Na zona histórica de Tomar, na rua da muito antiga Sinagoga, encontrámos o Restaurante Clandestino, uma casa de petiscos com sabores bem portugueses. Rosalina Maria Domingues fundou este espaço há quase dois anos e é das suas mãos que saem os deliciosos pratos servidos à mesa.
Com uma vasta experiência na área da restauração, Rosalina Maria Domingues tem-se dedicado, nos últimos anos, a negócios por conta própria. Teve mesmo um outro restaurante, durante 12 anos, ali perto, em Torres Novas. Porém, o acumular de cansaço “daquele movimento de servir diárias” e a influência da família fizeram com que decidisse mudar de vida e fundasse, em julho de 2021, este Restaurante Clandestino, num conceito diferente do que estava habituada a trabalhar. “Tive sempre quem me influenciasse a mudar para Tomar. Falo de uma filha e de um genro que vivem cá e sempre me disseram que devia mudar-me pois, trabalhando como eu trabalho, fazia falta uma casa em Tomar como a que eu tenho”, conta.
Quando chegou à cidade começou por abrir um espaço com capacidade para 20 pessoas, que cedo se revelou pequeno dada a afluência de tomarenses e turistas. Assim, há sensivelmente seis meses, a proprietária reabriu o estabelecimento no local atual, agora com uma disposição de 70 lugares.
Embora na zona já existissem restaurantes a servir iguarias, o objetivo de Rosalina Domingues passava por renovar e inovar na área, ao servir maioritariamente petiscos, sempre acompanhados de bons vinhos. Para além das tradicionais moelas, apresenta uma ampla oferta de pratos, como é o caso das tiras de pota panadas, dos ovos rotos de presunto, de bacalhau e de cogumelos, dos bifes da vazia, da carne maturada, da posta mirandesa, dos pica-paus, que aqui têm a particularidade de ser grelhados, “ao contrário do que toda a gente faz com aquele molho frito”, entre outros. Se ao jantar são servidos petiscos, à hora de almoço há sempre dois a três pratos do dia, onde, muitas vezes, entram na ementa os pica-paus misto, de porco preto e até de atum. Outra das particularidades deste restaurante é a variedade que apresenta, uma vez que não existem pratos fixos, a não ser o cozido à portuguesa, às quartas-feiras. “Nos outros pratos vou sempre fazendo aquilo que eu penso. Por exemplo, frango na púcara, lombo estufado com legumes, eu faço qualquer tipo de comida. Às vezes até costumo dizer que durmo sobre o assunto”.