“Um festival de estrelas para paladares requintados” é o mote da organização para a 43ª edição do Fantasporto. O Festival decorre de 24 de fevereiro a 5 de março, no recém-inaugurado Cinema Batalha.
Será neste espaço histórico, bem no centro do Porto, junto ao Teatro S. João e à mais nobre e requintada zona comercial da cidade, a Rua de Santa Catarina, que se vai dar a concentração de antestreias mundiais, europeias, internacionais e nacionais.
O filme britânico “Shepherd”, de Russel Owen, fará, não só, as honras da abertura, como também marcará o início da competição internacional do Cinema Fantástico e a grande maratona cinéfila. Este filme, que aborda os traumas de um homem que se isola do mundo, é dos mais impactantes de 2022, “considerado pela Variety, Screen International Empire ou pelo Film Total como um dos mais importantes filmes do ano cinéfilo”.
A última estreia desta edição do Fantasporto será internacional, mais concretamente do filme turco “Once Upon a Time in the Future: 2121”, uma variante do “1984” de George Orwell, que retrata os perigos das ditaduras, um tema relevante nos dias que correm. Esta obra cinematográfica assinala, ainda, a estreia de uma mulher na realização, que dá bastante relevância ao futuro próximo, a primeira mulher do seu país a abordar a ficção científica.
Dos 67 países que submeteram filmes recentes para a seleção, 30 compõem uma “notável programação, com 86 filmes, na grande maioria apresentados pela primeira vez no nosso país”, realça a organização, em comunicado.
Como já é apanágio, o Fantas divulga notáveis produções da contemporaneidade cinematográfica, que abordam grandes temas da atualidade, mas que, habitualmente, “não chegam aos nossos ecrãs. Em conformidade com todos os géneros e subgéneros, o Festival “orgulha-se das reflexões em forma de filme que mostram a modernidade e o valor de intervenção do cinema que apresenta”.
A título de exemplo, nestes temas incluem-se a Guerra, as Ditaduras e as suas consequências, o tráfico de migrantes, a exploração e o abuso de crianças, o direito à diferença, sobretudo LGBTQI+, o abuso de idosos e a desumanização da sociedade, especialmente nas grandes cidades, a condição da mulher, os reflexos do colonialismo.
Englobam, também, as dificuldades da criatividade na Arte e na Literatura, a poluição dos oceanos, as mudanças climáticas, a pobreza endémica, a esperança do futuro, sobretudo com a ficção científica a ativar a imaginação, os refúgios e os santuários da saúde mental, especialmente a Casa como primeira linha de defesa, a influência das seitas em tempo de crise de valores e até a Pandemia de Covid-19, como um dos mais perturbadores eventos recentes.