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A marca de equipamentos made in Portugal

A Claw é hoje uma reconhecida marca de vestuário desportivo que equipa, entre outras, a Académica de Coimbra. No entanto, a história desta marca começou bem antes do seu lançamento para o mercado.

Esta marca é, em muito, fruto de um sonho de Bruno, que sempre esteve ligado ao desporto e sempre encontrou nesta área uma grande paixão. Durante o seu percurso profissional, Bruno fez “de tudo um pouco: jardinagem, atendimento em lojas de desporto, trabalho em fábricas…”. Em 2001 começou a trabalhar na Tratomáquinas, empresa que era do seu sogro e que se dedicava “ao comércio de acessórios para máquinas industriais”. Já depois da sua entrada na empresa, continuaram “o caminho em Portugal e internacionalizaram-se com a ida para Angola”.

Ao longo dos anos, a empresa foi “entrando em varias áreas de negócio, sendo que a mais recente é a Claw, que surgiu faz agora três anos”. Bruno desvenda o surgimento desta marca. “Sempre estive ligado ao desporto e sempre gostei muito da área. Por isso, a determinada altura decidi criar uma marca de desporto”.

Do sonho à concretização ainda foi um longo caminho. “Criou- se a marca, registou-se, mas depois ficou na gaveta.” E só viria a sair de lá algum tempo depois, numa altura em que Bruno estava ligado ao Real Massamá e o sorteio da Taça de Portugal ditou que jogariam com o Benfica, nos oitavos de final. “Achei que da taça de Portugal era uma boa altura para começar e lançarmo-nos para o mercado. Foi aí que tudo começou”. Com pouco tempo disponível, foi em “duas semanas que arranjamos tudo para fazermos os equipamentos”. Conseguiram lançar-se e, a partir daí foram crescendo “devagarinho e acrescentando clubes à lista de parceiros”.

Neste momento, “já são alguns os clubes que vestem os nossos equipamentos”. Bruno recorda que um dia estava a ver um jogo de futsal feminino na televisão e que se surpreendeu ao ver que um dos treinadores de uma das equipas “apareceu com o polo da Claw”. Contudo, neste momento, a presença da Claw já vai bem além do vestuário. “A parceria que fizemos com a Associação de Futebol de Setúbal permitiu-nos uma presença mais alargada. Os campeonatos dessa Associação são campeonatos Claw e a bola oficial também é nossa”.

Mais recentemente, a marca enfrentou um novo desafio que foi o de vestir a Académica de Coimbra. “A Académica contactou- nos, para grande surpresa nossa. Fomos lá reunir e apresentaram- nos toda a academia. Posteriormente, marcamos reunião cá, para conhecerem a marca e percebermos se existia ou não capacidade da nossa parte para darmos resposta”. A parceria com este clube é sem dúvida uma mais valia, porque, afirma Bruno, “a Académica é um clube com maior expressão em todo o mundo, sobretudo por causa dos estudantes. É o clube mais antigo de Portugal. Mesmo

eu, que gosto muito de futebol desde sempre, não tinha noção da projeção da Académica”. Por agora e durante os próximos três anos, todas as equipas de futebol da Académica de Coimbra “são Claw, desde as escolinhas até aos seniores”.

A Claw, enquanto marca de vestuário desportivo, defende “a qualidade, tecnologia de ponta e mão de obra portuguesa. Não queremos entrar na guerra dos preços.” Bruno sublinha que a marca quer posicionar-se no mercado num segmento “em que o custo da peça é o justo. Queremos entrar na guerra da qualidade, o melhor produto ao melhor preço, mas sempre o melhor produto”.

Com o objetivo de fazer chegar a qualidade deste produto a um maior número de clientes, a Claw terá em breve um site com loja online e, depois disso, “o passo seguinte é a loja física”. “A primeira será em lisboa, uma vez que estamos sediados em Sintra, mas logo a seguir queremos ter um ponto de venda no Norte e outro no Sul”. Para dar resposta a todas estas novidades, a empresa pretende aumentar o seu espaço de produção. “Está projetado duplicarmos o espaço que temos aqui na fábrica e também termos cá uma loja. Queremos construir umas instalações que marquem e sejam cada vez mais o rosto da Claw”.

Longe de imaginar que três anos depois, a marca que sonhou, estivesse onde está, Bruno não tem dúvidas de que isto se “deve ao fator mais determinante de qualquer negócio: o fator humano. É fundamental termos uma boa componente humana para chegarmos aos objetivos. Podemos ter as máquinas de topo, o melhor material, os melhores computadores, mas se não tivermos bons recursos humanos, não vamos conseguir”. Na Claw a máxima é de que “as pessoas se sintam bem e trabalhem com alegria, satisfação e boa disposição”.

Sobre o próximo ano de 2020, Bruno não tem dúvidas de que será um ano de conquistas para a Claw. “Não gosto de adiantar muita coisa, mas estamos a criar todas as condições para que 2020 não seja melhor, mas sim muito melhor que 2019. Se tudo correr como esperamos vai haver muito mais pessoas a conhecerem a nossa marca e a vestirem a nossa marca”. À Académica de Coimbra, Bruno deseja exatamente o mesmo. “Que cumpram todos os seus objetivos, nomeadamente o de subir de divisão”. Quando se trata de futebol o essencial, avança, “é que impere o bom senso e a calma. Não se pode pôr em causa todo o trabalho por uma bola que vai ao poste e não entra.” E, merece, merece muito, estar na primeira liga”.