Arquitetura, Design e Decoração

Programa cultural “Siza Barroco” arranca este mês

Álvaro Siza com maquete da Malagueira no escritório da Rua da Alegria, Porto. Cortesia da Drawing Matter Collection © Escritório Álvaro Siza

Projeto dará a conhecer resultados da investigação desenvolvida no Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (CEAU-FAUP), que visa colocar em evidência a relação entre a obra de Álvaro Siza e o movimento Barroco.

Três anos após o início do projeto de investigação “Siza Barroco”, no CEAU-FAUP, os resultados serão agora conhecidos através de um programa cultural, num vasto conjunto de eventos que entrecruzam a arquitetura de Siza, a arquitetura de Nasoni, a talha dourada, a música barroca-contemporânea, entre outros. A iniciativa arranca no dia 20 de abril com uma conferência de Eduardo Souto Moura sobre “A Atualidade do Barroco”, no Museu Nacional Soares dos Reis.

Vários autores que escreveram sobre o arquiteto ressalvaram e exploraram as conexões entre o Barroco e o trabalho de Álvaro Siza, destacando o seu interesse declarado em entender e conhecer mais profundamente a arquitetura barroca da cidade do Porto, assim como as influências de Nasoni. “Tratou-se de prosseguir um caminho, um percurso natural, cientes de que a colocação lado-a-lado da ideia de Barroco e da arquitetura de Álvaro Siza traria ganhos de conhecimento a ambas as partes” sublinha a equipa. “Se, por um lado, a arquitetura de Siza se compreende melhor à luz do Barroco (ideológico), também o Barroco (cronológico) resulta mais inteligível com a obra de Siza”, acrescenta.

Durante os próximos dois meses seguem-se três conferências com Ángel Garcia-Posada, a 4 de maio, Juan José Lahuerta, a 18 de maio, e Maria Filomena Molder, a 22 de junho, consultores da investigação. Mais tarde, a 12 de setembro, dá-se a inauguração da exposição “Siza Baroque”, uma mostra patente até 31 de dezembro, no Museu Nacional Soares dos Reis. O segundo ato de conferências é no dia 28 de setembro com José Miguel Rodrigues, Joana Couceiro, Ana Tostões e Jorge Figueira, terminando com um debate com todos os convidados e moderado por Sílvia Ramos, investigadora do projeto.

Simbolicamente, o momento de encerramento será assinalado com um concerto na Igreja dos Clérigos, a 14 de dezembro, a partir da obra barroca-contemporânea “Magnificat em Talha Dourada”, de Eurico Carrapatoso. “Este autor contemporâneo, à semelhança de Álvaro Siza, compõe estabelecendo fortes vínculos com a história, nomeadamente Barroca (Bach!), um processo criativo comum que procuramos dar a ver e perseguir na nossa própria ideia de investigação em arquitetura e, muito em particular, neste projeto” ressalva a equipa.

A entrada em todos os eventos é livre, apenas sujeita à lotação dos espaços.