No primeiro semestre de 2020 o investimento no setor imobiliário caiu em relação ao mesmo período do ano passado para aproximadamente, 1,7 mil milhões de euros, devido à pandemia.
O investimento imobiliário caiu 16% no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, para, aproximadamente, 1,7 mil milhões de euros, impactado pela pandemia de COVID-19, segundo um relatório da consultora Savills divulgado esta terça-feira, 8 de setembro.
De acordo com a consultora imobiliária, só nos primeiros três meses do ano registaram-se 1,5 mil milhões de euros de investimento total excecional, quase metade do volume de investimento de 2018 e 2019.
Esta evolução é justificada com o fecho de grandes transações nos segmentos de retalho, escritórios e hotéis. Assim, “comparativamente ao primeiro trimestre de 2020, o mercado registou uma quebra muito acentuada de 87% e face ao período homólogo de 2019 a descida cifrou-se nos 16%”, precisou.
Citado no mesmo documento, o ‘head of country’ da Savills Portugal, Paulo Silva, notou que a pandemia teve um “impacto muito significativo no mercado imobiliário”, sobretudo, nos setores de retalho e hotelaria.
Setor do retalho é o mais afetado
De janeiro a junho foram realizadas 25 transações, cinco delas correspondem à venda de portefólios de escritórios, retalho e hotéis num total de mais 1,2 mil milhões de euros, ou seja, 81% do volume total de investimento do primeiro semestre. No entanto, face aos primeiros seis meses de 2019, o número de negócios fechados cedeu 19%.
A maioria do capital (76%) continua a ser estrangeiro, com destaque para os investidores americanos.
Quanto aos escritórios, Lisboa teve menos 24%, face ao ano anterior, de negócios feitos. No Porto cresceu 38%.
O retalho foi o mais afetado pelo novo coronavírus levando a “uma descida significativa de preços”, enquanto o comércio ‘online’ avançou potenciado pelo confinamento.
O setor residencial sofreu quebras de 24% em Portugal continental, com os preços a baixarem, em média, 8%. Porém, o alívio das restrições impostas durante a quarentena traduziu-se num aumento, em maio e junho, de 0,8% nos preços, neste mercado, e 11% no volume de vendas.
“A manutenção das taxas de juro em níveis muito baixos e a elevada disponibilidade de capital vão continuar a favorecer o investimento em ativos imobiliários. O impacto da pandemia irá influenciar de forma direta os ativos imobiliários”, concluiu a ‘market research associate’ da Savills Portugal, Alexandra Portugal Gomes.
O Savills ‘Global Market Sentiment’ foi realizado em 33 mercados, entre 3 e 5 de junho.