakso também dá cartas e já está presente em países como Cabo Verde ou Angola.

Num futuro bem próximo, além de expandirem o número de clientes, a empresa também se mudará para “novas instalações, com uma melhor linha de produção e melhor maquinaria, para dar sempre a melhor resposta aos clientes”.

Quem veste Rakso veste “um produto 100 por cento português. A matéria prima é portuguesa.” O que, para Susana é sempre uma aposta ganha. “Se todos acreditarmos em nós, nos nossos produtos e nas nossas gentes, Portugal seria uma grande potência. Os portugueses são muito bons no que fazem. O problema é que muitas vezes ninguém acredita neles, nem eles próprios. O português sabe garantir a qualidade”.

E é precisamente a qualidade a palavra de ordem na Rakso. “É por aí que nos queremos distinguir. Só fabrico produtos que eu própria vestiria. Se eu visto, os meus clientes também”. E numa área como o desporto, a qualidade e o conforto vêm antes de qualquer outra premissa. “Para entenderem os nossos produtos, os clientes têm de os vestir. É essa a política da nossa empresa. Vamos muito porta a porta, para que as pessoas possam ver e experimentar. Mostrar apenas uma imagem já não chega. Sempre que possível deixo amostras para os atletas usarem”. A fórmula de sucesso tem dado frutos. “A preocupação com a qualidade das matérias primas, como por exemplo o algodão, que é excelente e com um certo brilho, a durabilidade e a vivacidade das cores são fatores que nos diferenciam. Os jogadores também são vaidosos e gostam de vestir equipamentos que tenham cores bonitas e agradáveis”.

Sozinha aos comandos desta empresa, Susana fez um pouco de tudo pelo negócio. “Numa fase inicial fui eu que andei a fazer as vendas, numa perspetiva de proximidade com o cliente, mas por isso estive ausente da fabrica. Eu tento estar sempre presente, pratico um mercado antigo, de proximidade, de estar nos jantares de aniversário, ir aos jogos. Os meus fins de semana são destinados a isso”. E então onde fica a mulher Susana Moreira? “Nem sempre é fácil. Gerir tudo e ser uma mulher com família não é fácil. A família vem comigo, a minha filha e o meu marido vêm para aqui muitas vezes, acompanham-me. A minha filha com 18 anos acompanha-me aos jantares, aos jogos,… tenho esse apoio felizmente”.

Cândido Costa,
ex-jogador do Futebol Clube do Porto e atual comentador desportivo da TVI, na Rakso

Quanto a ser mulher e trabalhar num mundo tradicionalmente de homens, a empresária garante que “no início isso dificultou as coisas. Felizmente já não é tanto, mas num meio maioritariamente de homens como o desporto é mais. No início não e fácil de acreditarem em nós. Hoje já me conhecem e já confiam. No início, quando entrava em alguns clubes, os dirigentes estranhavam, porque estavam à espera de homens. Faziam-me muitas perguntas, testavam… esta ainda é uma realidade em certos sítios”.

Convicta de que, nos próximos anos, a Rakso vai conquistar cada vez mais mercado “e continuar a crescer bem”, a aposta mais recente de Susana vai para uma nova linha de roupa. “Vamos criar uma linha casual, para o dia a dia, para os desportistas utilizarem durante a semana, mesmo fora dos treinos”. Nesta, é claro, “a qualidade e a diversidade de modelos” não vão faltar. Na fábrica já se “estudam novas matérias primas” que podem resultar em ainda mais novidades.

Susana sabe que “o caminho do empreendedorismo em Portugal não e fácil, mas temos de apostar, senão o país não anda para a frente”. Terminamos a perguntar-lhe quando cresceu a sua empresa nestes últimos cinco anos. Susana é rápida na resposta. “Ainda não parei para fazer contas, mas cresceu, cresceu muito”.