A ovelha Mondegueira é das raças ovinas mais primitivas da Península Ibérica. Supõe-se que antigamente fosse esta a raça mais disseminada em toda a Beira Alta, principalmente na zona meridional do distrito da Guarda. A Denominação de Origem Protegida, mais conhecida por DOP, é a certificação que permite distinguir um genuíno Queijo Serra da Estrela, sendo que a raça Mondegueira é uma das três raças produtoras de leite admitidas.
Trata-se de uma raça que se diferencia das outras raças essencialmente pela sua conformação, o seu temperamento dócil e fácil maneio, as suas características produtivas e a sua rusticidade.
A ovelha Mondegueira tem o seu solar de origem nos concelhos de Penedono, Meda, Trancoso, Celorico da Beira, Guarda, Pinhel, Belmonte e Covilhã. As ovelhas Mondegueiras são exploradas de forma tradicional em pastoreio, em regime extensivo, e nas vertentes de dupla aptidão, de produção de leite e produção de carne.
A produção de leite contribui, conjuntamente com a Bordaleira Serra da Estrela, seu par na região, para o fabrico do Queijo Serra da Estrela, na região demarcada. A produção desta iguaria, obtida a partir de leite cru, de pasta semi-mole e amanteigada, que está na base da afamada indústria queijeira serrana.
Contudo, apesar desta raça ter uma vocação predominantemente leiteira, a produção de carne de borrego tem vindo aumentar nos últimos anos, contribuindo cada vez mais para o rendimento das explorações. O borrego Mondegueiro, para além do seu característico sabor, equilibrado e natural, transmitido pelo seu modo de produção ecológico, é saudável devido ao baixo teor de gordura e colesterol. O seu consumo garante a sustentabilidade do meio rural, tendo em conta que favorece a economia desta região, permitindo assim a rentabilidade de explorações tradicionais em perfeita sintonia com a natureza.
O acompanhamento dos produtores aderentes a esta raça que se encontra em vias de extinção é feito pela Apromeda, situada na Meda, é a entidade Gestora do Livro Genealógico da Raça Ovina Mondegueira, desde junho de 2014. O trabalho desta associação consiste no acompanhamento dos 40 produtores inscritos no Livro Genealógico, que contam com um efetivo total de 2.623 animais, no incentivo à entrada de novos produtores para a raça, na promoção dos seus animais e valorização dos seus produtos.
Desde que foi decretado um estado de pandemia os produtores têm, como já é hábito no setor agrícola, sentido uma redução no preço de custo dos seus produtos e uma maior dificuldade em escoar os mesmos. Também em virtude destes acontecimentos, todos os eventos de promoção de animais e seus derivados se encontram cancelados, pelo que se torna mais difícil a comercialização destes produtos de excelência.