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Uma Escola mais sustentável, mais segura, mais FELIZ

O Agrupamento de Escolas Gonçalo Mendes da Maia tem vindo a ser reconhecido por diversas ações dinamizadas na comunidade escolar, que abrange 2 400 alunos. Só este ano, graças à equipa liderada por Sónia Soares Lopes, somam já quatro certificações: “Escola sem Bullying | Escola sem Violência”, “Coração Verde”, “Escola Saudável” e “Escola Azul”. Fomos visitar a escola sede do Agrupamento, no centro da Maia, guiados por esta equipa onde é bem visível a dedicação à Escola Pública e aos seus alunos.

Os sorrisos e a simpatia à nossa chegada condizem na perfeição com o mural que, à entrada, no diz como é “@ alun@ nesta Escola: FELIZ”. A diretora do Agrupamento, Sónia Soares Lopes, faz questão de falar de todos os projetos acompanhada pela sua equipa de “timoneiras”, as adjuntas da diretora, professoras Marta Martins e Nazaré Firmino; a psicóloga e coordenadora do SPO (Serviço de Psicologia e Orientação), Eduarda Pimentel, e a professora e coordenadora do espaço Eco-Escolas, Cristina Vasconcelos.

Marta Martins, Sónia Soares Lopes, Cristina Vasconcelos, Nazaré Firmino e Eduarda Pimentel

“Escola sem Bullying | Escola sem Violência”

O selo “Escola sem Bullying | Escola sem Violência” foi conseguido pela Escola Gonçalo Mendes da Maia, que participou em representação do agrupamento. Este projeto está a ser coordenado pela professora Marta Martins e pela psicóloga Eduarda Pimentel. As principais ações dinamizadas passam pelas formações ao corpo docente e auxiliares e, principalmente, por sessões de sensibilização aos alunos, com a Escola Segura, e de apresentação de técnicas, estratégias e ferramentas que os ajudem a atuar e a prevenir reincidências.

As práticas de roleplaying (representação do papel de vítima de bullying) têm sido as mais populares, onde entra também o Cyberbulling – um ramo “mais difícil de combater e mais permanente”, afirma a psicóloga. Cientes de que acabar de vez com este flagelo será irrealista, querem, pelo menos “tornar a escola mais feliz e que os alunos se sintam seguros, apoiados e ouvidos”, afirma Marta Martins. A mesma professora revelou estarem a criar, este ano, uma equipa articulada de professores, técnicos, assistentes operacionais, pais e alunos, que ajudem a atingir esse objetivo.

Eco-Escolas e a certificação “Coração Verde”

Esta escola integra o projeto Eco-Escolas desde a sua fundação, há 26 anos, tornando-se pioneira na promoção da sustentabilidade. A coordenadora, Cristina Vasconcelos, defende que o facto de estarmos na Maia contribui em muito para a consciência ambiental de toda a comunidade, dadas as boas políticas que a autarquia segue há já muitos anos. Alerta-nos ainda para a importância das parcerias, principalmente com a Lipor, que disponibiliza um técnico para dar formações de separação e resíduos às turmas do quinto ano e de organização de contentores aos funcionários, por exemplo.

“Mudar comportamentos é difícil, sendo preciso muita resiliência para o conseguir” afirma. Foi assim que conseguiram obter, este ano, a certificação “Coração Verde”, atribuída precisamente pela Lipor.

“Nós só conseguimos com a ajuda de todos”

Sónia Soares Lopes

No quotidiano escolar é incentivada a separação do lixo, a poupança da água e da luz e, claro, a constante limpeza da escola. Cada sala tem os seus três “mini” contentores, devidamente assinalados, e a sua gestão é assegurada pelo delegado ambiental, ou seja, um aluno eleito pelos colegas. Todos participam e o entusiamo tem sido crescente. O ambiente está na ordem do dia, o que se reflete também nas preocupações dos mais novos. “Nós estamos agora a tentar ser um Eco-Agrupamento”, confessa a diretora Sónia Soares Lopes. Acrescenta também que tentam combater o desperdício, estando programada uma atividade para 1º ciclo, fazendo-os “competir”, em espírito de jogo, pela turma que desperdiça menos. Já nas cantinas, toda as sobras daquele dia são entregues à Refood – mais uma importante parceria.

Escola Saudável

O Selo Escola Saudável foi mais uma conquista do agrupamento, sendo reconhecidos pelas suas práticas de educação para a saúde. Candidataram-se pela primeira vez este ano e já obtiveram o selo, apesar de quererem subir na classificação, como nos explicou Nazaré Firmino, em representação da coordenadora Susana Estevães. De entre todas as ações destaca-se a de criação de planos de saúde individuais aos alunos, a monitorização de acidentes no espaço escolar, a atenção às necessidades de terapia, a educação para a sexualidade e as palestras temáticas relacionadas com a saúde.

Escola Azul

O programa escola azul, liderado pela professora Nazaré Firmino, foi criado no ano passado e o agrupamento conseguiu já o seu reconhecimento. O objetivo é promover a importância do mar, surgindo assim o dia “Escola Azul”, assinalado a 19 de maio, onde os alunos se propõem a realizar uma ação sustentável com ligação ao Oceano. No ano passado recolheram lixo na praia, este ano três propostas estão já em votação.

O poder da comunidade na inclusão

O agrupamento conta com seis salas de apoio especializado, três delas nesta escola. Face às crises dos alunos com espetro de autismo e multideficiência, a escola pretendeu equipar uma sala de integração sensorial, baseada nas salas Snoezelen. Para isso, foi pedida ajuda à comunidade para obter os materiais necessários. A resposta está à vista e é impossível não ter uma sensação de tranquilidade ao entrar neste espaço. “A piscina de bolas é um sucesso”, confessa Sónia Soares Lopes, não escondendo com o seu sorriso o trabalho solidário e altruísta de todos. Os rotários da Maia promoveram até um concerto solidário, no qual angariaram o essencial para que, hoje, a sala exista e possa ser utilizada pelos terapeutas e professores. O apoio dos Rotários, da Junta de Freguesia da Cidade da Maia, da Associação de Pais da Escola Básica Gonçalo Mendes da Maia e da empresa A. Pimenta foi fundamental. “Nós só conseguimos com a ajuda de todos”, confessa a diretora.