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Aplicação de rastreio StayAway Covid já está disponível

Imagem: Site do Ministério da Saúde
A app portuguesa vai aparecer nas lojas online da Apple e do Google durante o fim de semana e estará disponível gratuitamente durante as próximas semanas. Não se preocupe: a aplicação não revela a sua identidade nem usa quaisquer dados pessoais.

A aplicação portuguesa que tem por objetivo ajudar a travar a propagação da COVID-19 em Portugal chega às lojas online da Apple e da Google este fim de semana. O lançamento oficial da StayAway Covid – que está a ser anunciada há cinco meses – será feito no começo da próxima semana, no Porto, numa sessão com o primeiro-ministro, António Costa.

A app móvel para iOS (sistema operacional da Apple) e Android (sistema operacional sendo o Google o principal colaborador) estará disponível gratuitamente durante as próximas semanas. De utilização voluntária e gratuita, não tem, em momento algum, acesso à sua identidade ou dados pessoais.

A StayAway Covid visa contribuir para a localização de contactos próximos de alguém que foi diagnosticado nas 48 horas anteriores ao teste.

“Este é mais um instrumento de combate à pandemia. Não será deste instrumento que virá a grande revolução, mas é mais uma ajuda para continuar a melhorar, independentemente da adesão [que venha a ter em Portugal]”, disse o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Luís Goes Pinheiro, numa conferência de imprensa de balanço da pandemia de COVID-19, como se pode ler no site do Ministério da Saúde.

Ecrã da app StayAway Covid

De forma a garantir a confidencialidade, os dados recolhidos pela aplicação serão “apagados após 14 dias, para evitar que dados pessoais estejam guardados para lá do que é necessário”.

Para tal, é preciso que a aplicação esteja ativada no telemóvel e que, aquando do diagnóstico, seja solicitado ao profissional de saúde “um código para introduzir no telemóvel”.

Através deste código, a aplicação irá notificar os contactos, explicou o responsável.

“Sendo este um projeto acarinhado pela União Europeia, há um empenho em criar um sistema de interoperabilidade” entre aplicações desenvolvidas por vários países, referiu Luís Goes Pinheiro.

Ao jornal ‘Público’, José Manuel Mendonça, presidente do Instituto de Engenharia de Sistemas de Computadores, Ciência e Tecnologia (INESC TEC), que está a coordenar o desenvolvimento da aplicação desde março, admitiu que “o processo tem sido aos solavancos”.

Depois de criar a app, foi preciso submetê-la a uma avaliação de impacto pela Comissão Nacional de Proteção de Dados, passar pelos testes do Centro Nacional de Cibersegurança, conseguir a aprovação da Apple – que demorou mais de um mês a chegar – e da Google para que a disponibilizem nas suas lojas online e começar os testes-piloto

Falta convencer as pessoas a instalar a app

A 14 de agosto, 1850 pessoas estavam registadas para experimentar o piloto da aplicação (foram enviados 10 268 convites). “A verdade é que a app não usa quaisquer dados pessoais”, assegurou o presidente do INESC TEC, situado no Porto.

A StayAway Covid complementa o processo de rastreio de contactos tradicional no qual os profissionais de saúde entrevistam pessoas recentemente diagnosticadas com COVID-19 para perceberem os locais por onde passaram e as pessoas com quem estiveram em contacto próximo.

A ideia é que pessoas que usem um telemóvel com a aplicação instalada possam ativar o envio de um alerta anónimo aos aparelhos móveis com que estiveram em contacto próximo (menos de dois metros e mais de 15 minutos) se forem diagnosticadas com COVID-19 por um médico.

“Quantas mais pessoas instalarem melhor, mas os números de downloads não são tudo”, sublinhou José Manuel Mendonça, acrescentando: “Na Europa, a adesão deste tipo de aplicações tem sido entre 5% e 8% em alguns países, mas o que interessa não é só quantas pessoas instalam: é quantas pessoas potencialmente infetadas com COVID-19 são atempadamente avisadas.”

Como frisa o INESC TEC na sua página sobre a app, “se todos usarmos a aplicação, esta será um auxiliar precioso e determinante para juntos vencermos a COVID-19”.