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Editorial | EDIÇÃO 25 | DEZEMBRO 2021

Eis-nos chegados ao final de mais um ano. Na IN Magazine há lugar a novos inícios, respeitando sempre o legado do que foi deixado ao nosso cuidado. Apenas isso, porque o respeito pelas coisas, por todas as coisas, é antes de mais o respeito por quem as criou, por quem as fez crescer. As pessoas são tudo, afinal, e tantas vezes se definem por aquilo que fazem.

É então assim, em velocidade de cruzeiro, que entramos neste carro em andamento – sempre uma manobra arrojada – porque não há tempo a perder.

Mas é assim que entramos na vida também, já com o mundo em andamento. Fascinados por tudo o que já existia antes de nós, que parece ter sempre uma aura de eternidade. Afinal são coisas maiores do que a duração do nosso próprio tempo. Como não ficar siderado diante de tal grandeza?

E assim nos lembramos da célebre frase de Napoleão, motivando os seus soldados, no Egito: “Do alto destas pirâmides, quarenta séculos vos contemplam.” Curiosamente um país que festejará o centenário da sua independência do Reino Unido no próximo ano.

Quanto a nós, pequeno país na outra extremidade do mundo mediterrânico, já país atlântico, mais dado ao Oceano do que a Mares interiores, também temos muito património do qual nos podemos orgulhar. É ainda neste século que Portugal chegará aos 900 anos, muitos deles passados em guerras de luta pela manutenção e restauro da nossa independência. Não é por isso de estranhar que nestas páginas tenhamos tantas fortalezas em zonas raianas, de Norte a Sul do país. Primeiro Castela, depois Espanha, viveram com Portugal períodos de intenso conflito e chegaram a dividir o mundo ao meio. Hoje as relações peninsulares são muito mais fraternas e permitem a criação de Eurocidades transfronteiriças.

Convém não esquecer também as reivindicações destes municípios do interior. Há cidades, vilas e aldeias portuguesas que chegam a sentir-se mais próximas dos seus vizinhos do outro lado da fronteira do que dos centros de decisão nacionais. Mas nunca deixam de se sentir orgulhosamente portugueses, zeladores da nossa história e património. E o convite que deixam permanentemente a todos nós é que os visitemos, que usufruamos da sua hospitalidade, da sua gastronomia, e de um ritmo de vida que nos permita respirar. Até porque é graças ao turismo que conseguimos, enquanto país, recuperar e valorizar devidamente o nosso património, a nossa cultura. Caro leitor, os dias já começaram a crescer com o solstício de inverno, sempre sinal de uma nova esperança, desde a antiguidade. Cabe-me a mim desejar, em nome de toda a equipa que fez chegar até si esta revista, um Feliz Natal e um 2022 cheio de expectativas concretizadas!