Rui Rio, presidente do PSD e recandidato ao cargo, confirmou a possibilidade de negociar um acordo parlamentar com o PS para pelo menos meia legislatura, em caso de resultar das legislativas um governo minoritário de um dos dois partidos.
O líder do maior partido da oposição confirmou, em entrevista, abdicar de formar governo se para tal for necessário incluir o Chega no executivo, e confirmou ser, tendencialmente a favor de uma coligação pré-eleitoral com o CDS-PP.
Questionado sobre os vários cenários de governabilidade, Rui Rio iniciou por colocar o da vitória do PSD, sublinhando que a primeira opção seria dialogar com CDS-PP e IL, se tal garantir maioria no parlamento.
Não sendo possível essa solução, defendeu que o PS “ao contrário do que aconteceu nesta legislatura devia estar disponível para negociar no sentido de viabilizar um Governo do PSD”, que teria de ser negociado, num entendimento que Rio gostaria que passasse por “reformas de fundo para o país”.
Rui Rio admite que possa ser complicado fazer um acordo parlamentar, “ mas pelo menos metade da legislatura, seria mais sensato. E depois fazer um balanço ao fim de dois anos”, disse, considerando que tal seria “mais estável” do que acordos pontuais “lei a lei ou orçamento a orçamento”.
Rui Rio abdica de formar Governo se tiver de incluir o Chega no executivo
O líder do maior partido de direita, assegurou que sempre afastou a possibilidade de formar uma coligação de Governo com o partido Chega e, uma vez que o líder do partido, André Ventura, tem dito que só dará apoio ao PSD integrando o executivo, “o problema está resolvido, é incompatível”.
Rui Rio questionado sobre como poderá viabilizar um executivo minoritário do PS, depois de ter dito que deixaria o cargo se perdesse as legislativas de 30 de janeiro considera que “as coisas não são assim a preto e branco. Perguntaram-me das diretas e disse que, com altíssimo grau de probabilidade, acabaria a minha carreira política”, afirmou.
Sobre o seu futuro político, Rui Rio respondeu que está dependente de vários fatores.
“O PSD está a fazer uma coisa abstrusa, de estar em processo eleitoral interno com legislativas à porta. Quando chegarmos a 30 de janeiro tivemos antes diretas e congresso, quer fazer outra vez diretas em março ou abril? É isso que não faz sentido”, assegurou.
Na entrevista que deu à TVI no dia 4 de novembro, Rui Rio tinha afirmado que, se for o candidato do PSD às eleições legislativas e perder, apenas permanecerá no cargo “um, dois meses” até o partido se ajustar, mas não ficará “mais quatro anos à espera de eleições”.
“Ou eu sou primeiro-ministro ou é a última eleição da minha vida, já tive muitas e não fugi”, assegurou.