Por: Ramiro Brito, 1º Vice-Presidente da AEMINHO
Dois anos de Associação Empresarial do Minho temporizam um projeto que parece, na sua execução e alcance, bem mais longo do que o número de anos que distam do seu início ao dia de hoje.
A AEMINHO nasceu como um projeto do Minho para o Minho e para o país, numa visão esclarecida, mas ambiciosa, disruptiva, mas focada e acima de tudo descomplexada na interpretação daquilo que deve ser o movimento associativo. Em mais de novecentas associações empresariais que existem em Portugal, não faria sentido o surgimento de mais uma, se esta não fosse para ser diferente, para trilhar um caminho novo, que de facto cumprisse o seu propósito maior, a saber, a defesa e estímulo do desenvolvimento do tecido empresarial do Minho. Este é um projeto que nasce a favor de todos e não contra ninguém, numa ação positiva, estruturada e acima de tudo efetiva. Hoje, passados dois anos, penso ser consensual que chegamos mais longe do que aquilo que nós próprios, os que estivemos na génese deste movimento associativo, esperávamos nas nossas mais otimistas conjeturas.
Este é o primeiro ponto do balanço da ação da AEMINHO. A resposta do tecido associativo foi extremamente positiva. A Associação foi absorvida pela comunidade empresarial do Minho de uma forma abrangente e efetiva e por isso alcançou a visibilidade que hoje tem, rapidamente. Aqui, nesta circunstância, ficou claro que viemos ocupar um espaço vazio. A independência do projeto, a autonomia financeira e institucional, foram valores que consideramos basilares para a estruturação da iniciativa e que foram vistos como uma lufada de ar fresco, no panorama associativo português. Ao longo destes dois anos centrámos a nossa ação em alguns pilares essenciais. Falámos sobre temas da atualidade que afetam a vida das empresas, trouxemos a debate assuntos de grande relevância, como os impostos sobre o trabalho, a preocupação com a captação e retenção de talento, ou a aposta na formação média e profissional como um fator de desenvolvimento. Fomos voz, mas também fomos ação em iniciativa e caminho de alternativa, pelas sugestões e programas que lançámos sempre em conjunto com as críticas que fomos fazendo. Não apontamos o dedo sem apontar o caminho, não separamos e fomos sempre ponto de união.
Criámos palco corporativo no Minho para que os empresários da região pudessem ter a sua voz presente e ouvida pelo poder central e criámos pontes, com todos, indiscriminadamente, com o poder e com a oposição, com autarcas e pensadores para estimular aquele que é o grande paradigma do século XXI, a perceção de que a cooperação é a alternativa construtiva e segura à competição.
A AEMINHO tem também o seu foco no networking empresarial para agregar, conciliar e promover o encontro entre empresas e negócios, para fortificar relações que possam resultar num engrandecimento efetivo do papel das nossas empresas no país e no mundo.
O balanço é positivo. Estamos agradavelmente surpreendidos com a reação e adesão dos empresários do Minho, que foram o nosso princípio na criação, o meio da nossa ação e o fim da nossa existência. A AEMINHO nasceu modesta e focada num propósito que materializa revestido das mais diversas formas, promover e apoiar as empresas da região do MINHO, o mesmo que vemos como um todo, unido na riqueza da diversidade do seu território, das suas gentes, da sua cultura, mas que é, reconhecidamente, um dos maiores motores de desenvolvimento do país. A cultura é hoje indissociável da atividade económica pelo papel que tem no desenvolvimento. Do Minho para o país e para o mundo, este é o nosso caminho assumido e é nele que iremos depositar as nossas esperanças e as nossas forças.
Por fim, mas não menos importante, contamos com uma massa associativa representativa da região, valiosa pela sua entrega e capacidade regenerativa, pela resiliência e pela forma positiva com que encara todos os desafios e dificuldades. A AEMINHO é dos seus associados e das empresas, na visão contemporânea de que as empresas são a conjugação dos trabalhadores e dos empresários, num ecossistema só, no qual todos são relevantes e essenciais e onde a divisão, que tantas vezes a oportunidade política estimulou, não é mais a realidade nem o caminho de futuro. Somos assumidamente humanistas, centrados nas pessoas e com a consciência de que a atividade empresarial tem um papel essencial na construção de uma sociedade melhor, mais justa e equilibrada.
É com esta AEMINHO que podem contar nos próximos tempos. Da nossa parte, contamos com todos.
Ramiro Brito – 1º Vice-Presidente da AEMINHO