Com o sonho de ser médica “desde menina”, Regina Freitas deixou a ilha da Madeira para vir estudar para Lisboa. Hoje, com esse objetivo cumprido, é Médica de Família e Diretora Clínica da Medicser, em Alenquer. Apesar da Madeira ser o seu “porto seguro”, já se sente em casa na pequena vila às portas de Lisboa, onde foi muito bem recebida. É ali que a “Médica do Povo”, como a tratam carinhosamente, quer “permanecer e crescer”.
A Regina Freitas nasceu e cresceu na Madeira, é Médica Assistente de Medicina Geral e Familiar e Diretora Clínica da Medicser, em Alenquer. Para além da licenciatura e mestrado integrado em medicina, tem também uma licenciatura em enfermagem. Começo por pedir-lhe que nos fale um pouco de si e deste seu percurso académico e profissional.
A minha infância foi feliz com uns pais maravilhosos que sempre me apoiaram e ensinaram a ser quem sou. Não me levaram ao colo mas deram-me as ferramentas necessárias para criar asas e poder voar. Sempre gostei de estudar. Organizada, com objetivos definidos. Quando terminei o 12º ano, a opção era a faculdade de Medicina em Coimbra, onde já tinha primos a estudar, um apoio para quem ia sair pela primeira vez da zona de conforto logo aos 18 anos. Perante as condições, acabei por permanecer na ilha e frequentar a Escola Superior de enfermagem de São José de Cluny, onde terminei a licenciatura em enfermagem. Trabalhei dois anos como enfermeira no serviço de Pediatria do Hospital Central do Funchal, período durante o qual, de 15 em 15 dias, voava até Lisboa para frequentar a pós-graduação em dor crónica na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Durante esta fase deu-se a reviravolta na minha vida, eu própria decidi que tinha de lutar pelo meu único objetivo, ser Médica. Foi então que decidi concorrer novamente à faculdade e entrei no curso de Medicina. Enfermagem naquele momento não me motivava, contudo, hoje e passados 15 anos, estou feliz por ter concretizado o sonho, como também consigo perceber e aproveitar o conhecimento do meu primeiro curso, sendo um complemento extraordinário na minha prática clínica atual. Após terminar a faculdade, regressei à minha ilha, onde ainda exerci Medicina durante dois anos, mas a exigência de escolha de especialidade fez-me voltar a Lisboa, mais propriamente a Alenquer, para o internato de Medicina Geral e Familiar, e acabei por cá ficar, reiniciar a minha vida pessoal e profissional, desbravar terra, um novo mundo, um novo Eu, e construir algo que eu gostava, o meu “cantinho”, a Medicser, o meu sonho. Neste último ano terminei também a pós-graduação em Medicina de Estética Avançada. Viver é a coisa mais rara do mundo, e não consigo apenas existir só porque sim. E, atualmente, confesso que descobri a minha paixão. Sou o que sou pela minha garra e atitude. E cumpro até ao fim a minha palavra!
“Viver é a coisa mais rara do mundo, e não consigo apenas existir só porque sim”
A vocação para a área da saúde parece natural, olhando para o seu percurso, tendo essa particularidade de acumular formação em enfermagem. Quando é que percebeu que queria ser médica?
Ser médica sempre foi o meu sonho de menina. Nunca quis ser bailarina, nem cantora, nem professora. A vontade de ajudar, de não querer ver nem sentir sofrimento, de apreciar um sorriso porque o que mais me apaixona são as pessoas, a relação estabelecida, e conseguir fazê-las sorrir de novo, fez-me acreditar em ser médica. Recordo-me que os meus brinquedos preferidos eram livros, canetas, mochilas, brincar ao faz de conta, contudo, teriam de ser brincadeiras onde eu seria a líder. Os meus pais sempre me descreveram como independente, autónoma, responsável e determinada. Gostava de estar perto dos adultos, não me identificava com crianças da minha idade, sempre muito observadora e muito curiosa onde tudo para mim era questionável. E, ao contrário do que se possa pensar, não tinha nenhum familiar que fosse médico, a minha família é humilde mas sempre me incutiram que aquilo que eu escolhesse ser “quando fosse crescida” era o fruto do meu trabalho e só iria depender de mim. Por isso, tinha mesmo de trabalhar arduamente.
A Regina Freitas tem muito orgulho nas suas raízes madeirenses. Foi difícil a decisão de deixar a ilha para vir estudar para o continente? O que foi mais desafiante nesse processo?
Confesso que foi muito difícil. A Madeira é o meu pequeno Paraíso, o meu porto seguro. Onde tudo está a distância de um pequeno piscar de olhos. O mar, o sol, a minha Família, amigos. Estava a trabalhar novamente no Hospital Central do Funchal, como médica, onde já tinha exercido enfermagem, estava bem integrada, excelentes colegas, o meu trabalho era valorizado. Mas temos de tomar decisões, a vida não é fácil, e abandonei o conforto de um lar, quer pessoal, quer profissional, e vim atrás do sonho de ser Médica de Família.
Considero que o mais interessante da vida é poder mudar e o meu desafio foi esse mesmo, poder transformar o meu percurso, focada no meu objetivo, comecei do zero, num lugar novo, sem conhecer ninguém, estava por minha conta e risco.
*Especialidades – Medicina Geral e Familiar – Cardiologia – Obstetrícia e Ginecologia – Ortopedia – Psiquiatria – Nutrição – Psicologia – Terapia da Fala – Medicina Estética – Medicina complementar: Biogmatismo, Coaching, Mesoterapia. – Spa: Massagem de relaxamento e terapêutica; Drenagem Linfática. – Ginásio e Aulas de Grupo |
Os desafios são estimulantes para si? Como é que os encara à medida que se vai confrontando com eles na vida?
Sempre gostei de desafios com a consciência de que os únicos limites são aqueles que eu acreditava ter e pelos quais poderia lutar, sendo criativa e vivendo bem, feliz e fazendo quem me rodeia feliz. A minha vida não foi fácil, mas nada na vida é tão difícil que não possamos tornar mais fácil pelo modo como a encaramos, sabendo de antemão que apenas temos duas escolhas possíveis: sonhar ou sobreviver. Sempre fui sonhadora e oriento-me pela minha capacidade de sonhar e acreditar que será possível.
A Medicser é um projeto seu, criado de raiz à sua imagem, um “cantinho” que pretende partilhar com os seus utentes. De que forma é que esta visão pessoal se traduz na sua relação com os outros, e com os seus pacientes em particular?
Eu gosto de tudo personalizado. Estimo chegar a cada um de forma individual e única. Esforço-me para isso. Gosto que se sintam em “casa” e que uma relação prime pela confiança, respeito, alegria, e por aquele sorriso que tanto me carateriza – sorrir e fazer sorrir. A minha prática é moldada de acordo com as necessidades individuais de cada um. Todos gostam de exclusividade e de se sentirem especiais porque assim se sentem respeitados. A minha prática clínica não se resume a números. A minha diferença está na escuta e no acolhimento de cada um de forma única, e proponho-me a compreender cada qual como pessoa que pensa, sente e fala. A relação terapêutica é o vínculo de maior relevância na vida bio-psico-social, embora não seja uma tarefa fácil, é possível, pois é a caminhada a percorrer para desenvolver confiança, empatia, o respeito do utente, criando relações sociais saudáveis e duradouras.
“Não arriscar e pensar que nada conseguimos é mais grave do que tentar e errar. Sem erros não temos essência”
E porquê em Alenquer?
Boa pergunta, para a qual a resposta resume-se à distância ao aeroporto. Não conhecia Alenquer nem nunca tinha ouvido falar. Mas no momento da escolha da especialidade, apenas tive tempo de consultar o google maps, porque o centro de Lisboa estava fora de questão, e de acordo com as possibilidades de escolha na periferia da capital e distância ao aeroporto, Alenquer foi a minha opção. E assim foi, arrumei as minhas coisas e vim viver para cá. Fui muito bem recebida e acolhida, atualmente sinto Alenquer como a minha Terra onde desejo permanecer e crescer.
A clínica está muito bem localizada, com fáceis acessos. Que especialidades e serviços oferecem?
Somos um espaço renovado, simples, que proporciona um atendimento personalizado, acolhedor, familiar, indo ao encontro das necessidades de quem nos procura, oferecendo um conjunto de especialidades que permitam a melhoria da qualidade de vida. *ver caixa
Quais são os valores e os princípios que orientam o seu trabalho e o de toda a equipa na Medicser?
Somos denominados de “clínica do Povo, a Médica do Povo”. Pequenas expressões com enorme conotação positiva e orgulho. A nossa missão é saúde e bem-estar, é sorrisos, num espaço saudável, acolhedor e ambiente familiar. Protocolamos um serviço de excelência, para sermos uma referência e reconhecidos por bons resultados e diferenciação. Remete-nos para o profissionalismo, para a proximidade entre colegas, foco na pessoa que nos procura, empatia, qualidade no serviço, respeito e humildade, consistência e sobretudo espírito de ajuda.
Nas vossas redes sociais partilham frequentemente conselhos de saúde, física e psicológica. Resumidamente, há algum que queira deixar aos nossos leitores?
A mensagem que tentamos incutir é a importância de viver em equilíbrio, cuidando da saúde antes da chegada da doença, prevenindo através da aquisição de mudanças de estilos de vida, da rotina anual, da nutrição, do exercício físico, tudo em prol da saúde física e mental. Sou apologista de uma nova e revolucionária abordagem terapêutica que restaura e mantém a saúde, através de uma medicina integrada, trabalhando em volta de uma perfeita sinergia entre a medicina convencional e não convencional, com o único intuito de facilitar a saúde na sua plenitude.
**Regina Freitas, “as palavras que me definem”: • Paciência • Luta • Coragem • Perseverança • Persistência • Resiliência • Genuinidade |
Que balanço faz deste primeiro ano e meio (sensivelmente) da sua clínica?
Posso afirmar que estou feliz e orgulhosa. Comecei num primeiro andar de um edifício com elevador no centro da vila de Alenquer, um pequeno consultório onde dava as minhas consultas. Mas a mensagem foi passando, os meus princípios e valores foram galgando, e comecei a ter colegas que me procuravam, manifestando interesse em trabalhar comigo por se identificarem com os meus valores. Comecei a ganhar tamanho e uma nova oportunidade surgiu, um novo espaço, mais amplo com melhores acessos, onde constituí uma Família, um grupo extraordinário, um equipa que lidero diariamente com o único objetivo: despertar a vontade de fazer e de sermos cada vez melhores. Juntos somos mais fortes. Unidos por objetivos. Trabalho em equipa onde reina a harmonização da organização e gestão. Uma equipa, onde todos são apenas Um. E a minha palavra de ordem é Gratidão! Sou grata a tudo e a todos que caminham comigo lado a lado.
A Medicser não tem sido só uma experiência mas um modo de Vida. Ser parte integrante deste espaço, desta Família, é muito mais do que vir a uma clínica, é um sorriso à entrada, uma dúvida esclarecida, uma sugestão e uma solução, um especial obrigado à Liliana Dias, a minha administrativa, o rosto que recebe todos aqueles que nos ligam ou visitam, a primeira palavra amiga, uma pessoa de enorme confiança, o elo de ligação da nossa equipa. Somos sem dúvida uma Família que cuida da Sua.
“A minha diferença está na escuta e no acolhimento de cada um de forma única”
Para além da sólida formação e das competências técnicas e científicas, o que é para si ser uma boa médica?
Uma boa médica não é aquela que apenas trata porque estudou e tem conhecimento sobre as doenças. Atualmente, uma médica é muito mais que isso, é uma pessoa que além de escutar o doente, deve reunir caraterísticas como experiência, competência, empatia, disponibilidade, clareza. Alguém que sabe trabalhar em cooperação com os membros da equipa e ser defensor proativo dos nossos doentes, mentores de outros profissionais de saúde e disponíveis para aprender com quem nos rodeia, independentemente da idade, da função ou do status. Estas caraterísticas em conjunto com o ser médica de Medicina Geral e Familiar, a verdadeira médica assistente, com quem tudo começa e a quem tudo retorna. Somos o pilar do doente, os primeiros e principais gestores da saúde dos nossos doentes e famílias, com formação específica que abrange todas as áreas de especialidade, permitindo assim reconhecer, tratar e referenciar cada situação clínica do modo mais apropriado.
O que mais a apaixona na sua profissão?
A Medicina é entrega, é a minha paixão, é a minha missão. Onde eu me sinto realizada, uma vocação que oriento através do cuidar e do educar, como práticas indissociáveis, num exercício de empatia com o único compromisso que é o bem estar do utente.
“A minha palavra de ordem é Gratidão! Sou grata a tudo e a todos que caminham comigo lado a lado”
Tem alguma mensagem final que queira partilhar connosco para inspirar outras pessoas a alcançarem os seus sonhos?
Acreditar sempre. Por mais difícil que seja o percurso, desistir não é opção. Todos os obstáculos são apenas degraus que enfrentamos e nos tornam mais fortes. Os obstáculos apenas surgem porque somos capazes de os solucionar, o segredo é aprender com eles e ficarmos mais cientes do que realmente desejamos e quem desejamos ser. Para isso devemos organizar os nossos sonhos, fazer uma lista, criar uma sucessão mental de objetivos, definir o que queremos e delinear o nosso caminho.
Não desista. Não arranje desculpas. Não deixe nada por fazer. Porque não arriscar e pensar que nada conseguimos é mais grave do que tentar e errar. Sem erros não temos essência.
Todos os dias estamos mais perto de alcançar algo novo, todos os dias são bons para dar um passo em frente, todos os dias temos a oportunidade de reestruturar o nosso caminho e redefinir estratégias. Sê feliz, e vive cada dia como se fosse o último da tua vida.